Olhar para o céu traz novas perspectivas para a Terra: a Nasa apresenta inovações já aplicadas no nosso cotidiano em relatório
, Jornalista
6 min
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15 fev 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Ao investigar as possibilidades de vida fora da Terra, a NASA chega a tecnologias que mudam também a forma como nos relacionamos com o planeta. Em um relatório chamado Spinoff 2022, divulgado recentemente, ela anunciou as principais descobertas, como as empresas estão aplicando e, claro, as apostas do que pode vir por aí.
De criações que impactam na produção de alimentos a luta contra o Coronavírus, confira aqui as principais invenções e ramificações possíveis:
A NASA foi pioneira na primeira fazenda vertical interna nos Estados Unidos – um esforço para melhor entender como usar plantas para manter os astronautas alimentados e saudáveis em voos de longa duração. Hoje, inúmeras empresas estão aprendendo com este exemplo, usando a tecnologia e técnicas para cultivar alimentos para a crescente população da Terra com um impacto ambiental muito menor.
A fazenda que se inspirou e criou um sistema parecido conseguiu desenvolver uma fazenda vertical quase totalmente automatizada e que utiliza apenas 1% da água exigida pela agricultura tradicional.
Assim que a pandemia tomou conta do mundo e causou impactos fortes nas cadeias de produção, um grupo de engenheiros do Jet Propulsion Laboratory criou um ventilador pulmonar que não dependia da cadeia de suprimentos tradicional para a confecção de peças. E, após obter autorização em caráter de emergência do FDA, licenciou-o gratuitamente para 40 empresas em todo o mundo.
Ao longo da pandemia, os drones começaram a subir aos céus para entregar bens essenciais e prestar serviços. Mas as preocupações de segurança colocaram um freio no setor. Entretanto, um novo sistema da NASA pode servir como base para rastrear e gerenciar drones em tempo real sob os regulamentos da FAA (Administração Federal de Aviação) americana.
Conhecido como UAS Traffic Management, ou UTM, o objetivo é criar um sistema que possa integrar drones com segurança e eficiência ao tráfego aéreo de baixa altitude. Dessa forma, a entrega de pacotes e voos não vão interferir em helicópteros, aviões, aeroportos próximos ou até mesmo drones de segurança pilotados por socorristas.
Os robôs são cruciais nos esforços para explorar o espaço e outros planetas – eles apoiam os astronautas e podem alcançar lugares ainda impossíveis para humanos. E o que pode apoiar muito nessa jornada é algo que pareça uma mão. Por isso, uma colaboração com a indústria ajudou a Nasa a projetar uma mão robótica ainda melhor – e o esforço foi adaptado em uma luva robótica que ajuda os trabalhadores de manufatura a reduzir lesões.
A luva é semelhante à do Homem de Ferro, chamada de RoboGlove, foi desenvolvida com a General Motors e proporciona suporte e força extra aos movimentos, como a uma versão manual de um exoesqueleto motorizado. Assim ela evita lesão ou fadiga para quem executa tarefas repetitivas.
Sabe o etileno, hormônio gasoso responsável pelo amadurecimento das frutas? Então, ele se tornou um problema no ambiente sem gravidade porque ficava preso ao redor da planta e causava o amadurecimento prematuro. Por isso, a NASA desenvolveu um filtro que acabava com o problema e também eliminava esporos de mofo, bactérias e vírus.
Logo, o filtro se tornou um grande aliado na contenção da pandemia do Coronavírus, já que ele se propaga pelo ar. A tecnologia apoia a redução da contaminação em ambientes fechados, então empresas que já utilizavam o sistema, como a ActivePure Technology, viram os estoques de meses desses filtros serem vendidos em poucas semanas ou dias.
Você já ouviu a lenda urbana de um suposto fracasso da caneta espacial usada pela NASA, enquanto russos usavam lápis? Na verdade, tanto astronautas quanto cosmonautas usam a caneta espacial pressurizada Fisher para escrever no espaço desde os anos 60, e no ano passado ela entrou para o Hall da Fama da Tecnologia Espacial. Segundo os pesquisadores, não se usa lápis porque é muito fácil quebrar a ponta.
A seção Spinoffs of Tomorrow destaca 20 tecnologias da NASA prontas para serem postas no mercado. Dentre elas um sistema de verificação biométrica para desbloquear telefones e computadores que utilizam batimentos cardíacos; um dispositivo de nanomaterial que converte dióxido de carbono em combustível e um alumínio autorregenerativo que é capaz de reparar rachaduras e reverter danos em estruturas, como aeronaves, tanques de guerra e linhas de combustível.
Os exemplos integram o Programa de Transferência de Tecnologia, que busca a aplicação do conhecimento em larga escala por meio de parcerias e acordos de licenciamento com empreendedores. A NASA recebe e busca empresas de todo o mundo que queiram produzir novas tecnologias a partir de suas invenções, embora todas passem por um rigoroso processo de inscrição.
O software da NASA é gratuito e não requer inscrição. Mas as taxas médias de licenciamento para dispositivos patenteados giram em torno de US$ 5 mil a US$ 10 mil, e grande parte desse valor é repassado ao inventor como incentivo. A agência também oferece isenção de taxas para startups e estudantes universitários, possibilitando acesso à pesquisa e desenvolvimento que existe na agência espacial.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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