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Por que a Lightyear faliu mesmo após arrecadar 81 milhões de euros para lançar carro solar

Meses após lançar o Lightyear 0, fabricante holandesa anuncia fim das atividades!

Por que a Lightyear faliu mesmo após arrecadar 81 milhões de euros para lançar carro solar

, Jornalista

6 min

14 jun 2022

Atualizado: 19 mai 2023

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A fabricante holandesa Lightyear anunciou que a Atlas Technologies, subsidiária responsável pela produção do seu único carro, o Lightyear 0, entrou com pedido de falência.  Ao todos, são cerca de 600 funcionários afetados. 

“A Lightyear lamenta ter que fazer este anúncio a todos os empregados, clientes, investidores e fornecedores”, disse a nota.

O motivo? A implementação de carros movidos a energia solar não é economicamente viável devido à eficiência reduzida das placas fotovoltaicas, ao alto custo da tecnologia e às limitações de uso em locais com menor incidência de luz solar.

Dito isso, veja como surgiu a ideia do carro movido a energia solar 

Devido às leis e regulamentos da UE, a adoção dos elétricos estão crescendo na Europa. A ideia é que a partir de 2030, alguns países deixem de comercializar veículos a combustão.

Aproveitando isso, a startup holandesa de carros movidos a energia solar Lightyear arrecadou € 81 milhões em financiamento para acelerar o acesso à mobilidade limpa e impulsionar a expansão internacional. O financiamento também garantirá as metas de produção do Lightyear 0 e orientará o desenvolvimento do Lightyear 2. 

O sucesso se deve ao fato dele ser o primeiro carro elétrico e solar do mundo. A inovação, o Lightyear 0, já está disponível para venda sob o preço de 250 mil euros (cerca de R$ 1,3 milhão, na cotação atual). O diferencial é que, apesar de trazer uma bateria de 60 kWh integrada, o carro foi desenvolvido para fazer um grande uso de energia solar em seu carregamento. 

Como funciona?

Segundo a fabricante, o veículo consome 10,5kWh por cada 100 quilômetros percorridos em uma velocidade média de 110 km/h. Como ele é equipado com cinco metros quadrados de matrizes solares, que permitem a captação de energia para rodar 70 quilômetros por dia, o veículo seria capaz de seguir por sete meses em trajetos de 35 quilômetros em países ensolarados -- essa média cai para dois meses em países de frio intenso. 

Neste primeiro momento, a empresa está produzindo apenas 946 unidades, com entrega prevista para novembro. O dinheiro levantado será usado para aprimorar a tecnologia e investir em novas versões, que devem chegar ao mercado com um “valor mais acessível”, ainda segundo a fabricante.

SUSTENTABILIDADE EM FOCO

Em um pegada minimalista, o interior do Lightyear 0 é vegano, apresentando uma tapeçaria de materiais reciclados e de origem ética: couro vegetal de alta qualidade; tecidos feitos de garrafas PET recicladas; elementos decorativos de madeira de palmeira de vime reestruturada de forma sustentável; e camurça de microfibra ecológica e respirável.

Por fora, em uma estrutura pesando 1.575 kg, desenvolvida com fibra de carbono recuperada, suas medidas são de 5.083 mm x 1.972 mm x 1.445 mm. O desempenho do carro oferece um disparo de 0 a 100 km/h em 10 segundos e chega a 160 km/h de velocidade máxima. Sua tração é integral, havendo um motor em cada roda.

Em anúncio da empresa, Lex Hoefsloot, cofundador e CEO, explica: “Não há como esconder isso, o acesso a estações de carregamento não acompanhará a demanda por carros elétricos. Para minimizar o carregamento do plugue e maximizar o alcance, a estratégia da indústria, até agora, tem sido adicionar baterias. Isso aumenta a pegada de carbono da produção e, por sua vez, aumenta o peso e a necessidade de estações de carregamento de alta potência."

“Nossa estratégia inverte essa abordagem. O Lightyear 0 oferece mais autonomia com menos bateria, reduzindo o peso e as emissões de CO₂ por veículo.”

POR QUE IMPORTA?

Mesmo que a inovação ainda esteja longe do Brasil, ela mostra um movimento do mercado em direções mais sustentáveis -- só o elétrico já não é mais suficiente. A disrupção pode ser o marco para modelos ainda melhores, marcando uma nova corrida para os fabricantes de carros. 

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Imagem de perfil do redator

Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.

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