Do xadrez ao futebol, a IA está sendo usada para analisar dados, otimizar o desempenho e criar novas estratégias. Uma nova era de possibilidades se abre para atletas, treinadores e fãs. Entenda mais.
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4 min
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8 ago 2024
•
Atualizado: 8 ago 2024
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Por Maurício Benvenutti
Em 1997, o computador Deep Blue da IBM venceu o então campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, em uma partida que mudou para sempre a dinâmica desse esporte.
Magnus Carlsen, por exemplo, o melhor jogador da atualidade, usa estratégias geradas por inteligência artificial (IA) combinadas com sua intuição e experiência para se preparar antes de cada partida.
Essa mistura da precisão das máquinas com a genialidade da mente humana é a marca registrada do xadrez moderno.
Na disputa de pênaltis entre Inglaterra e Suíça pelas quartas de final da Eurocopa, a foto do goleiro inglês com uma “cola” indicando onde os suíços provavelmente chutariam, representa, na verdade, um projeto imenso iniciado há 6 anos pela federação inglesa de futebol para melhorar o seu desempenho nas penalidades.
De um lado, técnica e controle mental: em média, os jogadores da Inglaterra demoraram 5,2 segundos para chutar após o apito do árbitro; a Suíça levou só 1,3 segundos.
Do outro, dados: a busca por padrões históricos dos batedores ajudou o goleiro Pickford a defender 5 das 20 cobranças que enfrentou em decisões por pênaltis desde que a seleção inglesa começou esse trabalho em 2018. Isso é mais do que o dobro de qualquer outro goleiro do país desde os anos 90.
Ainda no futebol, Google e Liverpool FC desenvolvem juntos o TacticAI. Esse modelo preditivo e generativo ajuda os técnicos a treinarem escanteios, permitindo explorar diferentes posições dos jogadores em campo e identificar aquelas com maior probabilidade de sucesso.
De acordo com a comissão técnica do Liverpool FC, as sugestões da IA foram mais eficientes do que as táticas usadas pela equipe em 90% das vezes.
Além disso, a LaLiga recém lançou o Mediacoach Sandbox, um repositório de dados coletados por câmeras e visão computacional de todos os jogos da primeira divisão do futebol espanhol.
São mais de 3,5 milhões de dados brutos gerados por partida. Os clubes terão acesso a essa base de maneira uniforme e serão capazes de usar IA para treinar jogadas, estudar adversários e até prever lesões.
Um dos objetivos disso é tornar a LaLiga mais competitiva, uma vez que a IA pode ajudar a equilibrar o desequilíbrio econômico entre os clubes. Esses exemplos mostram que, assim como em outras indústrias, a IA está impactando o esporte e transformando a forma como os jogos são jogados.
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