Analisar os movimentos do mercado e dos concorrentes é parte do trabalho das empresas que querem seguir crescendo. Entenda como o benchmarking pode ajudar
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A comparação é quase natural ao ser humano. Dos negócios ao esporte, a evolução das criações surgem a partir da marca deixada por alguém, até que o marco de alguém seja aprimorado ou superado por outro. E daí vem o termo benchmarking.
É certo que no início do século XX, o termo ainda não era conceitualizado, mas hoje o benchmarking é usado como uma análise estratégica aprofundada sobre as melhores práticas usadas por empresas do mesmo setor que o seu. E dá para observar benchmarking em tudo.
Num ecossistema altamente competitivo como é o das empresas e startups, o benchmarking é uma ferramenta de grande valor que evidencia uma questão igualmente valiosa: como estou me saindo em relação à concorrência?
E não importa o tamanho da sua companhia ou agência. Estudar as melhores práticas é uma estratégia que todos tipos empreendedor podem adotar.
O resultado apresentado sobre o que está funcionando ou não da porta para fora, ajuda os tomadores de decisões a melhorarem os movimentos estratégicos para desenvolver o negócio.
Seja uma loja de bolos, salão de beleza ou a nova fintech do momento, para se tornar referência no mercado ou aumentar a rentabilidade, essa prática é fundamental.
Benchmarking leva à inovação!
O significado de Benchmarking em Português é ponto de referência. É um processo de pesquisas do desempenho de produtos, processos e serviços entre empresas do mesmo setor.
A partir da análise, interpretação, avaliação e mensuração das informações monitoradas, o empreendedor cria uma inteligência de mercado sólida o suficiente para guiar suas tomadas de decisão.
Daí, uma vez que os fatores de impacto estão mapeados, define-se métricas e indicadores de performance (KPIs) da indústria sobre os elementos impactantes.
Desta forma, a empresa tem uma referência do que precisa desenvolver para melhorar o posicionamento da sua marca, produtos e serviços.
O termo benchmarking foi originalmente usado em medições de terras. Esse era o nome do ponto de referência e de partida para a mensuração das propriedades.
O método só entrou no mundo corporativo na década de 1970, com a Xerox. Na época, a maior fabricante de copiadoras do Mundo percebeu que as marcas japonesas produziam máquinas melhores, vendiam mais barato e lucravam mais.
Foi aí então que decidiram se comparar com os concorrentes e descobriram:
No decorrer da década seguinte, a companhia estudou outras 230 empresas de diversos setores para conseguir inovar, até que em 1989 venceu o prêmio Malcolm Baldridge National Quality, por sua excelência no mercado.
Basicamente usamos três tipos de benchmarking:
Este é o tipo de benchmarking mais utilizado. Consiste em comparar as operações da empresa com as de um departamento interno da própria empresa ou de outras empresas do mesmo grupo. O objetivo é identificar internamente o modelo a ser seguido.
Tem como foco a concorrência direta, ou seja, a que desenvolve atividade dirigida ao mesmo mercado. Esse tipo compara produtos e serviços, assim como os métodos de trabalho da empresa. Ele tem como objetivo superar o desempenho da concorrência, identificando os pontos fracos.
Trata-se de um tipo de benchmarking difícil de colocar em prática, uma vez que se torna praticamente impossível que as empresas concorrentes facilitem o fornecimento de dados de suas respectivas atividades.
Por isso é importante contratar consultorias ou então “vestir a roupa” de cliente e testar os serviços e produtos para entender quais lacunas ficam vagas.
Consiste na comparação entre empresas de diferentes setores (reconhecidas por terem as melhores práticas em produtos, serviços ou métodos) com o objetivo de identificar e determinar as melhores práticas para determinada área.
Permite detectar a inovação e reproduzí-la em sua empresa. É no benchmarking genérico que se encontra a maior parte de exemplos práticos. Por outro lado, como se trata de empresas de indústrias diferentes, encontra-se, aqui sim, a oportunidade de uma abertura melhor para a troca de informação.
A comparação impulsiona as empresas em direção para melhorias em seus produtos, processos e serviços. O benchmarking contribui para a evolução das estratégias por meio de insights que surgem com a experiência dos concorrentes.
Mas tome cuidado. Já ouviu a famosa frase “Se fulano pular da ponte você pula também?”, pois é. Não dá para mudar completamente o rumo e adotar todas as práticas das empresas pesquisadas. Esse processo envolve pessoas como colaboradores e clientes, que também precisam assimilar as eventuais mudanças.
Reagir de forma inconsequente aos resultados do benchmarking pode ser prejudicial. Por outro lado, se você aproveitá-lo da forma certa, poderá:
Em 1979, o professor Michael Porter criou um modelo de análise competitiva e publicou seus resultados na Harvard Business Review.
Ele consiste em considerar cinco forças que podem determinar a posição de qualquer empresa em seu respectivo mercado.
O método pode ser um aliado na hora do benchmarking, pois ajuda a determinar a posição de qualquer empresa em seu respectivo mercado.
O professor Porter desenvolveu a lista pensando em forças que são imutáveis, ao contrário de taxa de crescimento, intervenção estatal e até a própria evolução tecnológica.
Veja abaixo as 5 forças e os questionamentos centrais de cada uma:
Porter ainda trouxe uma sexta força, que, apesar de não fazer parte da lista original é bastante interessante. Trata-se da complementaridade, ou seja, quando um produto ou serviço se beneficia da comercialização junto a outro.
A ideia é aliar forças a outras empresas, que não competem necessariamente com a sua, para “casar” as marcas em ações conjuntas. Como os guest-posts entre blogs, por exemplo.
Quem sabe, em uma boa pesquisa de mercado, você pode encontrar uma parceria que nunca havia imaginado…
Com os conceitos em mente, é hora de partir para a prática. A Endeavor listou 8 etapas para a implementação do benchmarking:
A Endeavor ainda traz uma lista de exemplos de sucessos no Brasil e no Mundo. Começando pela Xerox, que já mencionamos no começo do texto.
Imagine que a fabricante norte-americana desmontava os equipamentos das concorrentes Canon e Nashua para descobrir “o que tinha” dentro e como lucravam com preços baixos.
No Brasil, a Gol trouxe o modelo de gestão “low cost” tomando por base empresas internacionais que já trabalhavam nesse formato, como a irlandesa Ryanair e a inglesa EasyJet.
Custos mínimos, por meio de retirada de algumas benesses de seus voos (como refeições gratuitas), cobranças por escolha de assento, além de taxas mais altas por excesso de bagagem: tudo isso em troca de passagens por preços muito abaixo dos praticados pelos concorrentes.
Em seguida, as demais companhias também adequaram os serviços a fim de evitar custos excessivos, principalmente limitando bagagens.
Os autores Christopher E. Bogan e Michael J. English conceituaram as melhores práticas e elencaram uma lista do que fazer e não fazer quando o assunto é benchmarking.
Agora você já entendeu a importância e os primeiros passos dessa técnica, que tal começar a analisar a concorrência?
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