Atravessando gerações, a marca soube fazer grandes apostas emocionais, estratégicas e de produto para manter seu crescimento e sua presença tão fortes quanto a bebida
Foto: Pexels
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8 min
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11 set 2024
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Atualizado: 11 set 2024
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Coca-cola é a segunda palavra mais falada no mundo, segundo estudos liderados pela Euromonitor. Está atrás apenas da expressão “ok” considerando todas as 7 mil línguas existentes.
A bebida, que nasceu em 1886 como tônico capilares e indicativo para dores de cabeça, rapidamente mostrou seu potencial além do uso medicinal e hoje está relacionada diretamente a momentos de felicidade, graças a estratégias bem-sucedidas da marca desde a sua criação.
Soube se manter jovem, familiar e sempre moderna. Aproximou-se de causas humanitárias, esportivas, mostrou a importância de valorizar os sentimentos, atravessando gerações. Conectou-se a grandes eventos, a posicionamentos socioambientais e ampliou sua cartela e produtos em uma escala global. Atualmente, são mais de 600 subprodutos.
Logotipo que atravessa gerações
Aliás, emoção foi algo que a empresa nunca abriu mão. Há mais de 135 anos a logo sobre apenas pequenas alterações apostando na memória afetiva e na reputação através da consistência de suas campanhas. Na verdade, foram duas grandes mudanças apenas. Uma no seu surgimento (1886), e outra por volta de 1887-1888.
Frank M. Robinson, contador de Pemberton (farmacêutico idealizador da bebida), foi o responsável não só pelo design, mas foi ele quem batizou a bebida de “Coca-cola” Ele acreditava que os dois grandes “C” apresentados em uma tipologia clássica da época, chamariam atenção nas peças de publicidade.
E porque vermelho? A cor foi acrescida em 1891 para despertar amor, emoção primária reconhecida desde a infância e, portanto, universal. A proposta era reforçar a paixão por tomar a bebida sempre em encontros com pessoas queridas.
A mensagem direta, afetiva e simples também formou o DNA da marca.
Garrafa única
Poucos sabem que o desenho da garrafa de vidro, tradicional da marca, também foi uma estratégia de marketing. Em, as bebidas eram vendidas em embalagens retas.
Pensando em criar um pouco mais de movimento e uma identidade imediata, a marca lançou um concurso em 1915 para que fosse sugerido um novo design.
A versão ganhadora de Alexander Samuelsson, um designer industrial sueco, valorizava a funcionalidade e praticidade, pensando na boa aderência das mãos na hora de segurar e servir a bebida, mas foi além. Trouxe uma identificação imediata do público com a marca, e mais autenticidade. Ela se destacava frente às concorrentes e levava a mensagem publicitária, que mais tarde viraria também memória afetiva.
Receita secreta
O próprio mistério de sua composição também é uma estratégia de marketing há décadas. A curiosidade de saber os ingredientes e proporções fez com que surgissem muitos concorrentes em escala global.
Informalmente, há também a degustação e a comparação entre os produtos, porém, consumidores e apaixonados pela bebida costumam identificar o cheiro e o sabor com facilidade e não abrir mão do consumo, apesar das oscilações de preço e oferta, dependendo da ocasião.
Valor agregado
Como estratégia de fidelidade e fortalecimento da marca, a empresa entendeu a importância de contar histórias e defender causas, ainda que cotidianas.
Em inúmeros comerciais, debateu a importância de encontrar felicidade em pequenos momentos, como abrir uma Coca-cola ou encontrar a bebida junto a alguma grande mudança de vida.
Soube debater e se aproximar da diversidade, apoiando movimentos, falas e falas que reforçam a importância de se aceitar e de apresentar a sua versão.
Para isso, trabalhou com parceiros, se reinventou em estratégias digitais, ao longo dos anos, alcançando em extensão e linguagem novos públicos.
Inovação contínua
Nas estratégias e na mensagem. Tornou-se patrocinadora de eventos importantes de escalas regionais e mundiais, de times esportivos, valorizando a prática de esportes e o incentivo à cultura.
Trouxe uma linguagem moderna e sempre descontraindo, conectando alguma ação da bebida ou das redes sociais com temáticas importantes marca s marca, como: Abra a felicidade, Gostoso é viver, Compartilhe uma Coca-Cola.
Investiu em tecnologias de ponta, diversificando seus produtos e suas embalagens, ganhando escala de produção e distribuição, barateando e melhorando seus processos e, novamente, agregando valor ao implantar práticas de fabricação mais sustentáveis.
Comunitária
Soube se apresentar de forma estratégica em datas comemorativas, como o Natal, criando campanhas de conexão emocional, sempre com a bebida de pano de fundo.
Promoveu ações virais nas redes sociais, se associando a tendências do mercado e reforçando os valores da marca: diversão, amor e felicidade.
Fortaleceu o seu nome em escala global. Está presente em mais de 200 países, sempre entre as grandes preferências porque além de qualidade e de conexão, está aberta a ouvir o público, não só pelas campanhas de fácil aceitação, mas também pela prática de pesquisas e testes de qualidade incorporados na sua forma de produção.
Não à toa a Coca-Cola anunciou um lucro líquido de US$ 3,17 bilhões no primeiro trimestre de 2024, crescimento de 2% frente ao mesmo período do ano passado.
A marca anunciou também que deve investir cerca de R$ 4 bilhões para modernizar e expandir a estrutura fabril e a malha logística de todo o Sistema Coca- Cola no Brasil. O país é hoje o quarto maior mercado da Coca-cola no mundo.
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Simone Coelho é jornalista com especialização em roteiro e storytelling. Começou a sua carreria no mercado editorial escrevendo sobre temas variados, mas durante anos trabalhou também no mercado empresarial, com a construção de conteúdos segmentados e treinamentos. Hoje, divide o seu tempo entre os dois cenários e segue apaixonada pela escrita.
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