O modelo chinês que superou OpenAI e Meta sacudiu o Vale do Silício, desencadeando investigações, pânico no mercado e uma nova escalada na guerra fria da inteligência artificial.
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, redator(a) da StartSe
6 min
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6 fev 2025
•
Atualizado: 6 fev 2025
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O mundo da inteligência artificial (IA) está em ebulição. O recente lançamento do DeepSeek R1, um modelo chinês de IA que superou OpenAI e Meta em benchmarks, a um custo significativamente menor, detonou um efeito cascata no Vale do Silício.
Investidores entraram em pânico, bilhões de dólares evaporaram do mercado e suspeitas de espionagem tecnológica entraram em cena. Mas estamos testemunhando um avanço legítimo ou um escândalo de proporções geopolíticas? Por trás disso, duas nações disputam poder e liderança econômica: EUA e China. Por trás dessas nações figuras que querem protagonismo político: Donald Trump e Xi Jinping.
A DeepSeek, financiada pelo governo chinês e com acesso a um ecossistema robusto de engenheiros de IA, lançou um modelo que promete rivalizar com os melhores LLMs (Large Language Models) ocidentais. A um custo de inferência de apenas US$ 0,55 por milhão de tokens, comparado aos US$ 15 do modelo equivalente da OpenAI, a DeepSeek se posiciona como uma alternativa disruptiva e altamente acessível.
Contudo, o que deveria ser um marco de inovação pode ser, na verdade, um escândalo de espionagem corporativa. Microsoft e OpenAI abriram uma investigação sobre o possível uso de "destilação de modelos", uma técnica que permitiria a DeepSeek absorver conhecimento dos modelos da OpenAI sem acesso direto ao código fonte.
Segundo a Bloomberg, a Microsoft detectou um volume suspeito de dados sendo extraído via API da OpenAI no final de 2024, levantando a hipótese de que a DeepSeek tenha utilizado informações obtidas de maneira ilegal.
O impacto no mercado foi imediato. A Nvidia perdeu quase US$ 600 bilhões em valor de mercado, e um total de US$ 1 trilhão evaporou das big techs. A resposta veio rápida: Mark Zuckerberg anunciou um investimento de US$ 60 bilhões na infraestrutura de IA da Meta para 2025. Enquanto isso, o governo dos EUA avalia novas restrições contra empresas chinesas, replicando o cerco imposto à Huawei na disputa pelo 5G.
Caso a DeepSeek seja confirmada como culpada de roubo de dados, medidas legais e sanções comerciais podem ser impostas, dificultando sua capacidade de operar no ocidente. O caso pode inclusive servir de pretexto para que governos ocidentais, liderados por Trump, imponham regulações ainda mais rígidas contra a China no setor de IA.
Criada como uma organização sem fins lucrativos com a missão de democratizar a IA, a OpenAI agora age como uma corporação tradicional, protegendo ferozmente sua propriedade intelectual.
Seu movimento contra a DeepSeek levanta uma questão essencial: estamos testemunhando um embate contra espionagem tecnológica ou uma estratégia desesperada para manter a hegemonia no setor? Se a ideia era democratizar, não seria positivo para a Open AI ter uma concorrência desse porte? Não é bem assim, ao que parece.
De um lado, a OpenAI e Microsoft defendem seus investimentos bilionários. De outro, a China busca consolidar sua posição como líder global em IA, num jogo de xadrez que pode moldar o futuro da tecnologia.
A Inteligência Artificial, que antes era vista como uma revolução puramente tecnológica, está rapidamente se tornando uma questão de soberania nacional.
A pergunta que fica é: qual será o próximo movimento nessa guerra fria digital? A DeepSeek sobreviverá às acusações? OpenAI e Microsoft conseguirão manter seu domínio? O tabuleiro está armado, e as peças estão em movimento. Você verá mais vezes esse assunto por aqui, certamente.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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