Em rodada de Série C, de valor não divulgado, o Clubhouse continua aumentando seu valor de mercado. Será que o hype sustentará o crescimento da rede social?
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3 min
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19 abr 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques
O Clubhouse, rede social focada em áudio, anunciou o fechamento de uma rodada de investimento de Série C, com valor não divulgado, liderada por Andrew Chen da a16z, com participação da DST Global, Tiger Global, e Elad Gil. De acordo com a Reuters, com esse investimento, o valuation da rede social agora é de US$ 4 bilhões.
A rede social reportou recentemente que possui 10 milhões de usuários ativos por semana, mas o aspecto viral da rede parece estar diminuindo. Depois de Elon Musk e Mark Zuckerberg terem participado de salas no aplicativo, cada vez menos grandes nomes se destacam por lá.
Enquanto, há alguns meses, havia pessoas desesperadas para conseguir um convite para participar da rede social, aqueles que já estão na plataforma há algum tempo estão tendo dificuldades para enxergar um apelo de longo prazo para continuar abrindo o aplicativo: é muito comum não encontrar palestras ou salas interessantes assim que o app é aberto.
O grande desafio da rede social é aumentar a quantidade de pessoas utilizando o app, garantindo que sempre que um usuário abrir a rede social encontre muitas salas e pessoas interessantes para ouvir.
Além disso, manter o nível de conversas que eram possíveis no início vem se tornando complicado: o grande apelo era poder ouvir e participar de conversas com nomes inacessíveis para a maioria das pessoas. Com a redução de salas desse tipo, e cada vez menos pessoas interessantes utilizando o app frequentemente, o atrativo da rede social parece estar desaparecendo.
Embora o interesse dos usuários pela rede social pareça estar diminuindo, ou apenas estabilizando após os níveis virais de atenção que havia conquistado, investidores parecem continuar apostando na relevância da rede social. Em janeiro, a plataforma havia anunciado sua Série B de investimentos, com valor de mercado de US$ 1 bilhão e, neste fim de semana, em sua Série C, - apenas 3 meses depois - o valuation quadruplicou (US$ 4 bilhões).
O Clubhouse anunciou o fechamento da rodada em uma postagem no blog da empresa, onde afirma que a base de investidores agora é de quase 200 pessoas - criadores, anjos e fundos, incluindo usuários da plataforma, investidores institucionais, músicos profissionais, atletas e comediantes. A aposta parece ser ter o máximo de pessoas engajadas como investidores e torcer para que o engajamento se repita nos usuários.
Além dos investidores, a rede social parece ter despertado o interesse de outras redes sociais em adquirir o serviço. No início do mês, a Bloomberg reportou que o Twitter estava interessado em adquirir a rede social por US$ 4 bilhões. Mas, com a nova rodada de investimentos, fica claro que a aquisição não avançou e o Clubhouse buscou outras alternativas para sustentar seu crescimento.
Com inúmeras cópias, cada rede social criando sua versão do Clubhouse dentro dos seus serviços existentes, fica claro que o modelo de rede social de áudio parece ter chegado para ficar. Embora continue atraindo investidores, agora a rede social precisará comprovar que sua marca tem apelo suficiente para manter os usuários interessados em utilizar o serviço, ao invés de aderir a soluções similares dentro de outras redes sociais mais estabelecidas.
Será que o hype inicial será suficiente para criar usuários fiéis do serviço, que não abandonarão a ferramenta assim que sua rede social mais utilizada implementar algum tipo de opção similar? Por enquanto, parece que os investidores não estão preocupados com esse aspecto, investindo valores cada vez maiores, com rodadas de investimento definindo o valor de mercado do Clubhouse cada vez mais alto, resta aguardar para ver se os usuários seguirão vendo valor em permanecer na rede social futuramente.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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