Entenda como a versão digital do Yuan funciona e como esse movimento vai transformar a economia mundial.
Nota de Yuan chinês (foto: Getty)
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6 min
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6 abr 2021
•
Atualizado: 1 jun 2023
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Por Alberto Cataldi
Enquanto muitas pessoas ainda não entenderam que a digitalização do dinheiro é realidade, a China deu o passo para se tornar a primeira grande economia mundial a ter uma moeda digital. O Yuan chinês eletrônico já começou a ser testado nas grandes cidades do país, como Xangai, Pequim, Shenzhen e Suzhou e promete ser uma rápida revolução na maneira como os chineses lidam com o dinheiro, criando mais acessibilidade, praticidade e segurança.
O Yuan digital, ou eCNY, é uma moeda virtual que substitui a versão em papel do dinheiro que já circula na China. Ao contrário de criptomoedas como Bitcoin e Ethereum, ela não é descentralizada, ou seja, o controle de emissão dela é feito inteiramente pelo Banco do Povo da China.
Para usar, os chineses contam com um aplicativo que funciona como carteira digital, onde todos os depósitos e pagamento são feitos. Vale lembrar que a cultura de apps de pagamento já está bem enraizada no país, o que facilita a adoção de transformações como esta.
A criação de uma moeda virtual estatal trará muitas vantagens para o governo chinês, como evitar falsificações, dar mais agilidade na aplicação de políticas monetárias e permitir uma visão mais aprofundada dos dados de circulação financeira no país. Vale explicar que o Yuan digital garante anonimidade para algumas informações das transações, mas permite que o governo tenha mais visibilidade de atividades ilegais.
Para a população, a expectativa é de facilitar o acesso ao dinheiro, especialmente para pessoas que ainda sejam dependentes de bancos, mas morem em regiões pouco atendidas. O estímulo ao comércio também será um benefício direto, já que vai facilitar o pagamento e torná-lo instantâneo.
A distribuição do Yuan digital está sendo feita através dos bancos, que recebem a moeda do Banco do Povo da China e transferem para seus clientes, contando com campanhas de incentivo e educativas sobre as vantagens e usos da moeda virtual. Uma vez que o cliente aceite o uso, o dinheiro físico pode ser trocado por uma versão virtual disponível no app eCNY.
QUEM JÁ ESTÁ NESSA?
O projeto da moeda digital chinesa está em curso desde 2014. Um dos motivos para todo esse investimento é criar estabilidade no mercado financeiro do país, que já conta com iniciativas como o Alipay, da Alibaba, e o WeChatPay, da Tencent, que atualmente detém grande parte da circulação do dinheiro digital do país. Um projeto mantido pelo governo garante mais estabilidade para a economia.
Não muito atrás, o Japão também anunciou que fará um teste de um ano com uma nova moeda virtual, chamada de Central Bank Digital Currency (CBDC). O “experimento”, como é chamado pelo governo, entrou na fase 1 neste mês e envolve a avaliação de funções básicas para um Yen digital, como a garantia de pagamento, distribuição e recebimento. Ela deverá durar até março de 2022, quando será avaliada a possibilidade de uma segunda fase.
Com esse movimento, a China não deixa dúvidas: o dinheiro do futuro será digital. E não estamos falando de um futuro distante, mas de algo que já está se tornando realidade ao longo de 2021 e que deverá ser imitado por outros países em breve. Muita gente já tem começado a olhar para as criptomoedas como um investimento importante, enquanto empresas também oferecem soluções para o uso no dia a dia. As possibilidades estão só começando a acontecer, e quem não acompanhar pode ficar pra trás rápido.
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Head de Conteúdo e Partner na Startse. Mais de 20 anos de experiência na coordenação e produção de conteúdo editorial e para marcas. Fala sobre estratégia, inovação, tecnologia e comunicação.
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