Criadas por empresas, os cargos fora do comum são estratégicos e vão ao encontro do novo perfil do trabalhador. Entenda por que a área que (talvez) você nunca tenha ouvido falar pode ser importante para o sucesso do negócio!
(Foto: Geber86 via Getty Images)
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6 min
•
15 ago 2022
•
Atualizado: 17 ago 2023
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Por Sabrina Bezerra
Ser pago para dormir, via de regra, não é comum. Mas a Emma Colchões, startup que vende colchões na caixa, decidiu contratar especialista no assunto — e com salário mensal de R$ 5 mil. A inscrição vai até o dia 21 de agosto e pode ser feita neste link.
As funções do profissional serão: dormir no mínimo 8 horas por dia (quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde), testar os produtos da marca e compartilhar a experiência nas redes sociais.
A estratégia, segundo comunicado de Caio Abibe, country manager da Emma Colchões no Brasil, “é provar que uma boa noite de sono é transformadora.”
O acordo — e esse é um detalhe importante — é que a pessoa contratada deverá postar, ao menos uma vez por semana, ao longo do contrato de três meses, como está sendo a experiência e a sua opinião sobre os produtos.
Ou seja, trata-se da contratação de alguém que também influencie, de alguma forma, as pessoas na internet. O que vai ao encontro da pesquisa feita pela PwC, da qual mostra que 77% dos respondentes disseram que os comentários publicados na internet tiveram impacto na decisão de compra.
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Este, no entanto, não é o único cargo inusitado no mercado. Empresas dos mais diversos segmentos atribuem funções para lá de curiosa no quadro de funcionários.
É o caso da Jeep, que no início deste ano anunciou o cargo “Chief Freedom Officer” para quem gostaria de viajar pelo Brasil com o novo Jeep Renegade e produzir conteúdo colaborativo sobre o carro. O salário? R$ 150 mil.
“Pela primeira vez, uma pessoa será patrocinada para ser livre. Enquanto muita gente sonha em largar o trabalho para poder viajar e viver novas experiências, o CFO Jeep será selecionado justamente para viver a liberdade ao máximo”, diz Frederico Battaglia, CMO Stellantis South America.
O que faz sentido, já que cresce, por exemplo, o número de pessoas que são nômades digitais — que trabalham enquanto viajam.
Há alguns anos, a Netflix abriu o processo seletivo destinado a brasileiros para a função de tagger. Basicamente, a pessoa seria responsável por assistir e classificar filmes e séries com tags (palavras-chave) antes de serem publicados.
Outro cargo — este tem feito barulho nos últimos anos — é o Chief Happiness Officer (CHO). Trata-se de um especialista em felicidade no trabalho. O Google, por exemplo, implementou a função com o nome de Chief Culture Officer, mas com funções bem parecidas com a do CHO. Neste caso, em tempos de crescimento de Burnout e Great Resignation faz sentido.
Esse tipo de estratégia — de criar cargos inusitados — está associada às demandas do negócio x o novo comportamento das pessoas. Por exemplo, foi-se o tempo que a trilha de carreira era linear. Hoje, trabalhadores buscam funções que façam sentido ao seu estilo de vida, certo? Logo, faz sentido criar cargos estratégicos, como o especialista em dormir para testar os colchões e postar nas redes sociais. Isso porque, de um lado, a empresa ganha em ter o feedback e a produção de conteúdo. Do outro, o funcionário ganha em trabalhar com algo que tem sentido para o seu propósito, como, por exemplo, o bem-estar.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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