De métricas à adesão pela liderança, o ESG enfrenta barreiras que precisam ser superadas para gerar resultados efetivos ao negócio
Pessoas trabalhando em um planejamento estratégico na lousa (Fonte: Getty Images)
, Jornalista
8 min
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24 nov 2022
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Atualizado: 19 mai 2023
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A sigla ESG, que compõe um framework de práticas setadas para governança ambiental, social e corporativa, anda no radar de muitas empresas.
Tanto que, durante a COP27, evento realizado no Egito para debater questões relacionadas às mudanças climáticas com a participação de líderes de nações e empresas, 6 companhias brasileiras (Itaú, Marfrig, Santander, Suzano, Vale e Rabobank) anunciaram a criação da Biomas, empresa focada em regeneração e conservação de florestas.
Seja por cobrança dos consumidores, investidores ou dos stakeholders, a adoção do ESG é fundamental, mas é preciso ir além do discurso. Portanto, o que falta para que as empresas consigam dar o próximo passo no tema?
Muitas vezes, a discussão sobre ESG está fora da pauta da alta liderança. O valor estratégico não é visto, colocando o primeiro muro na adoção de práticas que estejam na rotina e nas métricas, não só em ações pontuais.
De acordo com o relatório “Caminhos para o Impacto”, apresentado pelo Quintessa em parceria com o Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), a falta de engajamento da liderança na pauta, bem como a falta de conhecimento sobre a potencial agregação que a geração de impacto positivo pode ter na estratégia do negócio e nos resultados financeiros, foram os dois desafios mais identificados por quem trabalha nesta agenda com as médias e grandes empresas.
O ESG tem diversas faces, compondo necessidades externas e internas da empresa, possibilitando diferentes frentes de atuação. Por isso, o plano de ação deve ser direcionado ao propósito do negócio, tendo bases estratégicas.
Se conectadas às OKRs do negócio, as ações se tornam parte fundamental, de responsabilidade compartilhada e sem arriscar cair no esquecimento. Mas ações pontuais ou dispersas não dão conta da complexidade que a pauta ESG compreende hoje e nem vão gerar resultados impactantes nos negócios.
Um dos maiores impasses é entender quais dados e métricas fazem sentido em ESG. Como faltam padrões e normas à terminologia, muitas vezes é difícil alocar recursos exatamente porque não se sabe se o projeto está sendo bem-sucedido. Isso retoma as questões anteriores: sem estratégia e propósito, as ações ficam perdidas ou parecendo marketing.
Ainda há o problema da inconsistência dos dados. Como não há relatórios obrigatórios sobre fatores ESG, qualquer dado publicado depende da corporação e quais informações ela deseja tornar públicas.
Rodrigo Tavares, professor Catedrático Convidado na NOVA SBE, em Portugal, diz que “as empresas precisam investir mais na qualificação dos seus funcionários nesta área. Faltam especialistas em sustentabilidade corporativa e em finanças sustentáveis no Brasil.”
Em termos de carreira, é um campo aberto com muitas possibilidades. Inclusive, cocriando uma cultura voltada para ESG e apoiando a empresa a dar este passo.
Empresas que não estão conectadas aos pilares ESG na base do negócio, provavelmente tem pouco conhecimento dos temas envolvidos. Para isso, é preciso saber pedir ajuda e buscar apoio em comunidades, escolas de negócio e criar networking com pessoas que estão implementando projetos que estão dando certo.
A gente até comentou aqui como ESG vem fomentando a ideia de Community-as-a-service, vale conferir. Além disso, o olhar da empresa enquanto parte da comunidade faz a diferença na hora de pensar ações que impactam não só a geração de valor da empresa, mas também o ecossistema ao redor.
Em uma pesquisa recente da Gartner, os CEOs relataram que as mudanças ambientais e sociais são agora uma das três principais prioridades para os investidores, depois de lucro e receita. Inclusive, entre as tendências tecnológicas para 2023, sustentabilidade impacta todas.
Empresas que olham para o futuro, entendem que é preciso se adaptar para continuar crescendo, mas precisa ser sustentável. E para isso, é preciso que a régua esteja alta, colocando demandas alinhadas ao propósito e com métricas claras, que engaje líderes, colaboradores e impacte o ecossistema.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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