Entenda o que são e o que fazem a Pinduoduo e Alibaba e o segmento de empresas de tecnologia da China
Cerimônia de abertura do IPO da Pinduoduo na Nasdaq, em 2018 (foto: divulgação/Pinduoduo)
, jornalista da StartSe
6 min
•
26 mar 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Tainá Freitas
Por muito tempo, a sigla “BAT” resumiu três das maiores empresas de tecnologia chinesas – Baidu, Alibaba e Tencent. No entanto, com o dinamismo do mercado na China, isso já foi ultrapassado. Um dos exemplos disso é o e-commerce Pinduoduo, que superou o número de usuários ativos anualmente da Alibaba.
Em 2020, o Pinduoduo acumulou 788 milhões de usuários ativos ao longo do ano, em comparação aos 779 milhões da Alibaba. Em pessoas ativas mensalmente, no entanto, a história é diferente: a Alibaba fica à frente, com 902 milhões em dezembro, versus 720 milhões do Pinduoduo.
Enquanto “Alibaba” (ou “Aliexpress”) são nomes mais comuns no vocabulário brasileiro, Pinduoduo ainda é uma das empresas que estão ganhando notoriedade. A empresa foi criada em 2015 como um e-commerce de compras coletivas de produtos – que vão desde alimentos perecíveis à eletrônicos e serviços.
“As compras no Pinduoduo possuem um ticket menor e a estratégia é voltada para pessoas com renda mais baixa em comparação ao do Alibaba. Embora o Pinduoduo tenha alcançado uma base maior, a grande dúvida é se irá alcançar o concorrente em termos de faturamento”, explica In Hsieh, cofundador do Chinnovation e professor no curso New Retail da StartSe.
Em 2020, a receita do Alibaba foi de US$ 33,89 bilhões, em comparação a US$ 9 bilhões do Pinduoduo em 2020. Embora os números sejam muito diferentes, o crescimento do Pinduoduo é acelerado: foi um aumento de 97% em comparação à 2019.
O fato de o público do Pinduoduo ser mais específico mostra que ainda há um longo caminho a ser percorrido -- e uma base ainda maior para conquistar. A dúvida é se a empresa continuará a ter tração para tal. Atualmente, o e-commerce oferece compras coletivas e individuais a preços competitivos.
Outra característica do Pinduoduo são as vendas diretas para o consumidor –ou, como são chamadas, D2C, direct to consumer. A plataforma conecta produtores e fabricantes locais aos clientes, cortando os varejistas que atuam como intermediários no negócio e, consequentemente, os custos.
O nome Pinduoduo significa “juntos, mais compras, mais diversão” e simboliza a experiência que a empresa busca criar.
Um dos maiores acionistas do Pinduoduo – que abriu capital em 2018 – é a Tencent, uma das principais concorrentes da Alibaba. A gigante do varejo é a dona do WeChat, que concorre com o AliPay como os superaplicativos do “dia a dia” dos chineses, em que é possível desde pedir uma corrida, delivery de refeições, supermercado, conversar com outras pessoas… A lista de funcionalidades é longa! Assista a aula recomendada abaixo para entender tudo sobre esse segmento.
“A Tencent acabou investindo no Pinduoduo ao invés de criar um e-commerce próprio”, comenta Hsieh. “Em compensação, o Pinduoduo aproveita a base de clientes do WeChat”.
A Alibaba, criada em 1999, se tornou um verdadeiro conglomerado do varejo mundial. Atualmente, a companhia possui com três diferentes rótulos no e-commerce: JD.com, Taobao e Tmall.
Enquanto o JD.com é focado em eletrônicos, produtos de marca e ticket mais alto, o Tmall conecta grandes marcas (da China ou internacionais) diretamente com os consumidores, também no modelo D2C. Já o Taobao funciona como um marketplace comum no qual há a venda dos produtos por terceiros.
Além do próprio e-commerce, a Alibaba possui o AliPay, em que transaciona pagamentos ao redor da China. O Alibaba Group incorpora um portfólio de e-commerce, pagamentos, nuvem (com o Aliyun), entre outros serviços, o que, mesmo em frente a ameaças, garante que a empresa possua muita estabilidade frente aos concorrentes.
Para In Hsieh, apenas o dinamismo do mercado chinês permite que uma empresa criada em 2015 supere uma de 1999 em número de usuários anuais. A “dança das cadeiras” acontece ainda mais rapidamente na China -- não é atoa que o BAT (Baidu, Alibaba e Tencent) perdeu força. Em alguns casos, ainda é considerado o BATX, que inclui a Xiaomi.
“O Baidu perdeu espaço no mercado, pois o tipo de serviço que busca que oferece não é forte na era dos smartphones”, conta In Hsieh. Ao mesmo tempo, empresas como Meituan, Didi Chuxing (que adquiriu a 99 no Brasil em 2018) e Bytedance destacam-se no mercado local e internacional.
“É difícil termos uma nomenclatura como essa novamente. A Bytedance não é uma empresa tão antiga [foi criada em 2012] e já entrou nessa briga. É difícil isso acontecer tão rapidamente nos Estados Unidos ou no Brasil, por exemplo”, conclui.
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, jornalista da StartSe
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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