Como esportistas de alta performance podem contribuir para a formação de bons gestores
Magic Johnson (Foto: João Branco)
, Jornalista
9 min
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16 jan 2024
•
Atualizado: 16 jan 2024
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“Quero, de alguma forma, poder ajudar as pessoas a vencer, a seguirem adiante”. A frase foi dita na segunda-feira (15/01), durante a NRF, por Magic Johnson.
Mas esse é só um exemplo de como esportistas de alta performance podem contribuir para a formação de bons gestores. Veja só:
Os desafios são barreiras que colocaram na sua vida que só você pode superar. Essa frase até poderia ser de um líder motivacional, mas ficou marcada na história do futebol por um filósofo do campo.
Antes de alcançar um dos postos mais vitoriosos da história do futebol mundial, Cafú, capitão do pentacampeonato brasileiro em 2002, foi reprovado em 8 seletivas para ingressar em um clube, lá na base, e não desistiu.
O ex-jogador conta que, toda vez que voltava para casa após mais um resultado negativo, escutava a tal frase do pai.
Ensinamentos esses que não valem só para o mercado do futebol, mas que podem ser facilmente aplicados.
Como lideranças nos deparamos com desafios diariamente. Nós reconhecemos, mas não lidamos bem com os erros dos outros nem com os nossos. Muitas vezes agimos como o meio.
Por muito tempo, por isso, acreditava-se que um nome líder era autoritário, rígido e forte nas suas opiniões.
Mas o que o esporte tem nos ensinado é que podemos ser flexíveis e ao mesmo tempo determinados, incluindo a opinião da equipe, sem deixar de emitir e debater sobre a nossa própria.
“Dá autonomia de tomada de decisão”, garante Fábio Faborges, atleta de alta performance do esporte paralímpico.
Talvez um dos maiores benefícios seja perceber o valor da construção coletiva para alcançar as metas estipuladas.
O esporte pode até ser praticado individualmente na competição, mas existe um time grande envolvido para que isso seja possível. Como uma apresentação para a diretoria, por exemplo.
Você, enquanto líder, pode ir sozinho, mas leva o resultado de um grande trabalho coletivo desempenhado pela a área que é responsável.
“O esporte traz uma visão integrada em que o sucesso é fruto de construções coletivas organizadas coletivamente”, afirma João Vicente, consultor financeiro.
Distrações são temidas por todo líder, inclusive, para ele próprio. Se um nadador for consumido pelos pensamentos, perde a posição.
São milésimos de segundo que separam o primeiro do último concorrente em uma competição.
Por isso, o hiperfoco e o controle mental são essenciais para um bom líder e, sobretudo, para um bom profissional.
Enquanto seres humanos temos uma tendência ao imediatismo. Somos julgadores em medir o tempo e a performance do mercado apenas diante da nossa ótica.
Nenhum esportista se tornou campeão jogando apenas uma vez. Nem sempre ganha só quem marca a cesta ou o ponto, mas quem sabe defender também.
É preciso se fortalecer na estratégia e entender que faz parte do processo. Assumir metas irreais, por vontade própria, pode ser devastador para o seu negócio.
Uma empresa não é uma ilha, ela se conecta com um mercado vivo e atento, tanto quanto os profissionais da sua empresa. Por isso, é preciso muito estudo e muitas análises até que se consiga chegar ao resultado esperado.
Descobrimos recentemente a importância de se equilibrar a quantidade de trabalho com os cuidados da mente, das emoções, com as atividades pessoais. Entendemos que um profissional bom é um profissional saudável.
E um bom líder sabe valorizar isso tudo. recentemente, muitos esportistas interromperam suas participações em competições dos sonhos por não apresentarem um estado emocional equilibrado.
“Os benefícios são diversos, só o fato de ter uma rotina te faz ter disciplina facilitando muito o cotidiano, a qualidade de vida é imensurável a atividade física trabalha corpo, alma e mente e isso é pra vida de todos não apenas do atleta profissional”, garante Faborges.
Há muitos fatores que podem descredibilizar um líder. Um mercado desaquecido, uma concorrência mais agressiva, equipe desmotivada, empresa com cobranças excessivas.
Mas o esporte mostra que a motivação faz muita diferença para encarar os problemas.
Torna-se um líder capaz de buscar novas soluções para um produto, ter soluções diferentes dos concorrentes (seja em qual âmbito for), treine seus liderados ou encontre mecanismos de se apoiarem entre pares, propõe novos programas.
Um profissional que recupera a sua autonomia faz a diferença na equipe corporativa assim como no esporte. Quem não se lembra do 7 x 1 que o Brasil levou da Alemanha na Copa do Mundo, realizada aqui, em território nacional? Abalados, os jogadores não conseguiam desempenhar lances tidos como básicos. E o pior, nem o líder conseguiu recuperar a sua autoconfiança.
Agir com transparência. Torna-se inspiração. Ao agir com ética, sem mentir sobre as dificuldades, valorizar os pontos positivos, te permitirá, enquanto líder, demonstrar empatia e segurança.
No esporte, não há como esconder o resultado. Ganhou medalha? Venceu o adversário? E na empresa também não se deve haver segredos, para não dar margens para interpretações erradas e para que a mensagem da empresa seja uma só, ainda que o cenário seja desafiador.
Mas é importante também reconhecer os pontos positivos, os avanços do time e os seus também. Resultados ruins não serão para sempre ruins. Habilidades podem ser adquiridas. É preciso estar atento e reconhecer os caminhos.
“Não há jogo ganho nem jogo perdido. É preciso treinar e analisar com detalhes, entendendo os pontos fortes que te levarão a grandes conquistas”, afirma Vicente.
Uma pesquisa recente da Gallup revela que um líder tem influência de até 70% no engajamento dos funcionários com o negócio. Por isso, aprimorar as técnicas de uma boa gestão pode ter um resultado decisivo no futuro de uma empresa.
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Simone Coelho é jornalista com especialização em roteiro e storytelling. Começou a sua carreria no mercado editorial escrevendo sobre temas variados, mas durante anos trabalhou também no mercado empresarial, com a construção de conteúdos segmentados e treinamentos. Hoje, divide o seu tempo entre os dois cenários e segue apaixonada pela escrita.
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