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Meu nome é Bezos. Jeff Bezos.

Amazon pode comprar a MGM, dona da franquia James Bond, e ganhar mais força na briga com Netflix. Qual é a estratégia por trás dessa decisão?

Meu nome é Bezos. Jeff Bezos.

Amazon Studios (foto: divulgação)

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Por Rodrigo Fernandes

Enquanto a AT&T vende a Warner, a Amazon está falando em comprar a MGM.

Como é que é isso?

Para quem é da velha guarda, comprar um estúdio de TV é um mau negócio, mas para quem é da nova guarda, o negócio faz sentido?

Antes de mais nada, eu não sei se a Amazon estaria fazendo um bom negócio em pagar US$ 9 bilhões pela MGM.

Mas bem sei que os casos acima são completamente diferentes – e isso não tem nada a ver com o fato de tal negócio poder ser classificado como inovador ou tradicional.

O negócio da AT&T é investir valores absurdos (a maior parte em CapEx) na criação e manutenção de uma estrutura de telecomunicações.

A recompensa para tanto investimento é a criação de um monopólio natural. Pense no serviço de cabo para internet e TV, por exemplo.

MGM (foto: reprodução)

Com um custo marginal próximo de zero, se aparecer um concorrente, basta dar uma baixada nos preços e o intruso será rapidamente colocado para fora do mercado.

Vez ou outra, podem também ser criados oligopólios, que competem de forma feroz com base em preços (muitas vezes, promoções) mas com poucos e questionáveis pontos de diferenciação.

Na hora do vamos ver, cliente ganho por uma empresa é cliente perdido por outra. Nada mais distante de um ambiente de competição saudável e de um mercado com espaço para diferentes nichos e propostas de valor.

Aliás, foi justamente em uma tentativa de combater essa falta de diferenciação que a AT&T tomou a decisão de comprar a WarnerMedia e a Verizon, de comprar Yahoo/AOL.

Veja bem. Para o negócio da AT&T, faz todo sentido trabalhar com a oferta de conteúdo a fim de se diferenciar da concorrência.

O problema é que para o negócio da Warner (antiga TimerWarner, casa da HBO), não faz o menor sentido oferecer o seu conteúdo só para AT&T.

Em um arranjo assim, valor é criado de um lado e destruído de outro.

Mas e a Amazon? Ela também não investe valores altíssimos em centros de distribuição, P&D e datacenters ao redor do mundo? Sim.

Ela também não trabalha com um custo marginal extremamente baixo quando vai incluir cada cliente adicional na sua base? Sim.

Mas há uma diferença brutal entre os dois modelos. Na telecom, não dá para fugir daquela empresa que atende a sua região – no máximo você vai ter uma opção que nem faz tanta diferença assim.

Na Amazon, você compra por opção. Discussões éticas e filosóficas à parte, a concorrência está a um click de distância – e raramente a Amazon vai ser a única opção para um produto.

Para um cliente da AT&T, não há opção. O cliente da Amazon precisa ser conquistado dia após dia e uma das principais ferramentas da Amazon para isso é o Amazon Prime.

Caso a Amazon realmente decida pela compra da MGM, o conteúdo desta produtora deixará de ser vendido para outros canais?

Sim, mas ele estará disponível para 200 milhões de usuários do Prime em todo o mundo.

Além de uma escala que vai muito além dos 37 milhões de assinantes da HBO, este conteúdo não é um fim em si mesmo. Ele faz parte de todo uma estratégia de atração e retenção de clientes (sem lock-in) da Amazon.

De fato, as duas empresas possuem uma lógica de negócio com investimento inicial elevado e custo marginal baixo. Essa combinação de fatores sempre implica em uma necessidade (e desejo) de escala cada vez maior para o negócio.

Mas as semelhanças param por aí.

Amazon Studios (foto: divulgação)

Uma empresa controla a estrutura física da Internet. Por mais importantes que sejam os seus cabos, roteadores e antenas, nobody cares. A gente só lembra de serviços como água, luz e internet quando eles param de funcionar.

A outra controla a nossa atenção, o ativo mais importante destes nossos tempos de internet. Melhor ainda, ela é capaz de prender a atenção dos usuários em uma escala tamanha que faz a gigante AT&T ficar com cara de um negócio local.

Como eu disse inicialmente, não é simples afirmar que a Amazon deveria sim investir quase $10bi na aquisição de um estúdio de cinema.

Para quem observa de fora, não dá para sair colocando na ponta do lápis o quanto desse valor vai realmente se converter em atração e retenção de clientes para a Amazon.

Números à parte, eu acredito que a estratégia da Amazon de trazer para casa 4.000 filmes e 17.000 para o seu catálogo de conteúdo faz muito sentido.

Recursos para que o negócio aconteça não faltam. Ousadia da empresa onde é sempre o Day 1, também não. James Bond, quem diria, poderá terminar os seus dias sob a garras de Jeff Bezos.

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