A maquininha de cartão morreu. Vida longa à maquininha de cartão
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29 mai 2024
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Atualizado: 29 mai 2024
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A maquininha de cartão morreu. Pelo menos em seu formato mais tradicional, que tem como única função passar o cartão. Agora, ela ganhou uma outra cara. Com a adição de novos recursos e também novos formatos – podendo nem ser uma maquininha de fato -, ela renova e prolonga o seu reinado.
“Tem uma maquininha hoje que é uma solução de pagamento. Ela vai aceitar um TED, um Pix, uma outra forma de pagamento. A gente está vendo um aparelho com um celular ou um tablet virando uma máquina de cartão para oferecer outra opção, pra ela sair efetivamente daquele formato tradicional e se tornar um ponto de vendas (POS) mesmo” disse André Martins, CTO da Zoop, durante o Zoop Summit, em São Paulo. O Startups foi media partner do evento.
Para ele, esse novo momento exige, inclusive, que os aparelhos sejam chamados de outra forma. “Maquininha é um nome muito ruim. [O que ela é] é um device que vai estar na ponta”, completou.
Duda Davidovic, superintendente de design e inovação de produto da Elo, traçou um cenário de um uso ainda mais amplo nesse cenário de evolução. “O cliente vai ser o dono. Vai ser o dono daquele saldo de pagamento dele, vai ser o dono do dado dele. Então quando a gente chegar em uma maquininha, a gente não vai chegar mais só com o cartão. Vai chegar com o Pix. A gente vai chegar lá com esse escopo que é muito maior de autonomia, com Open Banking, Open Finance, blockchain e assim por diante”, destacou.
Ela acrescentou também o Drex, que pode permitir que, na hora de um pagamento, as duas partes envolvidas estejam desconectadas da internet. “Isso está na agenda do Banco Central e está na agenda que a gente está olhando no nosso consórcio com a Caixa e com a Microsoft”, contou.
Em sua segunda incursão no mundo dos pagamentos – depois de uma tentativa que não deu muito certo -, o iFood tem buscado não fazer uma maquininha. “O que a gente está fazendo são soluções para restaurantes. É tão mais que uma maquininha, que eu nem quero chamar de maquininha. Mas esse é o nome do mercado, então o que eu tenho é uma maquininha”, disse Thomas Barth, diretor de fintech do iFood, reforçando o movimento de ressignificação do dispositivo. De acordo com ele, a proposta é replicar a experiência de conexão entre clientes e restaurantes que o aplicativo construiu no mundo digital para o ambiente presencial.
E um componente fundamental disso é a fidelização. Pela maquininha do iFood, é possível identificar o cliente e saber se ele já é um cliente do estabelecimento frequente, seja no presencial ou no aplicativo. Também é possível criar campanhas para atrair o cliente do digital para o restaurante presencialmente, ou vice-versa. Tudo de forma tokenizada, para não ferir a privacidade de ninguém.
Uma das novidades que reforça a renovação das maquininhas é o Tap to pay. Com ele, qualquer celular – que tenha tecnologia NFC embarcada – se transforma em um terminal de pagamento. Hoje, o recurso está disponível em pouco mais da metade dos celulares brasileiros e a tendência, segundo João Banzato, gerente geral de pagamentos do Nubank, é que nos próximos cinco a seis anos, ele se torne muito grande. “Esse é o direcional”, disse.
O banco digital lançou o recurso em fevereiro para seus quatro milhões de clientes PJ e tem usado a funcionalidade como uma ferramenta de avanço no mundo dos pagamentos (usando a infraestrutura da Zoop) por conta da facilidade de uso e do baixo custo.
Perguntado se o Nubank pretende, em algum momento, ter sua própria máquina física de cartão – ou uma roxinha, aproveitando o apelido de cor que muitos fornecedores colocam em seus equipamentos – ele disse apenas “depende”. “O que a gente mais olha é quais os tipos de dores que a gente quer resolver na visão do consumidor e do vendedor. Será que o Tap vai avançando, cobrindo todos os casos de uso que a gente quer atender? Então depende muito mais de onde que a bola está indo”, explicou.
Todo esse novo cenário não significa, no entanto, que os modelos mais tradicionais irão simplesmente desaparecer do mercado. Ainda mais se falando de um país como o Brasil, com tantas diferenças regionais.
A tendência, na avaliação de André, da Zoop, é que eles continuem sendo uma opção no interior e também para quem faz transações de forma mais eventual. João do Nubank, acrescentou à lista os grandes varejistas, que vão usar terminais mais simples integrados às suas estruturas de ponto de venda.
Assim como acontece com a maior parte dos avanços tecnológicos, o novo rei do pedaço não mata o antecessor e cada um acha o seu espaço específico, ampliando o alcance e beneficiando mais gente. Em resumo: vida longa às maquininhas de cartão (ou seja lá qual for o nome que elas vão ganhar daqui a pouco).
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