Alimentação, cosméticos, agricultura e têxtil: entenda como a planta está sendo usada em diversos setores ao redor do mundo
Foto: Amax Photo/Getty Images
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3 min
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10 mar 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Tainá Freitas
Cosméticos. Agricultura. Alimentos. Têxtil. A cannabis está presente em diversas indústrias ao redor do mundo. Desde 2012, diferentes cidades têm estudado ou legalizado o uso da planta – o que se mostrou ser um mercado super lucrativo. Em 2021, a estimativa global de vendas de cannabis para uso médico e recreativo foi de US$ 37 bilhões, segundo a Prohibition Partners.
Atualmente, os Estados Unidos e o Canadá são os países com a maior fatia do bolo. No entanto, a Alemanha e a Austrália também são grandes apostas para os próximos anos. Por aqui, está tramitando o projeto de lei 399/2015, que estuda o uso de cannabis além do uso medicinal (já regulamentado no Brasil).
Não é por acaso que este é um mercado cada vez mais quente: segundo a Kaya Mind, empresa de inteligência de dados sobre cannabis, a regulamentação poderia gerar 117 mil empregos e movimentar R$ 26,1 bilhões no Brasil até 2025.
Já em aspecto global, a expectativa é ainda maior: que o mercado alcance US$ 128,92 bilhões em 2028, segundo a Vantage Market Research.
Há muitas entrelinhas no mercado da cannabis. Para começar, há termos técnicos que devem ser esclarecidos: a cannabis é a planta que origina o cânhamo (também chamado de hemp) e a maconha.
Embora ambos tenham origem na mesma espécie, o cânhamo é a planta que possui 0,3% ou menos de THC (tetrahidrocanabinol, a substância psicoativa); enquanto a maconha possui 0,3% ou mais.
O CBD (canabidiol, uma substância não psicoativa, mas com propriedades calmantes e medicinais) está presente nas duas versões e é amplamente comercializado no tratamento de doenças psiquiátricas e/ou neurodegenerativas.
A regulamentação da cannabis também possui uma “área cinza”. Há países que regulamentam apenas o uso medicinal; outros, o medicinal e recreativo; e terceiros que proíbem o uso.
Em 2021, houve um grande movimento de legalização do uso recreativo nos Estados Unidos: Connecticut, Nova Jersey, Nova York, Novo México e Virgínia foram alguns locais que regulamentaram.
Além dos Estados Unidos, o Canadá, México e Uruguai são países em que o uso medicinal e recreativo é permitido.
Bebidas, balas, bolinhos, chocolate… Há diversas formas de consumir cannabis – seja com THC ou CBD. Os Estados Unidos são líderes no mercado de comestíveis, embora a venda também seja legalizada no Canadá.
No caso de alimentos com propriedades psicoativas, o limite no Canadá é de 10 miligramas de THC. Já na Califórnia, é possível encontrar comestíveis com até 100 miligramas de THC.
Há grandes empresas interessadas neste setor – principalmente no de bebidas. Empresas de cerveja, por exemplo, já estão ganhando espaço na indústria de bebidas com cannabis. A Constellation Brands, dona da Corona e outras marcas, comprou 38% de participação na Canopy Growth, uma das maiores empresas de cannabis do mundo.
Em 1998, no Reino Unido, a marca de cosméticos The Body Shop lançou um creme hidratante para as mãos de cânhamo. Na época, embora o cultivo de cannabis fosse legalizado, o produto chocou e quase foi proibido. Atualmente, a empresa continua a trabalhar com produtos feitos com cannabis.
Enquanto isso, em 2019, a própria Canopy Growth adquiriu uma marca britânica de beleza por 43 milhões de libras. A empresa tinha o objetivo de trazer o CBD aos produtos. No mesmo ano, a Barney’s inaugurou a The High End, uma loja dedicada aos cosméticos com a mesma substância.
Outras grandes marcas que já apostaram em cosméticos com cannabis no exterior são a Avon, Colgate-Palmolive e Sephora.
O mercado global de cultivo de cannabis foi avaliado em US$ 123 bilhões em 2019, segundo a Grandview Research. A expectativa é que ele cresça no ritmo anual de 14,3% de 2020 a 2027.
Mas além do próprio cultivo da planta, a cannabis tem sido utilizada por agricultores para manter as boas condições do solo. O cânhamo produz uma alta quantidade de biomassa, que alimenta o solo com nutrientes e favorece o plantio nos sistemas de rotação de cultura.
Em outubro de 2021, a Vicunha Têxtil lançou no Brasil uma linha de jeans feitos com cânhamo, chamada de “Denim Hemp”. O tecido é composto em 65% de algodão e 35% de hemp. O fio de cânhamo utilizado é importado da China.
Entre os pontos positivos do tecido feito com hemp, a Vicunha destaca “ser durável, respirável, naturalmente antibacteriana, biodegradável e hipoalergênica”.
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Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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