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Por que a Creditas comprou a licença bancária do Andbank no Brasil

Startup Creditas comprou operação bancária do europeu Andbank, a proptech Kzas e se preparar para captar mais US$ 150 mi em títulos

Por que a Creditas comprou a licença bancária do Andbank no Brasil

Recepção da Creditas (foto: divulgação)

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US$ 260 milhões parece não ser o bastante para a Creditas e sua estratégia de crescimento. Depois do aporte recebido em janeiro em uma série F, a fintech de crédito anunciou nesta sexta (8) uma extensão de US$ 50 milhões desta rodada, aumentando seu poder de fogo e ajudar em duas novas aquisições.

A fintech anunciou a compra da licença bancária do Andbank no Brasil, em um negócio avaliado em R$ 500 milhões. Com o acordo, a Creditas assume a operação de private banking da marca europeia no Brasil, enquanto o Andbank matém sua atuação como gestora de ativos privados. Caso a venda seja aprovada pelos bancos centrais do Brasil e de Andorra, assim como o Cade, o banco da Creditas contará com um capital avaliado em R$ 450 milhões.

Pelo acordo, a Creditas também tem a possibilidade de ser uma sócia minoritária da operação brasileira do Andbank, dando suporte no desenvolvimento dos serviços de private banking da empresa europeia. E a recíproca é verdadeira, pois o Andbank também deve entrar como sócia da fintech, em uma participação minoritária.

Em nota, o fundador e CEO da Creditas, Sergio Furio, destacou que o acordo com o Andbank contribui para a continuidade do crescimento da fintech, trazendo fontes adicionais de capitalização e financiamento, podendo captar depósitos no varejo, por exemplo. “Agora trabalharemos juntos com o time da Andbank para inovar em nossos fundos, incluindo FIIs, FIDCs e CRIs”, destacou.

Mais uma aquisição, mais uma capitalização

Além do acordo com o banco europeu, a Creditas anunciou, por um valor não divulgado, a compra da startup Kzas, desenvolvedora de uma plataforma de marketplace para crédito imobiliário. Segundo a fintech, a nova marca do portfólio permitirá a oferta de crédito de outros bancos, podendo ir além das modalidades atualmente oferecidas pela companhia – como crédito imobiliário, empréstimo consignado e financiamento de automóveis.

Atualmente avaliada em US$ 4,8 bilhões, a Creditas não deve parar por aí em termos de capitalização. Além da extensão da rodada série F, a companhia anunciou que está negociando a venda de US$ 150 milhões em títulos conversíveis para ter mais gás em seus movimentos de mercado.

No geral, é uma senhora grana, ainda mais se parar para pensar no valor total da recente série F. Com o bônus de US$ 50 milhões, o cheque total da rodada ficou em US$ 310 milhões, o maior aporte de uma startup brasileira em 2022 até agora.

Um dos planos abertos pela empresa é o de impulsionar a operação da Voltz, montadora de motos elétricas que recentemente abriu sua fábrica própria e Manaus (e nós do Startups estivemos lá para contar a história). Desde o ano passado, a Creditas já injetou cerca de R$ 150 milhões na startup de mobilidade, que tem o objetivo de fabricar cerca de 5 mil motos por mês em sua fábrica.

“Estamos muito animados com o futuro que está por vir. A equipe da Creditas tem se mostrado extremamente resiliente ao atual ambiente de mercado e está apresentando um crescimento de 3,2 vezes em relação ao primeiro semestre do ano passado, ao mesmo tempo em que aumenta a eficiência e a produtividade. A expansão de nossa Série-F no ambiente atual nos ajudará a consolidar nossa posição e manter o alto crescimento que experimentamos nos últimos anos”, destacou Furio em nota.

Unicórnio desde 2020, quando levantou US$ 255 milhões em uma rodada série E, a Creditas já acumula mais de US$ 830 milhões em investimentos, de players como SoftBank Group Corp, Fidelity Investments, Wellington Management, QED Investors, Kaszek, VEF e o fundo InnoVentures do Santander. Segundo informações do próprio CEO, em 2021 a empresa triplicou sua receita no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, faturando R$ 820 milhões.

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