Apple, Uber, AirBnb – o Venture Capital já gerou inovação que transformou a maneira com que seus clientes se relacionam com o mundo. Como esses investimentos impactam a inovação?
como-o-venture-capital-produz-inovacao (Foto: GettyImages).
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Por Victor Marques, da CapTable Brasil.
Startups, inovação, tecnologia… não há quem não se beneficie ou use um produto ou serviço que tenha sido possibilitado pelos investimentos feitos pelo Venture Capital, ou, em português, capital de risco. A história do Venture Capital começou nos EUA, mais especificamente no Vale do Silício, e financiou companhias que criaram buscadores, carros elétricos, o iPhone e até mesmo as vacinas de mRNA.
Os investimentos, por si só, não criam a inovação, mas possibilitam que as boas ideias sobrevivam por tempo suficiente para serem desenvolvidas e – eventualmente – darem lucro. O resultado? A humanidade ganha com inovação, tecnologia e soluções que podem significar desde a especialização das nossas habilidades até soluções que se propõem a resolver problemas globais.
O Venture Capital funciona como uma máquina dos sonhos do capitalismo: uma maneira de desenvolver ideias e produtos inovadores, mesmo sem necessariamente obter lucro. O que os investimentos de capital de risco entregam é tempo. Tempo para desenvolver, conquistar e refinar os produtos/serviços – e as startups que os criam – até o ponto de conseguir lucrar e redefinir a direção do mercado.
As soluções criadas por essas startups vão desde as cotidianas, como o Slack, até as revolucionárias, como a Tesla. Com as histórias de sucesso, a criação de novos unicórnios – as startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão – e a crescente importância da tecnologia, os investimentos no segmento se tornaram quase que obrigatórios: ninguém quer perder a chance de ser sócio de uma startup.
Prova disso é o volume de capital sendo investido: em 2021 já foram investidos mais de US$ 450 bilhões em Venture Capital. O crescimento do volume e da atenção trouxeram também os críticos – que vêem os investimentos como uma bolha, os valuations (valor de mercado) das startups como inflados, mas, indiscutivelmente, o Venture Capital trouxe inovação.
Como em qualquer mercado, o Venture Capital também tem suas histórias de fracasso e ganância: das ideias que não deram certo aos fundadores que queimaram caixa e não conseguiram construir um negócio viável. Mas, o maior volume, também traz a possibilidade de expandir a inovação do VC para novas indústrias, mercados e países. Além disso, o resultado é que o volume de capital terá de encontrar um universo maior de ideias para financiar, aumentando a competição e – como consequência – a inovação.
Os críticos, por muitas vezes, estão apenas presos a conceitos do passado: enxergam valor somente na Bolsa de Valores, não entendem o potencial de crescimento que uma empresa baseada em tecnologia pode entregar – ou seja, muito valor no futuro. Valor esse que não é visualizado em modelos matemáticos ou planilhas de resultados financeiros da mesma forma que as empresas tradicionais.
As críticas cresceram junto com a popularidade do Venture Capital, mas cada vez mais players – por mais tradicionais que sejam – estão buscando maneiras de se inserir no mundo da inovação. Afinal, quando observam os fundos de investimento de VC americanos, podem perceber que os investimentos geraram empresas que valem pelo menos US$ 18 trilhões – do Google, passando pela Rivian (de carros elétricos), ao Slack. Em média, os fundos americanos deram retornos anuais compostos de 17% e alguns poucos deram resultados ainda melhores.
Tanto sucesso fez com que a indústria financeira mais ampla passasse a criar fundos dedicados para Venture Capital e empresas passem a correr para criar fundos de Corporate Venture Capital ou criando braços dedicados para gerir essa classe de investimentos. Além da expansão dos players, a expansão geográfica também já é realidade.
O que começou nos EUA, agora já ocorre com força Ásia, Europa e América Latina. 65 cidades européias já contam com pelo menos uma startup unicórnio, por exemplo. Os segmentos que recebiam a atenção do Venture Capital foram dominados por um grupo restrito de startups focadas em soluções tecnológicas para consumidores, como Airbnb ou Uber.
Agora, com mais investimento, a revolução deve chegar em áreas que ainda não estão tão avançadas. Segmentos como biotecnologia, espaço e energia limpa receberam investimentos que totalizam o dobro dos realizados em 2019, por exemplo.
Além disso, o acesso aos investimentos em startups – o Venture Capital – está cada vez mais facilitado, permitindo que investidores individuais participem desse mercado de forma descomplicada e sem exigir altos investimentos logo na entrada: na CapTable, por exemplo, é possível começar a investir em startups com apenas R$ 1000, uma realidade inimaginável para o Venture Capital alguns anos atrás.
Com o crescimento acelerado do Venture Capital, alguns perigos obviamente surgiram: valuations crescentes, capital demais nos fundos de investimento que fizeram seus gestores olharem para como podem aumentar seus próprios ganhos, problemas de governança e fundadores que acabam saindo da linha.
Olhando para o cenário mais amplo, ainda que esses problemas ocorram, os investimentos ainda são positivos para a economia: é melhor que o capital flua para startups inovadoras, do que para um mercado estagnado ou que não gera benefícios diretos à sociedade. Startups possuem poucas dívidas, por isso, caso quebrem, não geram grande instabilidade no sistema financeiro e praticamente todo capital investido pelos VCs acaba fluindo para os consumidores: desde poder pedir um carro por aplicativo por um valor menor que uma corrida de táxi até um serviço de delivery com cupons de desconto agressivos.
O boom de investimento acaba por aumentar a concorrência, para mensurar o quanto é importante: o valor investido por VCs nesse ano deve exceder todo o capital investido pelas cinco maiores empresas de tecnologia do mundo em P&D. Ou seja, caso não houvesse capital disponível para as startups, provavelmente a inovação como um todo seria limitada pelo orçamento que as empresas de tecnologia se dispusessem a investir em um determinado período.
Embora nenhum volume de capital consiga criar inovação sozinho, o volume de investimentos do VC permite que as boas ideias e avanços tecnológicos sejam desenvolvidos. O estoque global de empreendedores não é fixo e, provavelmente, muitas ideias continuam sendo sub-exploradas – por falta de capital para desenvolvê-las.
Especialmente em países fora dos Estados Unidos, muitos desses empreendedores sofrem com a dificuldade de conquistar esses investimentos, deixando ideias inovadoras na mesa, por falta de incentivo. A missão do Venture Capital é, portanto, identificar boas ideias e torná-las maiores e melhores – avançando a inovação e apoiando o empreendedorismo.
A CapTable é a maior plataforma de investimento em startups do Brasil. Através dela, você pode fazer parte da história das startups que estão construindo negócios inovadores. Se você quer saber em primeira mão sobre novas captações da CapTable, participe do grupo do Telegram exclusivo para avisos de novas rodadas.
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