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"Pessoas felizes produzem mais e melhor"

A coluna de estreia de Camila Farani, presidente da G2 Capital e fundadora do Ela Vence, aborda sobre como uma cultura corporativa saudável e feliz evitará êxodo de líderes mulheres. Confira!

"Pessoas felizes produzem mais e melhor"

Camila Farani

, Presidente da G2 Capital e fundadora do Ela Vence

7 min

20 abr 2023

Atualizado: 1 jun 2023

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Só uma cultura corporativa saudável e feliz evitará êxodo de líderes mulheres. Pessoas felizes produzem mais e melhor. É o que diz um relatório da Universidade da Califórnia: um trabalhador feliz é, em média, 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e vende 37% a mais em comparação com outros funcionários.

Desenvolver estratégias para fortalecer o sentimento de felicidade e satisfação pode impulsionar o seu desempenho e beneficiar não somente você, mas também a organização como um todo.

Mas, como a igualdade de gênero entra nesse contexto?

A realidade é um pouco complexa quando focamos no sexo feminino. Líderes mulheres e colaboradoras estão 41% mais propensas a experimentar uma cultura tóxica quando comparadas aos homens, aponta um estudo da “Women in the Workplace” da LeanIn.Org e da McKinsey.

Não dá para ser feliz em um ambiente de toxicidade, né?

No cenário corporativo já se tornou comum ver e viver a desigualdade de gênero e, consequentemente, hábitos que favorecem esta realidade. Conclusão: desistência e pedidos de demissões de grandes líderes mulheres.

A cada mulher no nível de diretoria que é promovida, duas optam por deixar a empresa. Sim, as líderes estão trocando de empregos em taxas elevadas. Elas são ambiciosas, querem avançar na carreira, mas ainda sofrem situações no dia a dia que minam a sua autoridade. 

Relatório publicado recentemente pela Women in the Workplace da McKinsey, em parceria com a LeanIn.Org, aponta o fenômeno da "Grande Separação". Ou seja, as mulheres estão exigindo mais do trabalho e estão deixando suas empresas em números sem precedentes para obter isso. Como já existe uma sub-representação, esse problema se torna ainda mais sério.

E existem mais disparidades: as mulheres latinas e negras são menos propensas do que as mulheres de outras raças e etnias a relatar que seu gerente apoia o seu crescimento profissional. Não basta incluirmos mais mulheres, precisamos estar abertos para receber negras, mães, trans, 50+.

E não adianta fazermos isso se não prepararmos o ambiente para receber pessoas plurais. Somente um time realmente diverso é capaz de produzir para clientes diversos. Por isso, esse é um avanço fundamental que precisamos fazer no mundo corporativo.


De olho no futuro

Uma das questões mais importantes para pensarmos aqui é sobre o futuro. As novas gerações valorizam muito um espaço de trabalho igualitário, assim como a possibilidade de crescer e de trabalhar em ambientes flexíveis. As corporações não conseguirão atrair e manter os talentos que as levarão para o próximo nível se não avançarem nesse aspecto.

Então, por que não valorizamos o que as líderes têm de melhor? Uma avaliação feita pela Harvard Business Review apontou para uma melhor classificação das mulheres em 13 das 19 competências levantadas no estudo. Dentre elas, as habilidades de destaque são as relacionadas à capacidade de inspirar e motivar os talentos, valores de diversidade, resposta rápida às mudanças e habilidade de tomar decisões inovadoras. Elas sabem que precisam se provar muito mais do que os homens, por isso cobram de si mesmas e do time uma entrega de alto valor. 

Tudo isso faz das mulheres líderes muito efetivas.

E pensando em um futuro mais igualitário, acredito que para que ele seja promissor, as empresas precisam se transformar, mudar a mentalidade, evoluir. Pessoas com habilidades diferentes maximizam os resultados e a capacidade de inovação das organizações. E são as principais habilidades femininas que nos norteiam para este cenário.

Por isso, é importante pensar em uma estratégia de médio e longo prazo, considerando o alinhamento com as questões ESG - Ambiental, Social e Governança

É preciso focar nas seguintes lacunas a serem resolvidas pelas empresas:

  • Como desenvolver a melhor visão estratégica ou o melhor produto/solução se todos tiverem o mesmo background? 
  • Quais elementos da cultura corporativa são mais críticos para as mulheres? 
  • Quais são as deficiências culturais mais importantes que levam as mulheres a buscar saídas? 

A cultura tóxica é a maior lacuna cultural entre homens e mulheres dentro das empresas e precisamos ficar atentos a isso. É necessário que o mundo corporativo acolha dores específicas de cada um. Até porque, isso afeta diretamente nas entregas, nos resultados, na produtividade, além de atrasar objetivos e propósitos das empresas. Convido você para pensar mais por esse ângulo, que tal?

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Imagem de perfil do redator

, Presidente da G2 Capital e fundadora do Ela Vence

Presidente da G2 Capital e fundadora do Ela Vence, comunidade que conecta e inspira lideranças femininas, empreendedoras e investidoras. Eleita uma das 500 pessoas mais influentes da América Latina pela Bloomberg Línea e uma das 100 maiores em Inovação do Brasil pela Época Negócios.

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