Com uma faixa salarial que pode chegar a R$ 150 mil mensais, o Chief Executive Officer é o maior cargo dentro de uma corporação, e por isso, precisa de muitos requisitos para a função. Veja quais são!
(Foto: via Canva)
, jornalista
18 min
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1 mai 2023
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Líder e representante da empresa, a pessoa que assume o cargo de CEO (Chief Executive Officer) é considerada uma grande embaixadora da marca da companhia e dos seus produtos. Além disso, estar nessa função exige responsabilidade para garantir que as metas sejam atingidas, provendo a todo o time a estrutura e condições necessárias. Por isso, CEO deve motivar, engajar a equipe e tomar decisões que direcionam a companhia. Mas não para por aí.
A liderança também é responsável por supervisionar vários aspectos das operações do negócio, incluindo finanças, marketing, vendas, recursos humanos, tecnologia e jurídico.
“As empresas menores geralmente exigem que o CEO assuma um papel mais ativo, envolvendo-se com responsabilidades de nível inferior, como contratações. Em empresas maiores, as funções do líder podem ser delegadas à administração ou a outros departamentos executivos”, esclarece Fábio Salomon, managing partner da Brava Executive Search, sócio da Horton International e da Aliá Mentoring de Carreira.
E embora não haja uma lista definida de responsabilidades para um CEO, algumas funções geralmente são esperadas para este cargo. São elas:
“O CEO deixou de ser o líder que administra a empresa para se tornar a pessoa que também deve promover o propósito, o impacto e as credenciais da companhia”, afirma Leizer Vaz Pereira, CEO e fundador da Empodera.
Já para Thiago Veras, sócio-diretor de RH do Grupo Empiricus, entre as diversas atribuições do líder, também existe a função de criar uma ambiente de aprendizagem que continuará a crescer e melhorar as habilidades dos colaboradores.
“Assim, é possível que o CEO consiga avaliar o sucesso da empresa no alcance de seus objetivos. É importante que cada objetivo estratégico seja mensurável ou que os resultados possam ser descritos em uma imagem acordada e compartilhada pela equipe”, afirma.
Diante de tantas funções, é claro que para chegar ao posto de líder de uma organização são necessários diversos requisitos.
“Entre eles estão: integridade, humildade e legado. Integridade no sentido de ter a capacidade de lidar com decisões difíceis, mas necessárias em prol dos objetivos. Humildade de saber que a vitória não será atingida apenas por você, mas por toda a organização. Legado de comprometer-se em construir uma organização que seja o meio de seus colaboradores atingirem seus objetivos individuais”, explica Allan Jorge Mendonça, co-CEO da CBRdoc.
Outras habilidades necessárias para chegar ao posto de CEO são: resiliência e coragem.
“O primeiro é a capacidade de lidar com mudanças e adversidades. Já a coragem para tomar as decisões difíceis e necessárias. Sem esses dois requisitos, a cadeira de CEO será muito instável”, acredita Mendonça.
Para completar, e não menos importante, um requisito também essencial é saber ouvir e rodear-se de profissionais competentes e de habilidades complementares.
“Hoje, uma forte demanda é que as pessoas na posição de CEO necessitam se capacitar para liderança inclusiva, e terem como prioridade as agendas de diversidade e inclusão, e também ESG”, conta Pereira.
Embora o caminho mais comum para a cadeira de CEO seja por meio do cargo de presidente ou COO (Chief Operation Officer), essa nem sempre é a melhor estrada.
Isso porque, um relatório recente da Spencer Stuart descobriu que, nos últimos 20 anos, 85% dos CEOs das maiores empresas listadas nas bolsas americanas vieram de uma destas quatro funções: diretor de operações, um cargo de CEO dividido, diretor financeiro e líderes que ocupavam cargos executivos a um ou dois degraus do topo.
“No Brasil, 45% dos CEOs provém da área de operações, seguidos por 33% de marketing e vendas e por um distante 17% da área de finanças. Paralelamente, foi possível estabelecer que para chegar a esse lugar os profissionais transitam, em média, por três áreas na sua vida profissional: financeira, comercial e de operações”, afirma Pereira.
O tempo médio para uma pessoa assumir a posição de líder supremo de uma companhia pode variar significativamente, dependendo do tamanho e complexidade da organização e das oportunidades disponíveis. “[Porém], a maioria leva em torno de 20 anos até se tornar CEO”, conta Pereira.
A resposta é sim! “Em geral, os MBAs executivos costumam ser ótimos cursos de formação executiva, trabalhando alguns bons pré-requisitos para a posição de CEO”, diz Salomon.
Assim como qualquer cargo dentro de uma companhia, existem os prós e contras da função. O primeiro ponto positivo, claro, é a faixa salarial (confira mais adiante) e o pacote de benefícios que vem junto com a função.
Além disso, o CEO é quem define o planejamento estratégico, orçamento e também decide com quem quer trabalhar.
“Sem esquecer da oportunidade de liderar uma organização em direção ao sucesso. Assim como tomar decisões importantes que afetam a empresa e seus funcionários e trabalhar em projetos desafiadores e gratificantes que afetam a sociedade em geral”, fala Guimarães.
Para Allan Mendonça, a autonomia e os desafios são outros pontos positivos de ser um CEO. “Autonomia de suas decisões terem impactos horizontais e verticais na organização. Desafio constante em alinhar estratégia, execução e resultados”, esclarece.
Mas... e o que tem de ruim em ser líder de uma empresa? Para Mendonça, a solidão e a pressão.
“Solidão por ser uma posição que suas ações e omissões impactam diretamente a organização, qualquer externalização de dúvidas ou inseguranças pode ser uma erupção emocional na organização. Já a pressão no sentido de o líder sempre precisa ter respostas. Ter que tomar decisões ainda que não tenha ciência de todas as variáveis”, analisa.
Vale destacar, também, que CEO possui grandes jornadas de trabalho, o que pode gerar dificuldades de equilibrar tempo com a família. “Precisa saber enfrentar críticas e conseguir lidar com situações de crise ou conflitos internos na empresa”, aponta Guimarães.
Diante disso, fica perceptível que em algumas situações a liderança pode ter que expor suas fraquezas e falhas mais do que a maioria das outras posições. “Afinal de contas, a pessoa que é CEO está no comando e não pode culpar os outros quando as coisas dão errado”, acrescenta Fábio Salomon.
Em resumo, ser CEO é uma posição muito desafiadora e gratificante, que exige habilidades de liderança e gerenciamento de alto nível. Bem como a capacidade de tomar decisões difíceis e lidar com pressões e expectativas múltiplas.
Embora não exista uma fórmula única para se tornar presidente de sucesso, é importante ter uma mentalidade empreendedora, estar disposto a assumir riscos e ter uma visão clara e estratégica para o futuro da empresa. Além disso, é essencial estar sempre atualizado com as tendências do mercado e estar disposto a se adaptar às mudanças e desafios que surgem no ambiente empresarial.
Em média, a faixa salarial de um CEO no Brasil pode variar de R$ 30 mil a R$ 150 mil por mês, dependendo do tamanho e complexidade da organização.
“Em startups pré-seed, por exemplo, o salário vai de R$ 10 mil a R$ 20 mil. Já no seed, o máximo é de R$ 40 mil. Em startups na captação de uma série A, a remuneração varia entre R$ 10 mil a R$ 60 mil”, comenta o CEO da Empodera.
A média salarial do líder da empresa fora do Brasil também varia dependendo do país, do setor e do tamanho da empresa.
“Em geral, nos Estados Unidos, a média salarial de um CEO é de cerca de US$ 1 milhão a US$ 2 milhões por ano. Na Europa, o salário médio de um CEO é um pouco menor, em torno de € 500 mil a € 1,5 milhão por ano. No Canadá, o salário médio de um CEO é de cerca de CAD 1 milhão a CAD 2 milhões por ano”, afirma Fernando Guimarães, CEO da Stone Age.
Segundo dados da revista Forbes de 2021, os 10 CEOs mais bem pagos do Brasil recebem um salário superior a R$ 20 milhões ao ano. E os executivos que ocupam as primeiras colocações possuem atuação voltada para o mercado financeiro. Veja a lista:
1. Sergio Rial (Santander): R$ 59 milhões
2. Eduardo Bartolomeo (Vale): R$ 55,1 milhões
3. Milton Maluhy Filho (Itaú Unibanco): R$ 52,9 milhões
4. Pedro Zinner (Eneva): R$ 52,7 milhões
5. Gilberto Tomazoni (JBS): R$ 52,6 milhões
6. Bruno Lasansky (Localiza): R$ 29,7 milhões
7. Octavio de Lazari Júnior (Bradesco): R$ 29,3 milhões
8. Luis Henrique Guimarães (Cosan): R$ 27,6 milhões
9. Paulo Moll (Rede D’Or): R$ 27,2 milhões
10. Roberto Simões (Braskem): R$ 24 milhões
*Colaborou com a matéria: Rafael Galante, co-CEO da CBRdoc
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