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O que há por trás do fim do Submarino

O que há por trás do fim do Submarino

Adeus Submarino, foi um prazer te conhecer

, conteúdo exclusivo

4 min

2 jul 2024

Atualizado: 3 jul 2024

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Para quem viveu o boom da internet brasileira no começo dos anos 2000, viu o Submarino ser um dos maiores expoentes do e-commerce naquele período. 

Em 2003, o site concentrava grande parte do share das vendas na internet, ao lado de outros nomes como Mercado Livre, Netshoes e (é claro) Giuliana Flores. Naquela época, Amazon era só na gringa.

Entretanto, ao cortar para 2024 o cenário é outro, e o Submarino chegou ao último capítulo de sua existência. Depois de 25 anos, a marca será desativada e incorporada ao site da Americanas. 

O site da Shoptime, outro e-commerce comprado em 2006 durante a criação do grupo B2W, também deixará de existir para ser unificada à Americanas.

Em nota, a companhia afirmou que a “integração” tem como objetivo “fortalecer o digital da companhia a partir da marca Americanas”.

Segundo o comunicado, a decisão faz parte de um alinhamento com a nova estratégia de negócios, buscando uma operação mais ágil, rentável e eficiente, proporcionando uma “experiência de compra ainda mais completa”. A nota também destacou que a alteração “acelera seu plano de transformação e foco”.

O anúncio não chega a ser um choque, visto as recentes complicações financeiras vividas pela Americanas e pelas outras marcas da B2W. Desde o ano passado, quando uma investigação apontou um rombo contábil de R$ 25,3 bilhões na Americanas, o grupo se viu em risco de falência, até a aprovação do plano de recuperação judicial para o grupo em fevereiro deste ano.

Por outro lado, para os veteranos da internet, é um final triste para uma marca que foi praticamente a Amazon brasileira na primeira década dos anos 2000. Fundada em 1999, o Submarino se tornou em pouco tempo referência em compras de discos (na época CDs), livros, eletrodomésticos e outros itens.

Em 2003, a empresa bateu recordes para o setor, disponibilizando cerca de 700 mil produtos e faturando mais de R$ 211 milhões - cerca de 10% de todo o e-commerce brazuca naquela época, segundo dados do E-commerce Brasil.

A marca continuou no topo do mercado durante boa parte da década, mesmo após a aquisição pelo grupo Americanas em 2006, que também comprou o Shoptime para fundar a B2W. 

Na época, ao absorver a tecnologia do Submarino, a Americanas se tornou quase que um site espelho da marca comprada, o que diluiu acessos que antes eram em maior parte do Submarino.

Por outro lado, o Submarino tentou outras fontes de receita, como a criação do site Submarino Viagens, concorrendo com nomes como Decolar, mas que não se sustentaram no longo prazo.

Com o aumento da concorrência no e-commerce local, a virada para os 2010s não foi das melhores para o Submarino. Na época, a B2W já tinha concorrência pesada vinda de nomes como Mercado Livre e outros grandes varejistas offline (Magalu, Casas Bahia, por exemplo), que também já tinham migrado para o online. Em 2010, a B2W registrou lucro líquido de R$ 33,6 milhões em 2010, queda de 45,8% sobre o ano anterior. Em 2011, a operação já foi para o vermelho, com prejuízo de R$ 22,5 milhões.

Pulando 10 anos, em 2020 a B2W já registrava prejuízos de mais de R$ 100 milhões por trimestre. Mesmo faturando o suficiente para pagar funcionários e fornecedores, ela não era lucrativa o suficiente para arcar com todos os custos operacionais, o que tornava o negócio cada vez mais insustentável.

Com o escândalo das Americanas no começo do ano passado, então, já se esperava que tanto Submarino quanto Shoptime fossem impactados, o que culminou no anúncio feito esta terça (02). Enfim, Submarino, foi um prazer ter te conhecido. Até nunca mais.

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