A varejista chinesa abriu uma pop-up store no shopping Village Mall, no Rio de Janeiro. O negócio põe em xeque as varejistas tradicionais como Arezzo, C&A e Renner. Entenda!
Shein (Foto: divulgação LinkedIn)
, jornalista
11 min
•
22 mar 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra
Se você faz parte — ou estuda o comportamento — da Geração Z, possivelmente conhece a Shein (se pronuncia “chi in”), varejista chinesa de moda. Seja por um vídeo de influenciadores digitais ou anúncios que permeiam a internet. Isso acontece porque a marca tem um apetite (e usa e abusa do mundo online) para fisgar a atenção deste público.
Agora, se você é da turma que não faz ideia do que estou contando, veja só: a Shein pode receber uma rodada de aporte que a avaliaria em US$ 100 bilhões e a tornaria a 3ª maior startup do mundo, segundo a Bloomberg.
E veja só: é aquela marca que teve um crescimento tão rápido que (quase) não deu tempo de você ouvir falar dela. Mas antes de você desbravar a história e ler a análise neste artigo, um spoiler quentinho: a empresa, que apesar de ter o foco no online, lançou algumas lojas itinerantes (pop-up) ao redor do mundo.
E sabe onde fica o mais novo lançamento? Aqui no Brasil. Mais precisamente no shopping Village Mall, no Rio de Janeiro. E não é à toa. Conversaremos sobre isso ao longo deste texto. O fato é que o negócio põe em xeque as varejistas tradicionais como Arezzo, C&A e Renner.
A Shein é uma varejista de fast fashion (moda rápida) com sede na China. A companhia vende por preço acessível acessórios, roupas infantis, feminina e masculina — sendo a segunda opção o carro-chefe.
As vendas são feitas online no modelo B2C para mais de 150 países e a empresa é responsável por toda a cadeia de suprimentos.
Para você ter uma noção, além do preço baixo, imensa variedade de produtos, a empresa tem times de designers ao redor do mundo que criam rapidamente novas coleções.
Em algumas regiões oferece loja física pop-up. Em 2020 faturou cerca de US$ 10 bilhões. Em 2021, ultrapassou a Amazon e ocupou o título de principal app de compras nos Estados Unidos. E mais: a empresa tem o site de moda mais acessado do mundo, de acordo com a Similarweb.
Apesar de ser um e-commerce seguro, acredite: está envolvido em polêmicas, como acusação de plágio de outras marcas e por prejudicar o meio ambiente por causa da enorme produção de peças.
A empresa, por sua vez, diz que em alguns casos produz com tecidos reciclados e incentiva os clientes a devolver as peças que não usam mais, e em troca ganham vouchers para usar no site (comportamento da economia circular). Desta forma, as roupas são reformadas e doadas para instituições de caridade, segundo a Shein.
A história começou em 2008, quando o discreto YangTian Xu, mais conhecido como Chris Xu fundou a empresa SheInside, que inicialmente oferecia o modelo de negócio de dropshipping. Mas anos depois, deu uma repaginada no negócio — muitas vezes mudar é preciso, né? — e integrou toda a cadeia de suprimentos. Em 2015 foi nomeada como Shein.
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Uma das estratégias de sucesso da Shein é desbravar o marketing digital: direciona publicidade e patrocina influenciadores digitais nas redes sociais. Também faz live commerce para promover os produtos — estratégia que começou na China e é usada pelas gigantes Alibaba Pinduoduo. Outro ponto é o preço dos produtos, que são acessíveis e, em média, custam R$ 50. A variedade de itens e a popularidade nas redes sociais (no TikTok acumula cerca de 3,7 milhões e no Instagram 23,6 milhões) são outros segredos da chinesa.
Pela primeira vez na história, a varejista chinesa desembarcou no país em formato de loja física pop-up em 19 de março de 2022, no shopping Village Mall, no Rio de Janeiro.
Mas não é em vão. Para você ter uma noção da grandiosidade do Brasil para a marca, veja o que os números mostram: o mercado brasileiro é responsável por mais de R$ 2 bilhões de faturamento da Shein, segundo estimativa de um relatório do BTG Pactual.
Além disso, em 2021 tornou-se o aplicativo mais baixado no setor de moda, com 23,8% de downloads — superando três vezes mais os concorrentes como Lojas Renner, de acordo com dados do Google Play Store.
Parece que não. Isso porque, embora a Forever 21 tenha semelhanças com a Shein quando o assunto é fast fashion, as duas têm diferenças importantíssimas: a varejista americana ignorou a tendência de comportamento da clientela e focou no varejo físico, com lojas grandes e inúmeras opções de produtos. Já a Shein prioriza as vendas online. Para você ter uma noção, a loja física é instagramável, pequena e serve para as pessoas visualizarem e provarem os produtos. As compras são feitas online, com o uso de QRcode que consta nas peças.
O modelo de negócio da Shein — de focar em marketing digital a loja pop-up — vai ao encontro do comportamento da Geração Z, que é a primeira verdadeiramente nativa digital.
E o que tem a ver? Veja só: a Geração Z é acostumada a comprar online, certo? Neste contexto, a loja pop-up serve para oferecer uma experiência diferenciada — algo que esta geração prioriza. Com isso, a marca ganha fidelização, engajamento e marketing gratuito feito pelos próprios clientes — já que ao visitar o local eles postam nas redes sociais.
Mas não é só a Shein que foca neste modelo, não. A Amazon pretende lançar uma loja parecida, viu? Tudo indica que este modelo de negócio veio para ficar.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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