Martin Fergus, sócio da Ilha Capital, afirma que ao conversar com investidores sentiu uma volta de interesse significativa pelas startups. Entenda o otimismo.
O otimismo nos investimentos em startups e a virada para um cenário de crescimento não aconteceram por acaso. Três fatores principais mudaram as expectativas: a venda da Pismo por US$ 1 bilhão para a Visa, a aquisição da Elo7 pelo Enjoei e o anúncio de ro
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25 jul 2023
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Atualizado: 25 jul 2023
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Depois do teste de fogo que os últimos 18 meses representaram para o ecossistema de startups, parece que o pior ficou para trás. Aos poucos, o mercado de investimento em startups dá sinais de que a recuperação começou e, embora deva ocorrer aos poucos, uma nova subida foi iniciada.
Segundo Fergus, “isso deu um certo otimismo para os próximos meses, mas estou cauteloso. Acho que o resto do ano será melhor do que o início do ano, mas 2024 e 2025 serão bem promissores."
A mudança de percepção e virada para um cenário que indica crescimento não aconteceu por acaso. Três fatores principais mudaram as expectativas: a venda da Pismo por US$ 1 bilhão para a Visa, a aquisição da Elo7 pelo Enjoei e o anúncio de rodadas de investimento mais parrudas.
Os três destaques de rodadas foram a Sami, startup de planos de saúde para micro e pequenas empresas, com investimento de US$ 18 milhões; a Cobli, empresa de tecnologia para logística, que recebeu investimento de R$ 100 milhões; e a Digibee, startup brasileira de software, que levantou rodada de mais de US$ 60 milhões.
Com o inverno das startups, com menos investimento disponível e termos mais severos para receber investimento, os empreendedores que precisavam fazer captações tiveram que aceitar valuations mais amargos. Em geral, inferiores aos de rodadas anteriores.
Os down-rounds (nova rodada com valor de mercado inferior a anterior) e os flat-rounds (nova rodada com mesmo valuation) se tornaram mais comuns no período. Agora, no entanto, uma notícia animadora vem do mais recente relatório da Carta sobre os valuations no segundo trimestre do ano.
Os dados revelam que em cada estágio, desde seed até a série D, houve um aumento na média do valuation pré-money. Ainda mais impressionante, quatro desses estágios (seed, A, B e C) têm valuations acima ou próximos aos do primeiro trimestre de 2021.
O inverno parece estar próximo do fim no Brasil também: junho foi o quarto mês seguido com aumento no volume investido nas startups brasileiras. Segundo o Distrito, foram investidos US$ 778,1 milhões nos primeiros seis meses de 2023. Uma queda de 51,4% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Mesmo com a queda no primeiro semestre, os investimentos estão indo em uma direção positiva. Um exemplo disso é o mês de junho, que registrou o quarto aumento consecutivo no volume de investimentos.
Gustavo Gierun, cofundador e CEO do Distrito, afirmou: “Desde o início do ano, temos enfrentado um cenário de restrição monetária global que continua a afetar o interesse por investimentos arriscados, mas estamos observando uma melhora gradual, com a quantidade de negócios se mantendo estável e o volume de investimento aumentando”.
Em geral, vários indicadores mostram que há espaço para otimismo, embora o mercado deva continuar cauteloso por um tempo. Com esse retorno à normalidade, fica cada vez mais claro que 2021 foi de fato um ano fora da curva.
Para Michael Frase, sócio da Ilha Capital, o mercado não vai voltar rápido, mas já se percebe sinais positivos. “É ótimo ver essas noticias da Carta agregando essas estatísticas de melhora do mercado americano entre o primeiro e segundo trimestre, mas a Série D ainda está bem difícil comparando os valuations de 2021. Acho que o mercado ficará menos volátil de agora até o final do ano, mas será uma volta devagar”, completou Frase.
Na Captable, a aceleração dos investimentos também já é percebida: finalizou recentemente a quarta rodada do ano e está próxima de alcançar os R$ 100 milhões investidos – e tudo isso em menos de 4 anos de operação. Só no primeiro semestre, a plataforma já captou mais de R$ 8,7 milhões!
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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