Entenda como um site de apostas que não tem representação no país colocou grandes influenciadores nos holofotes -- mas não do melhor jeito
, Jornalista
6 min
•
6 set 2023
•
Atualizado: 6 set 2023
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A Blaze, um site de apostas e cassino online sediado na ilha de Curaçau, ganhou fama no Brasil por estar atrelado a influenciadores como Neymar e Felipe Neto. Agora, a empresa é acusada de golpes e na CPI de Pirâmides Financeiras.
Com isso, a justiça, por meio da Anatel, determinou que o site seja tirado do ar. Do outro lado, os influenciadores envolvidos não se posicionaram.
“De modo a demonstrar a existência de fraude na venda de sinais para jogos de azar, apurou-se a existência de milhares de reclamações feitas por pessoas no sítio eletrônico Reclame Aqui, bem como boletins de ocorrência”, cita o juiz no processo.
Não só: um levantamento feito pela OCCRP (Organized Crime and Corruption Reporting Project), em parceria com o Portal do Bitcoin, encontrou 15 processos judiciais contra a Blaze em oito estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso e Pernambuco.
Em um deles, moradores de Belo Horizonte que teriam tido um prejuízo de R$ 6 milhões após serem convencidos por uma influenciadora a “investir” pela plataforma Blaze.
Além de ser alvo da CPI das Pirâmides Financeiras (ou CPI dos Criptoativos), que chegou a convocar os presidentes do Santos e do Atlético Goianiense, times patrocinados pela Blaze, um vídeo publicado por Daniel Penin, com o título “Tire dos pobres e dê aos influencers” já acumula mais de 4 milhões de visualizações.
Nele, o youtuber faz declarações polêmicas sobre comissão de grandes influenciadores, falando sobre porcentagem de ganhos a cada perda dos usuários que vieram pelo link do influencer.
Usando uma estratégia de influenciadores (os maiores nomes do país), o foco da Blaze é captar clientes brasileiros. Dados do site de análise de tráfego online SimilarWeb mostram que o site da empresa teve 41 milhões de acessos em abril — dos quais 98,93% vieram do Brasil. Mesmo assim, não foi possível encontrar nenhum representante no Brasil nem um CNPJ.
Uma pesquisa feita pela EnTribe mostra que 90% dos americanos não confiam em marketing feito por influenciadores e buscam conteúdo gerado por usuários comuns ou conteúdo relacionado à marca criado através da experiência de cliente.
Já no Brasil, o número é quase o mesmo, só que às avessas: 92% desses consumidores aplicam regularmente as sugestões oferecidas por influenciadores, de acordo com levantamento da IAB Brasil.
Porém, questões envolvendo segurança financeira pode balançar esta confiança. Em publicação no X (antigo Twitter), o influenciador Jon Vlogs diz que irá se “posicionar em breve e com base verdadeira no que vou falar em vídeo e mostrar que a maioria das especulações são falsas.”
Até lá, os clientes que não conseguiram acesso ao dinheiro não possuem rastreabilidade, nem verificação destes sites de apostas. A empresa, que não é a primeira a englobar polêmicas do tipo, traz à tona os riscos deste tipo de jogo. Agora, resta entender como os influenciadores vão mostrar porque embarcaram nesta -- levando muita gente com eles.
Para entender melhor a posição, tentamos contato com a Blaze, porém ainda não conseguimos retorno. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
Se o marketing de influência está abalado com casos como a Blaze, sua empresa precisa de um Plano B
Muito antes das redes sociais e influenciadores, esses dois experts criaram estratégias de vendas e marketing em escala para fazer muitas empresas subirem de nível. Inclusive fazendo empresas como LinkedIn e Facebook (atual Meta) a explodirem de crescimento e clientes. Em tempos de redes sociais e influenciadores em cheque, o crescimento e lucro das empresas não podem depender apenas disso para escalar. Confira aqui o que eles fizeram e estão ensinando às empresas BR.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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