Peloton está passando por mais uma rodada de demissões para tentar se salvar; Entenda a estratégia do executivo
Escritório da Peloton nos EUA (foto: divulgação)
, Jornalista
7 min
•
6 out 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Camila Petry Feiler
Durante a pandemia, a startup Peloton combinou a venda de aparelhos ergométricos com um serviço de streaming de conteúdo fitness e decolou.
A empresa, que chegou a valer US$ 50 bilhões, acaba de anunciar uma nova reestruturação, cortando cerca de 500 empregos, significando 12% de sua força de trabalho restante, na quarta rodada de demissões este ano.
Sim, só em 2022 a empresa demitiu mais de 4.000 funcionários e viu quatro altos executivos partirem.
Nos tempos áureos, a empresa viveu peregrinações em busca dos seus serviços e produtos, crescendo em torno da assinatura. Entretanto, a alta da demanda na pandemia abriu frestas - logísticas, de reparo e de demora em atender o público, fazendo com que a empresa apostasse em novos galpões. O risco era alto, mas o crescimento estava acelerado.
+ Em alta mesmo na crise: modelo de assinatura vira receita salvadora para empresas
Com o recuo da pandemia e a volta das academias, a empresa também viu sua receita cair, além de assistir o crescimento de uma concorrência que ofertava serviços parecidos, mas mais baratos.
Especialistas disseram ao Business Insider que a empresa foi vítima do "efeito chicote", gastando muito em logística enquanto esperava que a demanda permanecesse alta - quando a demanda esfriou, a Peloton ficou com operações caras da cadeia de suprimentos que exigem agora uma grande revisão.
Depois do anúncio das demissões, o presidente Barry McCarthy, que assumiu em fevereiro, disse que está dando à empresa mais seis meses para se recuperar significativamente e, se falhar, a Peloton provavelmente não será viável como empresa independente.
Em comunicado, empresa anunciou que um “aspecto fundamental da jornada de transformação da Peloton é otimizar a eficiência e implementar economias de custos para simplificar nossos negócios e alcançar um fluxo de caixa equilibrado até o final de nosso ano fiscal”.
O crescimento a qualquer custo está fora de moda -- e de possibilidade também. A Y Combinator avisou e agora as empresas que não se preparam estão vivendo na pele.
A Peloton teve que mudar e deu prazo para ver os resultados. Agora a entrega é terceirizada e existem esforços para expandir as vendas, incluindo acordos com a Amazon e a rede de hotéis Hilton.
Ou seja, a Peloton está abandonando a estratégia de internalização de empresas de alto crescimento e está se movendo em direção a uma estratégia de logística de baixo custo e mais avessa ao risco.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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