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7 startups promissoras que cometeram erros e acabaram naufragando

Todas elas cometeram erros, que variam do excesso do otimismo até casos de fraude.

7 startups promissoras que cometeram erros e acabaram naufragando

Sede da Theranos (foto: Getty)

, Head de Conteúdo

25 min

14 mai 2021

Atualizado: 8 ago 2023

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Ter uma startup não é nada fácil. Se você é empreendedor, sabe muito bem como é. Algumas prosperam e se tornam gigantes, enquanto outras, infelizmente, acabam fechando as portas algum tempo depois.

Separamos aqui 7 histórias de startups internacionais. Há muitas outras. Todas elas cometeram erros, que variam do excesso do otimismo até casos de fraude.

Todas elas apontam alguma lição muito importante para nosso leitor, que fará bem em fugir dos problemas que mataram todas elas.

Theranos

Fundadora da Theranos Elizabeth Holmes (Foto: Gilbert Carrasquillo / Colaborador via Getty Images)

Começando pelo caso mais trágico, talvez. A Theranos é um nome bem recente, com os problemas da empresa começando apenas no ano passado. Ela chegou a ser avaliada em US$ 9 bilhões – quase se tornando um decaunicórnio.

A sua fundadora, Elizabeth Holmes, era comumente comparada com Steve Jobs e se tornou a mulher mais rica do mundo, entre as que tinham feito sua própria fortuna. Parecia ser uma das principais startups do mundo. O problema é que tudo não passava de uma grandíssima mentira.

A empresa, supostamente, tinha um método revolucionário de análise de sangue, que permitiria as pessoas terem um controle maior da saúde delas. Mas não funcionava e a empresa fazia questão de esconder o máximo os seus “segredos”.

A companhia tinha uma grande parceria com a rede de farmácias Walgreens, mas, nestes lugares, fazia testes convencionais de sangue.

Um venture capitalist foi fazer um exame de sangue e acabou descobrindo. Foi um começo para desbaratar o “esquema Theranos”. Logo depois, descobriu-se que o teste revolucionário não era confiável e que a empresa tinha vários erros. A temperatura do escritório era adequada ao tipo de vestimenta usada por Holmes (e não aos pedidos dos técnicos de uma empresa de biotecnologia). O conselho da companhia era formado basicamente por militares, e não por médicos.

Resultado: a empresa teve que fechar seus dois laboratórios de pesquisa, Holmes perdeu tudo que tinha e a companhia tenta se salvar pivotando para um serviço de detecção de doenças, como Zika Vírus.

Pebble

Pebble Smartwatches (foto: divulgação)

A Pebble é outro nome recente desta lista. A companhia nasceu como uma campanha de Kickstarter, em 2012. O fundador, Eric Migicovsky, buscava US$ 100 mil para financiar sua companhia de smartwatches. A meta foi atingida em poucas horas e, eventualmente, superou a marca para mais de US$ 10 milhões. Foram 85 mil pedidos registrados. Parecia o começo de uma empresa promissora.

O sucesso da empreitada e as subsequentes campanhas do Kickstarter, junto com a atenção que a mídia deu em cima do fenômeno, sem dúvidas fizeram com que Migicovsky acreditasse em sua empresa e nos prospectos de crescimento, à ponto de ele rejeitar uma oferta de US$ 740 milhões da Citizen, uma companhia japonesa de 86 anos.

As coisas não deram certo, sobrou arrogância e o produto não foi bem aceito ao mercado. Migicovsky acabou vendendo os softwares e a propriedade intelectual da Pebble ao concorrente Fitbit, por menos de US$ 40 milhões. E Migicovsky não levou nada desta operação – já que as dívidas da Pebble continuaram com ele.

Altavista

Esse era, talvez, o melhor buscador na virada do milênio. E ele ainda tinha um tradutor de línguas (que, diga-se de passagem, eu usava) e foi a primeira empresa do mundo a oferecer um servidor de e-mail totalmente gratuito, em 1998. Chame-o de Google antes do Google.

Com tanto potencial, o que faltou? Criatividade. Pode parecer óbvio agora, mas ninguém conseguiu pensar em uma forma de monetizar um serviço de buscas.

A Compaq comprou o serviço em 1999, quando ele era o maior buscador da internet e trabalhou para fazê-lo um portal parecido com o do Yahoo! Não deu certo. Depois de mudar de mãos algumas vezes, a companhia foi adquirida pelo próprio Yahoo em 2003 e acabou sendo desativado em 2013, embora recebesse poucos resultados até então. Sua história é tristemente muito parecida com a empresa que a comprou.

Home page do Altavista em 1996 (foto: reprodução)

Boo.com

Ninguém queimou dinheiro com tanta agressividade quanto a Boo.com. Sobrou ambição para a companhia britânica, mais uma das vítimas da bolha do fim dos anos 2000.

A companhia nasceu com grandes expectativas sobre ela, recebendo investimentos de grandes bancos como JP Morgan e Goldman Sachs. A expectativa era tão grande que a Fortune chamou a Boo de uma das empresas mais bacanas da Europa antes do próprio lançamento. Ela queria se tornar a loja fashion mais impressionante da internet, no mundo inteiro. De uma vez só.

Com tanta expectativa e dinheiro de investidores fácil, a empresa queimou inacreditáveis US$ 135 milhões em 3 anos.

A empresa, no lançamento, tentou vender seus produtos em 18 países diferentes (e lembre-se: na virada do milênio o Euro estava começando a existir, era difícil operar na Europa). Ela queria ser uma gigante de e-commerce online, talvez 10 anos antes do devido. Até a Amazon sofreu com excesso de ambição nesta época.

Ao invés de milhões de consumidores, apenas alguns vieram. Apenas 20% do Reino Unido estava conectado à internet na época e o costume ainda não era de adquirir coisas pela internet.

Com uma estrutura gigantesca logo no lançamento, a empresa continuou a torrar dinheiro, chegando ao valor total em 2000, quando fechou as portas. Uma coisa interessante do fechamento da Boo é que eles sempre foram acusados de privilegiar o marketing, mas não tentaram fazer a experiência do usuário ser boa.

Webvan

Caminhão de entregas da Webvan (foto: Mark Coggins/ Creative Commons)

Mais uma da bolha do fim do século passado. É uma história de como você pode criar o negócio certo, no momento errado.

A Webvan tinha a intenção de deixar as pessoas comprarem alimentos via internet, com a entrega sendo realizada 30 minutos depois da aquisição. Parece sensacional, certo?

George Shaheen, CEO da Webvan, acreditava que 35% dos consumidores estariam realizando compras online em 2003 ou 2004, então ele se preparou para a demanda destes consumidores imaginários, comprando vários caminhões e abrindo vários centros de distribuição ao redor dos Estados Unidos.

Cedo demais e a demanda não veio (no começo da internet, raramente as pessoas faziam compras nela), fazendo com que a empresa morresse em 2001.

Se Shaheen tivesse validado sua ideia antes, teria evitado boa parte de seu prejuízo. Além disso, ele não estava errado: só estava radicalmente à frente de seu tempo.

Pay By Touch

Pay By Touch (foto: divulgação)

A última história  é mais uma prova de que, para comandar uma startup de sucesso, é necessário ter caráter.

A Pay By Touch, tinha uma bela tecnologia, financiamento e clientes – mas perdeu tudo por conta do fundador John Rogers.

A empresa permitia que as pessoas pagassem ou autorizassem transações via biometria, desde 2002, quando isso não era muito comum.

Um sistema super seguro que deveria reduzir (e muito) as fraudes no comércio. Ela chegou a levantar US$ 340 milhões (inclusive celebridades apoiaram a companhia) e a ter 800 funcionários.

Mas a própria fraude era o CEO. Durante os melhores anos da companhia, ele foi acusado de abuso doméstico, posse de drogas e de tomar o dinheiro da companhia para uso pessoal. E sua vida caótica teve um efeito ainda pior na sua companhia, que carecia, efetivamente, de um comandante.

No dia 19 de março de 2008, a empresa desligou seus serviços sem nem notificar seus clientes – embora tenha vendido a maior parte de seus ativos posteriormente. Pior ainda: investidores processaram o banco de investimentos UBS, alegando que eles tinham ocultado o histórico criminoso de John Rogers ao recomendar o investimento. Uma bagunça.

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Head de Conteúdo e Partner na Startse. Mais de 20 anos de experiência na coordenação e produção de conteúdo editorial e para marcas. Fala sobre estratégia, inovação, tecnologia e comunicação.

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