Nunca é tarde para empreender: A incrível história de Colonel Sanders, do KFC
Loja da KFC nos Estados Unidos (imagem: reprodução)
, Redator
17 min
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10 fev 2021
•
Atualizado: 30 jul 2024
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Você acha que está tarde demais para empreender? Bom, talvez seja a hora. Não importa quantos anos você tem, ou qual a condição da sua vida neste exato momento, a história de Harland David Sanders, o famoso Colonel Sanders do KFC mostra exatamente uma coisa: nunca é tarde demais para perseguir seu sonho.
Para deixar bem resumido: ele foi criar o que virou o KFC só aos 40 anos de idade, seu negócio realmente só começou a decolar mesmo depois dos 65 (depois de ser afetado por inúmeras crises) e ele vendeu por US$ 2 milhões (quem comprou vendeu por US$ 285 milhões apenas seis anos depois) e ainda foi fazer mais um restaurante com mais de 70 anos de idade. Isso depois de ser demitido diversas vezes, ver TODO tipo de acontecimento quebrar seus negócios anteriores. Fora uma infância horrível, perder a carreira de advogado no meio do caminho, um casamento infeliz… enfim, o que dava para dar errado com ele, deu.
Mas passou seus últimos anos com muito sucesso e foi reconhecido mundialmente pelas suas qualidades. Sanders é o exemplo máximo de resiliência, essa característica tão necessária para empreendedores terem sucesso.
Sanders nasceu no dia 9 de setembro, em 1890, no estado americano do Indiana (o Kentucky ainda vai entrar na sua vida mais tarde). Ele era o mais velho das três crianças de Wilbur David e Margaret Ann Sanders, uma família tradicional americana. Seu pai trabalhava numa fazenda e a mãe era uma cristã devota, frequentemente avisando seus filhos dos perigos do álcool, tabaco e vícios em jogos.
Aos cinco anos de idade, a primeira coisa ruim acontece na vida de Sanders. Seu pai chega do trabalho com febre e morre um pouco mais tarde, obrigando a mãe a ir para o mercado de trabalho (inusitado para a época). Harland foi obrigado a aprender a cuidar de seus irmãos pequenos e cozinhar para eles. Aos sete anos de idade, já era um bom cozinheiro. Nesta época, já era seu costume ter que procurar alimentos na fazenda quando sua mãe passava vários dias fora de casa para trabalho. Aos 10, começou a trabalhar como ajudante na fazenda.
Em 1902, a mãe de Sanders casou novamente, fazendo com que a família se mudasse para a cidade de Greenwood. Esse não foi um momento feliz na vida dele, por conta de um péssimo relacionamento com o padrasto. Ele largou a escola logo depois, na sétima série (afirmando que a “álgebra foi o que me expulsou de lá”) e saiu de casa aos 13 anos de idade – trabalhando pintando carroças de cavalos em Indianópolis e depois como ajudante de uma fazendo no sul do estado. Em 1906, com 16 anos de idade, foi morar com um tio e conseguiu um emprego como motorista no transporte público da cidade.
Nesta época, ele falsificou sua idade para poder entrar no Exército Americano. Por lá, ficou um ano (chegando a ser estacionado em Cuba) antes de ser dispensado em fevereiro de 1907. Nesta época, Sanders se mudou para casa de outro tio no Alabama (no sul dos Estados Unidos), onde trabalhou como ferreiro para uma companhia de trem, limpando trilhos. Logo depois, ele foi “promovido” para uma posição melhor: era ele que jogava o carvão na fornaça do trem para mantê-lo funcionando.
Ele continuou trabalhando nessa posição por vários anos em diversas companhias de trem e acabou conhecendo Josephine King, com quem casou e teve três filhos (duas meninas e um menino). Como desgraça é pouca na vida de Sanders, o primeiro filho acabou morrendo. Mudando mais uma vez de companhia ferroviária, ele acabou se mudando para Jackson, no estado do Tennessee, onde ele começou a estudar direito por correspondência na Universidade de La Salle.
Ele perdeu o emprego por brigar com um colega de trabalho e viu sua esposa se mudar (com os filhos) para a casa dos pais. Logo então, ele começou a praticar advocacia em Little Rock e começou a ganhar dinheiro o suficiente para que sua família se mudasse para morar com ele. Novamente, a desgraça o atingiu. Sua breve carreira como advogado terminou após ele brigar fisicamente com o cliente dentro da corte.
Ele teve que mudar para a casa da mãe em Henryville e voltou a trabalhar para companhias ferroviárias. Em 1916 ele conseguiu se mudar para Jeffersonville, onde iria trabalhar como vendedor de seguro de vida na Prudential Life Insurance Company. Pouco tempo depois foi demitido por insubordinação e mudou-se para Louisville, onde ele foi trabalhar de vendedor.
Em 1920, talvez cansado de tanta demissão, Sanders abriu uma companhia de transporte aquaviário, que operava uma pequena embarcação entre Jeffersonville e Louisville. Ele conseguiu levantar dinheiro e virou um acionista minoritário na própria empresa, tomando a posição de secretário. A companhia foi um sucesso, e ele logou aceitou um emprego na Câmara do Comércio de Columbia, Indiana – abandonando o cargo um ano depois ao admitir que não era muito bom neste emprego.
Ele vendeu as ações na companhia de transporte, recebendo cerca de US$ 22 mil, o que era um bom dinheiro para época. Resolveu então abrir uma empresa que produziria lâmpadas de acetileno. Empresa esta que quebrou após um concorrente lançar uma lâmpada elétrica. Novamente ele se mudou e foi para Winchester, no Kentucky para trabalhar na fábrica de pneus da Michelin. Em 1924 a empresa fechou a fábrica e ele foi demitido.
Logo depois da demissão, ele encontrou um executivo da Standart Oil de Kentucky, que o sugeriu abrir um posto de gasolina. Sanders o fez e teve sucesso, até fechar o posto em 1930, por conta da Grande Depressão que começou em 1929. A Shell ofereceu um posto de gasolina de graça em North Corbin, também no Kentucky, em retorno por uma porcentagem das vendas de combustível. Por lá, ele começou a vender pratos de frango e também operar um hotel no posto de gasolina.
Nessa época, se envolveu em um tiroteio com um competidor, chamado Matt Steward, que acabou matando um funcionário da Shell que acompanhava Sanders. Steward foi condenado, o que eliminou a competição de Sanders. Em 1935, ele foi comissionado como coronel do Estado do Kentucky e em 1939 recebeu uma das maiores recomendações possíveis para restaurantes nos Estados Unidos. A coisas começavam a anddar bem para ele e o que viria a ser o KFC.
Em julho daquele mesmo ano, ele adquiriu um hotel na Carolina do Norte. Em novembro, o restaurante e o hotel em North Corbin pegaram fogo e ele os refez como um restaurante para 140 pessoas. Em julho de 1940 ele terminou sua famosa Receita Secreta e tudo parecia andar bem. Contudo, os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial, o que fez com que os produtos fossem racionados – o que o fez fechar seu hotel da Carolina do Norte. Ele foi trabalhar como supervisor em Seattle e voltou para trabalhar como assistente de gerente em uma cafeteria no Tennessee.
Nesse período, a sua amante foi gerente do restaurante e hotel de North Corbin, que ia mal, mas ainda existia. Em 1947, ele divorciou de Josephine e casou com a amante, Claudia Ledington-Price em 1949. Em 1950, ele foi novamente transformado em coronel do estado do Kentucky.
Em 1952, aos 62 anos de idade, Sanders franqueou sua receita pela 1ª vez, para um homem chamado Pete Harman em South Salt Lake, no Estado do Utah. Ele era operador do maior restaurante da cidade. E foi um grande sucesso, com as vendas do restaurante crescendo 75% por conta do frango frito do KFC. Harman, por conta do frango frito, conseguiu se diferenciar dos outros restaurantes da região.
Foi lá em Utah que criou-se o nome “KFC” – um pintor contratado por Harman pensou no nome para criar uma imagem de hospitalidade sulista e exótico. O nome pegou e vários outros restaurantes franquiaram o produto pagando cerca de US$ 0,04 por frango vendido.
Só que a vida de Sanders não ficou mais fácil depois disso. Aos 65 ano ele teve que vender o restaurante de Kentucky por conta da queda no número de consumidores. Mas ele não fez isso por conta da qualidade do frango: o governo resolveu construir uma outra rodovia que levou os carros para lá. Um grande restaurante na rodovia “secundária” estava mesmo destinado a quebrar.
Sanders só tinha suas reservas (pequenas) e recebia US$ 105 por mês da segurança social. Foi quanto ele resolveu trabalhar pesado pela nova franquia que estava nascendo. Abriu um novo restaurante modelo e sede da empresa em Shelbyville e cruzou o país para franquear seu produto. Ele geralmente dormia no carro, visitava restaurantes, cozinhava o frango e, caso as pessoas gostassem, negociava os direitos de franquia.
Em pouco tempo as pessoas começaram a visitá-lo para franquiar seu restaurante – o que mostrava o sucesso da empreitada. Ele patenteou suas invenções, abriu lojas no Canadá, Inglaterra, México e Jamaica no meio dos anos 60. Quando viu, já eram 600 localidades vendendo o frango de Sanders. O que era muito para um senhor da idade dele cuidar.
Em 1964, aos 73 anos de idade, ele vendeu a empresa por cerca de US$ 2 milhões, passando a ser um embaixador da marca com salário (seus salários inicialmente eram de US$ 40 mil, depois passando para US$ 75 mil). Ele manteve, porém, as lojas no Canadá e vendeu as operações na Inglaterra, Flórida, Utah e Montana para outros parceiros.
Ele mudou para o Canadá para continuar a cuidar das suas operações por lá e continuar a receber o dinheiro pelas franquias e trabalho no Canadá e Estados Unidos. Ele morou no Canadá de 1965 até 1980, mas trabalhando muito para manter sua imagem: viajava cerca de 200 mil milhas por ano por conta disso. Ele ficou frustrado com a qualidade do produto depois da venda.
O suficiente para ele começar a visitar lojas sem avisar e jogar a comida no chão caso ela não lhe agradasse. Em 1973 ele processou a companhia que comprou a operação, o que fez com que a empresa o processasse de volta.
Frustrado, Sanders e esposa reabriram o seu restaurante na Carolina do Norte, como “Claudia Sanders, a Esposa do Coronel”. Lá, eles serviam o mesmo frango do KFC como parte do menu principal e queriam expandir para uma rede. Foram impedidos, porém, ao serem processados pelo próprio KFC. Conseguiu um acordo que lhe permitia vender a sua própria invenção, mas não muito mais que isso. O restaurante existe até hoje.
No fim da vida, ele usou suas reservas para criar uma instituição de caridade, que apoia outras instituições e dá bolsas de estudos. A espetacular trajetória de Sanders terminou em 1980, quando ele descobriu uma terrível leucemia. Bem de vida (mas muito menos rico do que poderia), Sanders trabalhou até um mês antes de falecer – tendo a certeza que criou um império riquíssimo, apesar dos percalços.
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A história do Coronel Sanders é inspiradora por vários motivos: além de mostrar que não há idade para empreender e construir um negócio, também mostra quantas transformações e solavancos de mercado você precisa enfrentar para erguer um negócio de sucesso. As transformações do mercado e os solavancos não diminuíram nos últimos tempos. Pelo contrário: aceleraram exponencialmente. Por isso, a capacitação e olhar 360 para os novos negócios, tecnologia e gestão são fundamentais para empresas atuais sobreviverem ao futuro. No StartSe Executive Program, capacitamos milhares de empresários e executivos em 3 dias com o que há de mais atual diante das principais transformações dentro e fora do mundo dos negócios. Conheça aqui o programa. O mercado não vai parar de mudar, por isso você precisa ter atenção nisso para (continuar) mudando e evoluindo o seu negócio. Saiba mais!
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