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3 razões pelas quais a Apple desviou da crise das Big Techs

Desde o início da pandemia, Big Techs estão sofrendo com crise de chips, crise de suprimentos, alta nas taxas de juros e inflação global. A Apple, no entanto, parece ter encontrado maneiras de driblar a crise.

3 razões pelas quais a Apple desviou da crise das Big Techs

Foto: Divulgação/Apple

, Produção de Conteúdo

10 min

17 nov 2022

Atualizado: 19 mai 2023

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Apple, Amazon, Google e Facebook (hoje Meta), ou “The Four”, como escreveu o guru do Vale do Silício, Scott Galloway, costumavam ser quatro Big Techs gigantes que inspiraram o mundo todo, independente de segmentos. Não que não inspirem mais, mas, com o tempo, algumas crises foram tomando conta do mercado.

Amazon e Meta saíram do “Clube dos Trilhões”, e agora só restam: Apple, avaliada em US$ 2,4 trilhões; Microsoft, avaliada em US$ 1,7 trilhão; Google, avaliado em US$ 1,2 trilhão. Big Techs sempre serão uma inspiração para o mundo, ainda que algum dia alguma delas deixe de existir.

Estudar sua trajetória, desde o ínicio, a construção e manutenção do império, e até mesmo uma possível queda, nos ajuda a entender como tornar uma empresa uma Organização Infinita, e o que evitar para não perder o posto de perpétua. 

Curioso é que, dentre as Big Techs, todas sentiram algum efeito da crise global durante a pandemia do Covid-19. Mas houve uma que não sentiu tanto assim quanto as outras; aliás, que cresceu bastante e apresentou números impressionantes mesmo em meio a um cenário caótico.

Nós listamos 3 motivos evidentes pelos quais a Apple continua vencendo.

1. Observe a concorrência

A empresa da maçã fez uma jogada de mestre em 2021 ao demandar, em qualquer dispositivo com sistema iOS (iPhone, iPad, Macbook etc), que as plataformas que lucram através de anúncios solicitassem a permissão dos usuários antes de rastreá-los. 

Isso, na era dos dados, causou um impacto gigantesco em grandes nomes como Facebook, que alimenta sua receita sobretudo de anúncios, e necessita de dados dos usuários para uma melhor precisão e direcionamento dos anúncios. 

O impacto foi tão grande que, devido a somente 16% dos usuários de iOS estarem de acordo com a política de privacidade e aceitarem mesmo assim o rastreamento de dados, as plataformas de anúncios digitais perderam cerca de 84% de sua receita bruta. 

Para a Apple, que não sobrevive de anúncios, o impacto foi nulo. Se visto de outra ótica, foi inclusive positivo, por desbancar muitos concorrentes. 

2. Servicilização 

Tendência entre as Big Techs e Organizações Infinitas, a rede de serviços da Apple se tornou sua segunda fonte de renda mais lucrativa nos últimos 2 anos, perdendo apenas para o carro-chefe, iPhone. 

A termos de comparação, no primeiro trimestre de 2022, a receita da marca ficou dividida assim:

• iPhone: US$ 50,57 bilhões
• Serviços: US$ 19,82 bilhões
• Macs: US$ 10,43 bilhões
• Wearables, casa e acessórios: US$ 8,81 bilhões
• iPad: US$ 7,65 bilhões

Dentre os serviços, podemos citar o streaming de vídeo Apple TV+, o streaming de música Apple Music, e jogos, Apple Arcade. A empresa também tem ganhado com o mercado de healthtech, e feito números com o Apple Fitness.

As mais de 900 milhões de assinaturas pagas em serviços da empresa, compensam a desaceleração nas vendas de hardwares. 

3. Menos é mais

“Como outras grandes empresas de tecnologia, até a Apple está sofrendo com o impacto negativo de um cenário macro cada vez pior e dos problemas contínuos da cadeia de suprimentos, embora tenha feito um trabalho melhor ao navegar pelo ambiente desafiador”, diz Jesse Cohen, analista do Investing.com.

O iPhone 14 teve sua produção reduzida nas versões Max e Pro, devido ao baixo desempenho em vendas. A crise dos suprimentos é real, e o público criticou a falta de inovação de um iPhone para outro, mudando apenas alguns poucos detalhes. 

Isso não foi o suficiente para que a o lucro da Apple balançasse - muito pelo contrário. O lucro de 34,64 bilhões de dólares da empresa no primeiro trimestre de 2022, superou todas as expectativas de Wall Street e garantiram um ROI (retorno sobre investimento) de 35% em relação aos custos de 9% da Apple. Números muito positivos para um cenário de crise.

A Apple continua oferecendo soluções muito pautadas em tecnologia, sem deixar de lado a simplicidade - princípio abordado no livro Organizações Infinitas -, sua marca registrada. 


As Big Techs são sempre estudadas no Podcast Organizações Infinitas, e inspiram todos os dias nossos professores-autores e milhares de empresários ao redor do mundo. No mais novo episódio do Podcast, discutimos sobre a Crise das Big Techs. Assista na íntegra:
 

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Produtora de conteúdo na StartSe, roteirista e organizadora do Podcast Organizações Infinitas.

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