Robô atendente vira tendência para marcas de serviço

Por Sabrina Bezerra

Em março deste ano, a Espaçolaser — empresa de depilação a laser — resolveu pegar carona na febre da robotização e lançou máquinas inteligentes para interagir presencialmente com clientes e funcionários. No escritório, o Robô Temi irá interagir com os colaboradores e visitantes. Como? Vai participar de reuniões, videochamadas e compartilhar com a audiência as iniciativas de responsabilidade social da companhia, programas de governança e projetos de sustentabilidade (alô ESG).

A novidade vai ao encontro da transformação digital que, cada vez mais, vem em nossa direção. E você deve lembrar: até pouco tempo atrás, ser atendido presencialmente por robôs era coisa de filme de ficção científica.

Mas agora a realidade é outra. Os robôs de telepresença não só são realidade como dão adeus para o atendimento tradicional. Não à toa que a moda é oferecer o híbrido: atendimento humano e tecnológico – e é o cliente que escolhe como quer ser atendido.

ACEITAÇÃO DO PÚBLICO

A ideia assusta, mas as pessoas (93%) estão dispostas a pagar mais caro por serviços e produtos de empresas que oferecem sua opção preferida de atendimento – e uma delas é por meio de inteligência artificial (tecnologia usada nos robôs), segundo a pesquisa CX Trends 2022, feita pela Zendesk. O motivo? 66% disseram que facilita suas vidas.

E obviamente, se o futuro já está aqui – e os clientes sabem disso –, empresas dos mais variados segmentos já estão apostando na tecnologia. Seja na construção dos seus próprios robôs inteligentes ou no investimento deles para dar suporte aos clientes e aos funcionários.

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QUAIS MARCAS OFERECEM ROBÔS PRESENCIAIS?

 A startup brasileira Pluginbot oferece robô que “apresenta seus produtos e interage com os visitantes”, conta a empresa. Tem diversos modelos, sendo um deles o Cruzr do qual “permite a criação de experiências com reconhecimento facial, ativação por voz e elementos multimídia na tela.”

Outro é o Robô Temi que faz sucesso ao redor do mundo – em locais como hospitais, supermercados e lojas. O que é o Robô Temi? Trata-se de um robô com navegação autônoma, do qual tem assistentes de inteligência artificial capazes de fazer interação humano-robô. Chegou ao Brasil há alguns anos – certificado pela Anatel – e a sacada está na tecnologia: pode ser customizada com o conteúdo desejado pelo proprietário.

E não para por aí. Elon Musk quer ingressar na área: anunciou o projeto do Tesla Bot, robô humanoide de 1,70 m de altura e 57 kg, que promete atuar no trabalho físico. 

QUEM OFERECE ATENDIMENTO FEITO POR ROBÔ DE TELEPRESENÇA?

ESPAÇOLASER

A Espaçolaser contou em exclusividade para a gente que a loja conceito da empresa, localizada em São Paulo, recebeu um Robô Temi que será responsável por aprimorar a interação com os clientes. 

Na prática, as pessoas poderão tirar suas dúvidas com a máquina sobre o universo do laser. Por exemplo, o robô vai falar “sobre o tratamento oferecido pela marca, quais cuidados são necessários com a pele e a trajetória da Espaçolaser”, diz a companhia com exclusividade para a StartSe.

A interação humana, no entanto, segundo a companhia, não será substituída. “Estamos ampliando os pontos de contato e aumentando a conexão entre clientes e a nossa marca, oferecendo algo exclusivo”, diz Paulo Morais, CEO da Espaçolaser.

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)

Em 2020, em meio à pandemia de coronavírus, o hospital recebeu robôs de telepresença para atender os pacientes na triagem. “Uma enfermeira fica à distância e, por meio da tela do robô, consegue recepcionar os pacientes, realizando a primeira triagem, não se expondo ao risco de contaminação”, diz comunicado.

GOL

Também em 2020, a companhia aérea começou um teste com robô de telepresença no Aeroporto de Guarulhos. O equipamento tira dúvidas sobre questões de voos, como reservas e informações sobre o aeroporto.

POR QUE IMPORTA?

Oferecer experiências de atendimento que tenham um show de inovação – como os robôs de telepresença – pode ser diferencial para o negócio. Isso porque, além de cada vez mais as pessoas exigirem um atendimento ágil, elas querem experiências diferentes. Não à toa que as máquinas de self-checkout, por exemplo, estão ganhando a atenção dos consumidores.

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