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12 milhões de empregos e mais: como está o atual cenário das logtechs

O mercado brasileiro de logística não é dominado por nenhum grande player – oportunidade para a tecnologia das logtechs aumentarem o alcance do setor. Entenda.

12 milhões de empregos e mais: como está o atual cenário das logtechs

O setor de logística já emprega mais de 12 milhões de pessoas no Brasil. (Foto: Unsplash).

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8 min

29 mai 2023

Atualizado: 29 mai 2023

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No Brasil, o setor de logística, onde as logtechs atuam, movimenta cerca de R$ 1,5 trilhão anualmente e emprega mais de 12 milhões de profissionais, conforme dados do Instituto de Logística Supply Chain (ILOS). Somente em 2022, foram criadas 94 mil novas vagas de trabalho nesse setor.

Grande parte desse crescimento se deve à expansão significativa e contínua do comércio eletrônico em todo o mundo. O setor de logística representou 13,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022, o que mostra sua relevância econômica.

No entanto, o Brasil ocupa a 56ª posição no ranking Logistics Performance Index (LPI) do Banco Mundial, que avalia a eficiência das cadeias logísticas de cada país. Isso indica que há um grande potencial para crescimento nesse setor.

Ainda, diferentemente de outros países, o mercado brasileiro de logística não é dominado por nenhum grande player, uma vez que as 10 maiores empresas representam menos de 2% do potencial desse mercado. Nos Estados Unidos, as 10 maiores empresas correspondem a 15% do mercado, enquanto na Europa esse número chega a 24%.

Existem oportunidades para empresas menores conquistarem nichos de mercado.

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Logtechs aumentam eficiência

Com esse espaço para atuar em nichos e resolver desafios logísticos, as logtechs surgiram para otimizar os processos em toda a cadeia por meio da introdução de tecnologia.

Elas atuam em diversas áreas, desde o gerenciamento de armazéns até o controle de cargas e a redução dos custos de transporte, podendo estar envolvidas em todas as etapas do processo logístico, abrangendo o planejamento, produção, movimentação e controle, tanto dentro como fora das indústrias.

Em 2020, o Distrito já apontava a existência de 283 startups no segmento de logtechs. Em 2022, a plataforma 100 Open Startups, divulgou que o número de logtechs no Brasil alcançou 512, sendo que 70% delas estão concentradas entre São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. 

A maioria esmagadora das logtechs (94,3%) vende seus serviços para outras empresas (B2B).

As principais categorias de atuação das logtechs são:

  • Gestão de carga, frota e entrega;
  • Logística reversa;
  • Entrega;
  • Estoque;
  • Marketplace de frete.

Fonte: iFood

Logtech Report 2023 traz dados consolidados do segmento de logística e os avanços das logtechs para aumentar a eficiência do mercado. (Foto: Captable/Divulgação).


Investimentos e aquisições de logtechs em alta

Com a chegada de diversos concorrentes e o aquecimento do setor, as logtechs começaram a atrair investimentos e serem adquiridas por gigantes que precisavam desenvolver suas capacidades logísticas. Alguns exemplos recentes foram:

Em novembro de 2022, a Platinum Log, startup catarinense de inteligência de dados, anunciou a compra da LogTech Enivix por R$25 milhões. Em dezembro de 2022, a Navegam (logtech) captou R$ 1,5 milhão junto à gestora Bertha Capital. Em fevereiro de 2023, a Estoca recebeu aporte de US$ 6,1 milhões em rodada liderada pela Astella.

Um dos movimentos mais recentes foi o da Move3, holding paulista especializada em soluções de logística, que anunciou a aquisição da logtech Levoo, especializada em soluções de última milha (last mile). O valor não foi divulgado, mas faz parte do orçamento de R$ 50 milhões da holding para fusões e aquisições ainda em 2023.

Um novo desafio: chegar para todos

Mas o desafio da logística em um país tão extenso e com realidades diferentes vai além. Para um grande número de brasileiros que residem em favelas, áreas periféricas, regiões ribeirinhas ou localidades consideradas de risco, por exemplo, receber uma encomenda em casa não é uma realidade viável.

A entrega pode se tornar excessivamente cara ou até mesmo inviável. Em muitos casos, o endereço sequer possui um CEP válido.

No entanto, mais de 36,2 milhões de brasileiros vivem em comunidades e áreas periféricas, movimentando mais de R$ 180 bilhões anualmente. Metade desses moradores já realizou compras online, mas cerca de 69% deles declaram ter deixado de comprar por não conseguirem receber suas encomendas em casa, de acordo com uma pesquisa conduzida pelo Persona Favela e Data Favela.

Essas regiões possuem um potencial de consumo de pelo menos R$ 81 bilhões através do comércio eletrônico, e somente nas 15 maiores favelas, estima-se um potencial de consumo de R$ 9,9 bilhões, conforme dados do Instituto Locomotiva.

Para atender a essa demanda específica do último trecho da entrega (last mile), estão surgindo empresas especializadas em soluções tecnológicas, que promovem a geração de renda, sustentabilidade e empoderamento. Graças a isso, elas estão conquistando grandes clientes, como Americanas, Mercado Livre, Shopee e outros.

Por que importa?

Ao mesmo tempo em que a demanda aumenta, a área de logística enfrenta uma transformação digital para aumentar a eficiência nas rotas, além da demanda por incorporar veículos elétricos e outros meios de transporte que reduzam o impacto ambiental desse setor diante das mudanças climáticas.

O setor vive um momento de consolidação, com várias aquisições e fusões ocorrendo no setor – uma oportunidade para quem quer investir em startups do segmento e ter a startup investida adquirida em pouco tempo, realizando um early exit e tendo a valorização do seu investimento.

Também, novas soluções para chegar a áreas de difícil acesso e entregar mais potenciais consumidores às varejistas estão em crescimento. Nessa nova realidade, as logtechs fazem papel alinhado aos princípios ESG: entregando desenvolvimento econômico sustentável, pertencimento e novos postos de trabalho para áreas antes não alcançadas pelas facilidades do e-commerce.

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Juliana Irala é produtora de conteúdo na Captable, plataforma de investimentos da StartSe, que conecta mais de 7 mil investidores a negócios inovadores. Formada em Jornalismo pela ESPM, tem mais de 4 anos de experiência em produção de conteúdo textual e audiovisual.

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