Em exclusividade para a Startse, Maitê Lourenço, CEO e fundadora da BlackRocks Startups, conta quais foram os principais resultados do programa e quais são os próximos passos da empresa. Confira.
BackRocks Startups
, jornalista
13 min
•
4 mai 2021
•
Atualizado: 8 ago 2023
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Por Sabrina Bezerra
Foi em novembro do ano passado que a BlackRocks Startups, aceleradora dedicada a promover empreendedores e executivos negros, lançou o Grow em parceria com o BTG Pactual e o TikTok. Durante o projeto, foram escolhidas dez companhias que passaram por quatro meses de imersão intensa. Foram cerca de 200 horas de conteúdo, como: acompanhamento individual, mentorias e workshops online. As empresas também receberam crédito de US$ 5 mil para usar em ferramentas e recursos da Amazon. Em março de 2021, a primeira edição chegou ao final e os resultados são contados com exclusividade para a Startse.
“Todas as startups apresentaram performance elevada”, diz Maitê Lourenço, CEO e fundadora da BlackRocks Startups. Segundo pesquisa realizada com os empreendedores, a aceleração ajudou a aumentar, em média, 55% do faturamento e 89% de novos clientes. Além disso, 67% fizeram novas contratações.
“Do ponto de vista de negócios, quatro estão sendo vistas para possíveis investimentos. [As startups] estão em momentos diferentes. Mas posso contar: duas delas estão em fases mais avançadas na negociação”, afirma Maitê.
O programa de aceleração nasceu com o objetivo de ajudar no desenvolvimento das startups. Embora as inscrições — abertas para todo o Brasil — não tenham sido limitadas para apenas um nicho de mercado, elas deveriam seguir algumas regras: oferecer soluções inovadoras nas áreas de big data analytics, blockchain, insured, inteligência artificial, fintech, healthtech, legal techs, machine learning e real state; ter foco em B2B ou B2B2C; já estar em fase de pré-operação ou operação; ter fundadores que consigam dedicar tempo para uma rotina intensiva de validação do negócio, capacitação técnica, desenvolvimento de equipe e perfil empreendedor.
Negócios liderados por mulheres negras foram prioridade. A meta era, ao menos, 20% das empresas terem mulheres na liderança. “Batemos a meta na primeira edição e esperamos [nas próximas] aumentar esse número”, diz Maitê. Confira abaixo as participantes da primeira edição do programa:
Durante a aceleração, as startups tiveram apoio entre elas mesmas. “A gente atua com segmentos diversos e elas se conectaram uma com as outras com a finalidade de negócio”, afirma Maitê. Por exemplo, a empresa que oferece solução de blockchain conseguiu entregar valor para a outra de software as a service (SaaS). “Os empreendedores e as empreendedoras criaram um vínculo grande e aumentou a possibilidade deles e delas acessarem novos mercados”, conta a executiva.
O programa terá outras duas edições. A segunda está prevista para agosto deste ano. As inscrições ficarão abertas entre 21 de junho e 1 de agosto e a aceleração será de agosto a dezembro. “O objetivo, agora, é gerar cada vez mais impacto e metrificar esse valor que entregamos para a gente impactar as startups. Ao mesmo tempo, ter mais parceiros e instituições engajadas conosco para que possamos desenvolver novas edições do Grow e de novos cada vez melhores promover acesso à população negra a ambientes altamente inovadores e tecnológicos, conectar empreendedores a capital e oportunidades no ecossistema de startups que a gente tem”, diz Maitê.
Maitê fundou a aceleradora de startups em 2016 com o objetivo de promover o acesso da população negra a ambientes inovadores e tecnológicos. A companhia busca apoiar pessoas e negócios inovadores, lucrativos e tecnológicos, como hub de inovação preto que conecta empreendedores a capital e oportunidades no ecossistema de startups.
A empresa compõe um portfólio que tem empresas como: Clube da Preta, Genyzs, InovaQA Tecnologia, Double Dash Studis, Edukarnegócios, EdTechLab, FazerOrçamento.com, Goodchef, GoPhone, OnePercent, SmartDispenser, Trampay, Unicainstacia e Viverde Casa.
Este ano, os planos de expansão estão a todo vapor. A empresa contratou três profissionais para atuar em funções executivas (veja equipe na foto acima). “Esse time é composto por especialistas. Vamos criar uma estrutura externa e interna para conseguir alcançar cada vez mais parceiros que queiram desenvolver ações de tecnologias”, diz Maitê. Até o final do ano, novos funcionários serão contratados para atuar na área de comunicação, desenvolvimento de projetos e inovação.
O mercado de startups tem crescido nos últimos anos. Atualmente, segundo a Abstartups, o Brasil tem cerca de 13.600 startups. Trata-se de um crescimento de 218% em comparação com 2016. No entanto, ainda existem barreiras quando o assunto é diversidade. É o que mostra o estudo realizado pela consultoria Bain & Company, em parceria com a aceleradora BlackRocks Startups.
Quando a pauta é equidade racial, por exemplo, a pesquisa — realizada com agentes do ecossistema, como fundos de venture capital, fundos de investimento de impacto, investidores-anjo, e outras entidades do setor — apontou que, 49% de empreendedores negros receberam algum tipo de suporte ao longo de sua jornada; não negros receberam 57%. 32% de fundadores negros receberam alguma espécie de investimento/aporte; e não negros receberam 41%.
Isso acontece porque “o ecossistema de startups ainda é uma bolha”, diz Maitê. Os investidores buscam indicação de empreendedores sempre no mesmo lugar, normalmente em bairros nobres. “Todos os agentes de investimento entrevistados disseram que a indicação tem relevância na seleção inicial de uma startup, sendo que cerca de 80% mencionaram considerar a indicação muito importante ou essencial. Para agentes de suporte como aceleradoras e hubs de inovação, o peso da indicação é menor”, diz a pesquisa. "Embora a maioria (81%) dos agentes entrevistados não monitore métricas de diversidade racial de seu funil ou portfólio, 76% dos respondentes têm a percepção de que raramente (ou nunca) recebem pitchs de
empreendedores negros", afirma o relatório. O impacto desse comportamento faz com que as empresas “percam inovação”, diz Maitê. Portanto, é importante olhar para outros ambientes fora da zona de conforto.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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