Primeiro o Silicon Valley Bank, depois o Credit Suisse. Os bancos estão quebrando e Warren Buffet quer salvá-los
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, Jornalista
5 min
•
16 mar 2023
•
Atualizado: 19 mai 2023
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O grupo financeiro UBS comprou o Credit Suisse por US$ 3,2 bilhões, mas essa não parece ser a luz no fim do túnel do mercado financeiro. Isso porque a crise de confiança ainda não acabou…
As ações do banco caíram mais de 50% nessa segunda-feira após o anúncio, pois acionistas e investidores podem absorver os prejuízos do Credit Suisse. Ativos chamados de AT1s (semelhante aos CDBs) foram zerados pelos reguladores suíços aos quais a UBS atende.
Warren Buffett, um dos maiores investidores do mundo e diretor do Berkshire Hathaway, continua preocupado o sistema financeiro dos Estados Unidos. Os rumores são de que ele teria entrado em contato com a equipe do presidente Joe Biden e que a própria Berkshire estaria investindo no setor bancário dos EUA.
Embora isso ainda não esteja confirmado, vale relembrar: na crise de 2008, ele emprestou US$ 5 bilhões ao Goldman Sachs. Essa não seria a primeira vez que ele tenta resolver uma crise…
Além disso, os papéis do banco suíço chegaram a perder 30% do valor, dando continuidade ao movimento de desvalorização iniciado na terça-feira, quando a instituição financeira informou ter identificado "fragilidades" em seus controles contábeis.
Assim como o governo americano agiu para tentar controlar a crise do SVB, o Banco Central da Suíça anunciou um empréstimo de US$ 54 bilhões ao banco suíço. A atitude foi considerada definitiva para retomar a liquidez do banco, que sofre um abalo de confiança sem precedentes em seus mais de 150 anos de história.
"Essa liquidez adicional apoiaria os principais negócios e clientes do Credit Suisse, à medida que [a instituição] toma as medidas necessárias para criar um banco mais simples e focado nas necessidades do cliente", afirmou em comunicado.
Isso porque ele anunciou a recompra de alguns títulos de dívida mais curtos (vencimentos em 23 e 24), como forma de tentar acalmar o mercado em relação a sua capacidade financeira.
Não é a primeira vez na história do banco que ele é acometido por escândalos. Fundado em 1856, o Credit Suisse enfrentou uma série de notícias desagradáveis nos últimos anos, incluindo acusações de lavagem de dinheiro.
O sistema financeiro e o crédito estão em situação de vulnerabilidade. Para Junior Borneli, founder da StartSe, “bancos ao redor do mundo dão início a uma corrida para ‘contratar seguro’ para proteger seus ativos expostos ao banco suíço, o que sugere uma crise maior do que se imaginava.”
Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associeates, analisou, em seu LinkedIn, a situação do SVB, dizendo que a quebra do banco dá “sinais iniciais de que terá efeitos indiretos no mundo dos empreendimentos e além dele.” As previsões, portanto, não são boas: “parece-me provável que o quadro financeiro/econômico nos próximos dois anos seja difícil.”
Este é um mercado muito delicado para sofrer com desconfianças. Agora, o questionamento que fica é: como os bancos irão reconquistar os consumidores e investidores para quem voltem a fazer investimentos? Se antes o Silicon Valley Bank parecia a escolha óbvia para qualquer startup, por exemplo, o passado nos prova que a escolha não é tão fácil quanto parece. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos…
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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