Metaverso, ESG, hiperautomação e mais novidades que prometem avançar ainda mais a Indústria 4.0 no Brasil e no mundo
Homem e mulher trabalhando em fábrica / indústria (foto: Getty Images)
, Palestrante e Mentor de Vendas B2B
8 min
•
22 mar 2022
•
Atualizado: 25 mai 2023
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Nestes primeiros meses de 2022, muito tem se falado sobre algumas tendências para o setor industrial na era da transformação digital e da indústria 4.0.
Em meio a um turbilhão de informações, listo aqui quatro pontos que considero extremamente estratégicos para que empresas do setor industrial sigam em desenvolvimento e evolução.
Muitas destas tendências já são realidades em alguns lugares do mundo – a ponto de já se falar em 5ª Revolução Industrial na qual a tecnologia se fundirá de vez à responsabilidade social -, contudo ainda há muito que se caminhar, especialmente no Brasil.
Confira abaixo os pontos em destaque para o ano de 2022 e veja como eles podem se adaptar à realidade da sua empresa.
As startups têm tido uma importância cada vez maior na aceleração digital com soluções direcionadas à inovação industrial. Denominado de Inovação Aberta, este processo de colaboração entre startups e indústrias é cada vez mais comum e tem aproximado diferentes agentes do setor produtivo, numa rica troca de experiências e conhecimento.
As startups têm atuado fundamentalmente em quatro nichos tecnológicos que auxiliam no processo de transição para a indústria 4.0. São eles: poder computacional (internet das coisas, cloud & edge computing, e blockchain), inteligência artificial (advanced analytics, visão computacional e automação), interação entre homem e máquina (realidade virtual/aumentada, robótica e wearables) e manufatura avançada (materiais avançados, energia, biotecnologia e manufatura aditiva).
Vale ressaltar que cerca de 40% das startups atuam na área da Inteligência Artificial – que tem sido um diferencial competitivo em diferentes setores. Para as indústrias, a aproximação com as startups é uma via inovadora para criar soluções para tradicionais problemas em seus processos, enquanto para as startups, a proximidade com as indústrias permite que sejam testadas e validadas novas ideias com menor uso de recursos.
Ainda falando da importância de desenvolver soluções cada vez mais eficientes, as inovações tecnológicas na indústria devem seguir o ritmo crescente também em 2022. Separo aqui dois tópicos que, certamente, merecerão sua atenção.
Não tem como pensarmos em consolidar a indústria 4.0 sem considerar a implantação do 5G – conexão ultrarrápida que fará toda a diferença no pleno uso de ferramentas como internet das coisas, robótica, armazenamento em nuvem e realidade virtual. Além de permitir maior conexão entre as pessoas, o 5G também permite que as máquinas “conversem entre si”, suportando que esse tipo de comunicação ocorra com alto índice de confiabilidade e baixa latência.
Entre os principais benefícios do uso da tecnologia 5G estão: processos produtivos mais eficientes com o aumento da comunicação entre diferentes equipamentos numa linha de montagem; cadeia produtiva mais segura com a automação de funções que estejam mais suscetíveis a riscos de acidentes; produtos com maior índice de qualidade, devido ao controle e medições feitas por robôs ao longo da cadeia de produção; ambiente de trabalho mais seguro com adoção de soluções de realidade virtual e aumentada; e maior segurança de dados.
a indústria de realidade aumentada e virtual está em franco crescimento e, de acordo com especialistas, o mercado do metaverso industrial deve arrecadar mais de US$ 540 bilhões até 2025. A tendência é que as empresas utilizem cada vez mais ferramentas virtuais, incluindo o que é conhecido como gêmeos digitais – referindo-se aos mecanismos que são replicados na vida real e usados no metaverso. Os gêmeos digitais já têm sido usados em diversas áreas como simulação digital para desenvolvimento de produtos, manutenção de equipamentos e melhoria de processos – tais como na aeronáutica, na medicina e até na operação de usinas de energia.
Pensar desenvolvimento econômico aliado ao desenvolvimento sustentável é um caminho sem volta – e as indústrias já sabem disso. É por isso que o termo ESG, que poderia ser livremente traduzido como “ambiental, social e governança” está cada vez mais presente nas reuniões de diretoria e nos planejamentos estratégicos das empresas. Adotar práticas empresariais que contemplem critérios ambientais, sociais e de boa governança já não é mais uma opção para poucos.
Diversas indústrias ao redor do mundo já repensam seu modo de produzir para adequar-se ao ESG, desenvolvendo políticas e adotando processos que reduzam os impactos ao meio ambiente, mitigando efeitos negativos de suas operações e investindo em tecnologias mais limpas. Essas empresas também tem buscado adotar programas de qualificação de funcionários, criando ambientes de trabalho mais seguros, saudáveis e diversos e ajudando no combate às desigualdades sociais de seu entorno.
Além disso, muitas têm revisado suas estruturas e políticas internas, com relatórios de governança que explicitem de modo transparente suas ações, prestação de contas, responsabilidade corporativa, bem como seus valores morais e éticos.
Uma coisa que líderes de tecnologia precisam sempre lembrar é que a maioria das companhias não nasceu na nuvem. Muitas das empresas da Fortune 500 estão em estágios variados de suas jornadas de transformação digital, especialmente as que já têm uma certa idade. Muitas vezes, essas companhias não estão lidando com um único sistema legal, e sim com vários – alguns recentes, outros antigos, alguns muito customizados, etc.
Para essas companhias, a transformação digital abrange décadas de sistemas, difíceis de mover, mudar ou substituir. A velocidade com que essas empresas podem se transformar é, portanto, afetada negativamente pela complexidade desses sistemas. A hiperautomação pode ser um conjunto poderoso de ferramentas para companhias nessas condições.
Por exemplo, ela pode utilizar a mineração de processos para analisar registros de sistemas e entender como os processos de fato funcionam em uma organização. Também pode lançar mão da descoberta de processos (process discovery) para identificar em quais tarefas banais e repetitivas – tais como entradas de dados espalhadas por múltiplos sistemas – os colaboradores se veem envolvidos. Uma vez que as companhias entendem como os velhos sistemas são usados, seus times podem implementar tecnologias de hiperautomação para simplificar os processos.
Além disso, no caso de sistemas que não possuem interfaces de usuário ou interfaces de programação de aplicações (APIs) modernas, é possível extrair um poder tremendo da RPA para automatizar tarefas e processos. Depois de serem captados corretamente a partir dos aplicativos existentes, os dados podem ser processados com técnicas de IA/ML para aumentar a velocidade. Isso faz da hiperautomação uma ferramenta estratégica, que permite que as organizações conectem várias fontes de dados – sejam modernas, sejam legadas ou desestruturadas –, analisem processos empresariais, automatizem tarefas triviais e desenvolvam soluções de ponta a ponta.
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Executivo e autor de 2 e-books sobre indústria 4.0: "Como a indústria 4.0 tem revolucionado o século XXI" e "Como desmistificar a indústria 4.0 e aplicá-la ao seu negócio".
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