Entenda como a Arábia Saudita quer reduzir a dependência do petróleo e marcar presença na Nova Economia!
Riad, Arábia Saudita (Foto: via Canva)
, jornalista
12 min
•
20 mar 2023
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Quando você escuta a palavra Arábia Saudita, provavelmente, pensa em petróleo. No entanto, à medida que a evolução tecnológica e agendas globais como o ESG avançam, caminhamos para a era pós-petróleo e, obviamente, o reino sabe disso.
Assim, com o aval de Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro do trono da Arábia Saudita e principal responsável pelo programa de modernização do país, o governo saudita quer reduzir a dependência do petróleo ―, e marcar presença no mundo da tecnologia é uma das formas de fazer isso. Seja com injeção de capital em startups, parcerias com grandes empresas de tecnologias e outros governos e criação de cidade futurista.
Quem está por trás do desenvolvimento, implementação e apoio de programas e projetos que promovam novos empregos, empreendedorismo e inovação é a Monsha'at, autoridade geral de pequenas e médias empresas da região. Para você ter uma ideia, a meta é aumentar a produtividade das PMEs e sua contribuição para o PIB de 20% para 35% até 2030.
Para você ter uma noção, atualmente a Arábia Saudita:
Acompanhei essa movimentação de perto há mais ou menos uma semana, quando participei como imprensa do Fórum Biban 2023, evento em Riyadh, na Arábia Saudita, com foco em startups (a título de curiosidade, a StartSe foi a única mídia brasileira a fazer imersão por lá). Veja as principais impressões:
A criação do Fórum Biban, um dos maiores eventos de startups da região, teve este ano o tema "Atrair-Conectar-Alcançar". Não à toa. A ideia foi promover oportunidades para empreendedores e investidores no reino e em todo o mundo. Desta forma, a Arábia Saudita impulsiona o rápido desenvolvimento como um centro global para empreendedorismo e PMEs inovadoras. Alguns números:
O fórum aconteceu em Riyadh. A cidade ― que, por fazer parte do deserto, tem cor bege ― tinha estande com “tira dúvidas” no aeroporto e principais hotéis da região. Por ali, todos os atendentes com sorriso no rosto prontos para orientar sobre o maior evento. Porém, é comum não seguirem a pontualidade (foi algo que me chamou a atenção da cultura de lá, mas este é papo para outro artigo).
Durante o evento, aconteceu a final da Copa do Mundo de Empreendedorismo (EWC) em que um total de US$ 1 milhão foi concedido a 11 empresas. O evento reuniu 100 finalistas de mais de 50 países (incluindo Brasil), com empresas inovadoras competindo prêmios.
Participaram da Copa as startups brasileiras GLR Tech, Guia Empreendimentos Inovadores, Liberfly, myWaste.app, e Yooga. A Saffe, fundada em 2015 pelos brasileiros André Aranha Coelho e Giovani Chiachia, também participou. A Trashin foi convidada, mas não pôde comparecer.
A vencedora, no entanto, foi a WhiteHelmet, empresa Saudi que fornece plataforma para gerenciar e monitorar operações de construção remotamente, de qualquer lugar a qualquer hora. Ganhou US$ 300 mil. O restante do prêmio foi distribuído em outras categorias e posições.
Além disso, os empreendedores participantes da Copa também puderam interagir e colaborar com autoridades governamentais, empresários e investidores do reino e além.
"Essas empresas e seus fundadores nos impressionaram em todas as etapas da competição", disse Jonathan Ortmans, presidente da Global Entrepreneurship Network.
A estratégia em levar a final de uma competição global para Riyadh faz sentido quando analisamos a visibilidade do negócio. Em outras palavras, a Arábia Saudita atrai olhares da Nova Economia de todo o mundo para lá.
A Arábia Saudita também tem entendido que para diversificar a economia é preciso fechar parcerias. Assim tem feito. Cerca de US$ 13,8 bilhões de acordos foram fechados durante o Fórum Biban. Alguns deles foi com:
Outro anúncio na Biban 2023 foi de que os vendedores locais da Arábia Saudita terão acesso ao mercado internacional da Amazon nos Estados Unidos, Europa e Ásia ― o que é uma mão na roda para o reino, já que uma das principais metas é alavancar o comércio eletrônico e, até o final deste ano, alcançar US$ 11,98 bilhões.
Os mais diversos, mas as categorias em destaque são: e-commerce, fintech, inteligência artificial, IoT, cleantech e security.
Uma das formas de atrair o turismo para região ― algo totalmente novo no reino ― é a criação de uma cidade do futuro. O projeto, em andamento desde 2021, se chama NEOM e será composto por quatro regiões: Sindalah, Trojena, Oxagon e Line. Veja o projeto da The Line aqui.
A Arábia Saudita teve uma sacada estratégica ao decidir diversificar sua economia, de modo a não depender exclusivamente do petróleo. Para tanto, optou por ingressar na Nova Economia por meio de investimentos em startups locais e internacionais, além de firmar parcerias com gigantes do setor tecnológico. O que você pode aprender com isso? Busque parceiros estratégicos que possam alavancar o seu negócio, mas de olho nas tendências. Lembre-se: não tem mais espaço para quem fecha os olhos para inovações do futuro (principalmente as ligadas ao ESG) – que são tão necessárias. Fechou os olhos? Ficou para trás.
*Jornalista viajou a convite do Fórum Biban
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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