O que o Butão, um dos países mais felizes do mundo, tem a nos ensinar
Foto de Brooke Cagle na Unsplash
, Jornalista
8 min
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12 jan 2024
•
Atualizado: 13 jan 2024
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Há quem diga que é estado de espírito, para outros momentos de compartilhamento de sentimentos.
Por isso, não se sabe ao certo se é possível medir a felicidade. O Butão foi o primeiro a tentar. Criou o Índice de Felicidade no Trabalho em 1972 e leva há anos o título de país mais feliz do mundo.
Mas como ficamos no Brasil? Qual atenção devemos tomar?
A ideia da medida é entender a relação de satisfação que o colaborador encontra no trabalho, quais os fatores apontam seu contentamento com a sua posição e com a empresa.
Sim, pessoas mais felizes produzem mais. De acordo com "The Happiness Dividend”, desenvolvido pela Harvard Business Review em 2023, colaboradores satisfeitos são 31% mais produtivos e 85% mais eficientes.
“Espaço para contribuir e gerar valor para o resultado da empresa, ver onde meu trabalho e esforço agregam valor e geram resultado são fatores que aumentam a minha felicidade no trabalho. Nada é mais satisfatório para mim do que poder fazer a diferença”, afirma Jacqueline Brizida, Head Global de Pessoas e Cultura na Traive.
O modelo do governo butanês deu tão certo que a ONU não só reconheceu a iniciativa como a replicou em outras localidades, que passaram a entender a verdadeira relação com o trabalho.
Talvez, para muitos profissionais de tecnologia, o desejo seja integrar uma grande empresa presente no Vale do Silício. Isso porque o conceito de felicidade na cultura brasileira reconhece satisfação (pessoal e profissional) como uma empresa de destaque no segmento, ambientes descontraídos ou menos burocráticos, bons salários, mas vai muito além.
“Eu vejo que a pandemia trouxe muita evolução tecnológica para o mundo do trabalho, derrubou alguns tabus, como o da impossibilidade do trabalho remoto, e a importância da flexibilidade na qualidade de vida das pessoas”, afirma Jacqueline.
O país demonstra zelar pela vida dos indivíduos considerando o papel do indivíduo, da sua inserção em uma comunidade e da sua relação O acesso aos hospitais e clínicas é gratuito e de qualidade, assim como a educação básica que de tão positiva conseguiu alfabetizar a população inteira.
Além disso, a sanidade básica é controlada e acessível a toda a população e todos os moradores têm acesso à água potável. A corrupção é baixa, assim como os índices de desigualdade. Para eles, a felicidade é uma questão cultural.
Por isso, na hora de avaliar a relação dos seus colaboradores é importante considerar, ao olhar para a relação com a sua empresa: autonomia concedida a cada um dos funcionários, a relação com as pessoas da equipe, com os líderes e com outras áreas, os projetos que está envolvido e como vem desempenhando as suas tarefas.
Além disso, é importante avaliar o que ele declara, os feedbacks que traz, como se auto avalia e como olha para a companhia.
Em uma pesquisa mais minuciosa também é valioso considerar:
Ao olhar o papel da empresa pergunte-se:
Há muitas pesquisas que revelam pontos de atenção sobre a saúde mental relacionada ao trabalho. Segundo a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), cerca de 52% dos brasileiros sofrem de ansiedade quando estão no trabalho. Além disso, há outras pesquisas que colocam o Brasil como o segundo país com mais casos de burnout no mundo.
De acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), hoje aproximadamente 30% dos profissionais que estão no território nacional já receberam este diagnóstico.
Por isso, quanto mais as empresas investirem em conhecer o colaborador com profundidade e criar programas que ampliem a sua conexão com o dia a dia e com o ofício, melhor, maior a produtividade.
“A própria produtividade é um conceito que eu vejo como muito mal interpretado ainda. Existem vários tipos de produtividade, inclusive a produtividade social do trabalho, que é alimentada pela confiança que as relações humanas promovem, e se tem uma coisa que a evolução nos treinou a fazer é criar laços presencialmente”, disse Jacqueline.
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Simone Coelho é jornalista com especialização em roteiro e storytelling. Começou a sua carreria no mercado editorial escrevendo sobre temas variados, mas durante anos trabalhou também no mercado empresarial, com a construção de conteúdos segmentados e treinamentos. Hoje, divide o seu tempo entre os dois cenários e segue apaixonada pela escrita.
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