Adidas sofre após encerrar parceria com Ye e agora pensa em estratégias para ter "um ano de transição". Entenda
, Jornalista
9 min
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10 mar 2023
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Alerta de spoiler: a Adidas anunciou que pode sofrer sua primeira perda anual de faturamento depois de passar os últimos 30 anos ilesa. E toda a história perpassa diversos dilemas envolvendo as parcerias da marca, como com Kanye West, e também o cenário macroeconômico e a China, segundo a empresa.
As histórias com os grandes nomes tem conotações diferentes, mas ambas deságuam no prejuízo da marca.
Kanye West (agora rebatizado de Ye), mantinha uma parceria com a Adidas desde 2009. Em 2021, a parceria rendeu US$ 2 bilhões em vendas (cerca de 10% do faturamento total da Adidas).
A relação foi desfeita no final de 2022, quando Kanye West disparou declarações ofensivas e antissemitas -- algumas delas envolviam a marca: “posso dizer coisas antissemitas, e a Adidas não vai mandar embora”, disse ele.
Já Beyoncé viu sua linha de roupas com a Adidas, Ivy Park, não atingir as projeções de vendas internas no ano passado. A diferença foi de mais de US$ 200 milhões, segundo o Wall Street Journal, embora a cantora ainda ganhe US$ 20 milhões por ano com o acordo.
A diferença entre os dois acordos é que Beyoncé não topou aparecer tanto com as roupas da linha quanto Ye. Agora, a marca analisa se a parceria ainda vale a pena.
Novo CEO: em janeiro de 2023, Bjørn Gulden assumiu a principal cadeira da companhia. Ele vem da Puma, onde ele fez um turnaround -- e é o que se espera dele na Adidas.
“2023 será um ano de transição para definir a base para ser novamente uma empresa crescente e lucrativa. Estou convencido de que com o tempo faremos a Adidas brilhar novamente. Mas precisamos de um tempo”, disse o CEO Bjørn Gulden, em comunicado.
Mudanças de cadeiras: a empresa também anunciou que o chefe de vendas globais, Roland Auschel, deixará a empresa após 33 anos e será sucedido por Arthur Hoeld, agora chefe da região da Europa, Oriente Médio e África. Brian Grevy, chefe de marcas globais, deixará o cargo e o CEO assumirá a responsabilidade por suas atividades de marketing e produtos.
China: conforme o anúncio, “na China, as receitas caíram 36% em comparação com o nível do ano anterior devido ao ambiente de mercado desafiador, desafios específicos da empresa, bem como retomadas significativas de estoque.”
A Bloomberg anunciou que a China já foi o mercado de maior crescimento, mas a empresa encontra dificuldade em assinar contratos de marketing com celebridades locais.
A companhia tem cerca de 500 milhões de euros em mercadorias da linha Yeezy, em parceria com Ye, no estoque e não sabe o que fazer.
O ano não tem dado trégua ao varejo e a Adidas foi afetada pelo cenário macro, mas, principalmente, por dilemas envolvendo ESG. A reputação da marca entrou em uma jogada perigosa, envolvendo um dos principais nomes relacionados a ela, e o prejuízo veio.
Por isso é tão importante incorporar o ESG à estratégia e entendendo que ele está mais relacionado aos ganhos da empresa do que muita gente imagina. A partir dele, é possível mapear riscos e impactos de toda a cadeia envolvida, garantindo longevidade com lucro ao negócio, de forma sustentável.
Se você não quer cair nas armadilhas do ESG e sair perdendo em lucratividade como aconteceu com a Adidas, conheça o ESG Innovation Day:
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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