Não chame de demissão: é reestruturação
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Pelo menos é assim que empresas como Google e Meta estão querendo categorizar seus esforços para reduzir times e reestruturar seus departamentos.
Segundo reporta o Wall Street Journal, a empresa de Mark Zuckerberg está silenciosamente desligando alguns de seus funcionários em um esforço de reorganização interna. Além disso, outros funcionários estão recebendo oportunidades de se realocar em outras vagas abertas dentro da empresa – uma medida para cortar postos de trabalho, sem acarretar diretamente em tantas demissões.
Mesmo assim, há uma pegadinha. Segundo fontes, o processo de candidatura a um novo cargo é chamado de “lista de 30 dias”, uma espécie de sala de espera que ao final do prazo pode não dar em nada e resultar de igual forma em uma demissão. Em outras épocas, este tipo de prática resultava em demissão geralmente para funcionários de baixa performance e menos “desejados”. Atualmente, fontes afirmam que até colaboradores altamente qualificados estão sendo demitidos no processo.
Conforme fontes ouvidas pelo jornal, as medidas da Meta podem resultar em maiores cortes mais para a frente, já que a companhia espera reduzir seus custos em pelo menos 10% nos próximos meses. O plano da companhia é conseguir estas economias a partir de orçamentos e folhas de pagamento mais enxutas.
“Temos sido abertos quanto à necessidade de nossos times se reajustarem para atingir os objetivos”, afirmou Tracy Clayton, porta-voz da Meta, ao jornal. A fala fez menção a um recente pronunciamento de Mark Zuckerberg sobre a recente situação econômica da Meta, em que o CEO destacou que a empresa precisará realocar seus recursos para as prioridades do negócio, frente às pressões que o negócio vem sofrendo recentemente.
A Meta registrou no seu último trimestre fiscal um resultado pouco animador, com queda de 1% na receita em relação ao trimestre anterior, o que jogou o valor das ações da companhia para baixo. Em setembro, as ações da companhia seguem em queda, e já perderam quase 10% do valor desde o começo do mês. No ano, a queda é de 56%.
O movimento de cortes se estende a outros grandes players do Vale do Silício, que ‘engordaram’ seus times durante o boom tecnológico da pandemia, mas agora vivem as dificuldades de um mercado desaquecido. O Google, por exemplo, avisou aos funcionários da Area 120 (incubadora de startups da empresa), que metade deles teria que buscar outros empregos dentro de 90 dias.
Com suas ações também em queda – cerca de 27,3% no ano – a Alphabet diminuiu o ritmo de contratações no Google, exigindo que seus funcionários se tornem ainda mais atuantes. O CEO da Alphabet, Sundar Pichai, chegou a afirmar numa conferência que a meta é que o quadro atual de colaboradores se torne 20% mais produtivos.
Atualmente, o Google conta com cerca de 175 mil funcionários, 20% a mais do que o quadro que tinha no ano passado. A Meta, por exemplo, tem cerca de 84 mil, 32% a mais do total de funcionários em 2021.
De acordo com o WSJ, outra empresa que também está fazendo cortes é a Snap. Depois de aumentar seu quadro em 65% desde 2020, agora a palavra de ordem é ‘layoffs’, com o plano de demitir 25% dos colaboradores.
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