Quase uma semana após levantar uma série C de US$ 50 milhões cujo foco será investir no mercado brasileiro, a startup anunciou o encerramento de suas operações no México. Entenda o motivo!
Rodrigo Maroja, Rafael Vasto e Alex Bretzner, os fundadores da Daki (Fonte: divulgação)
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5 min
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10 fev 2023
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Atualizado: 13 out 2023
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A rotina do unicórnio de delivery de alimentos JOKR, que opera como Daki no Brasil, está parecendo mais com um dramalhão televiso. Quase uma semana após levantar uma série C de US$ 50 milhões cujo foco será investir no mercado brasileiro, a startup anunciou o encerramento de suas operações no México. É o terceiro país latino-americano do qual a companhia cai fora.
Em seu LinkedIn, o CEO da empresa para a região, German Peralta, afirmou que a maioria de sua equipe no México partiu na última sexta-feira (3), embora alguns permaneçam por mais alguns dias. “Esta semana, anunciamos que JOKR cessará as operações no México. Estamos em discussões com parceiros estratégicos para continuar nosso objetivo de melhorar a experiência do supermercado digital no México”, escreveu ele ontem.
A aposta da startup no território mexicano era ter os mesmos preços das cadeias tradicionais de supermercados que operam naquele país, além da possibilidade de fazer entregas em menos de 15 minutos; com 25 armazéns e presença na Cidade do México, Guadalajara e Monterrey.
O problema é que o aplicativo buscava conquistar um nicho em um mercado concorrido com varejistas tradicionais, como Walmart, Chedraui, Soriana, La Comer, que desde a pandemia estão de olho no comércio eletrônico, através de seus próprios aplicativos ou parceiros. Por lá, também competia com outras empresas digitais, desde o supermercado digital mexicano Justo, até plataformas integradoras como a colombiana Rappi.
Para entender melhor todo o dramalhão, voltemos um pouco no tempo. Em junho/22, apenas 6 meses depois de se tornar unicórnio, a JOKR/Daki anunciou que estava encerrando as operações nos Estados Unidos, onde realizava entregas nas cidades de Boston e Nova York, e iria focar no mercado latino-americano. Meses depois, anunciou a suspensão das atividades em Medellin, na Colômbia, e Santiago, no Chile. E há alguns dias, vendeu seus ativos no Peru para a Inretail, holding do grupo peruano Intercorp.
No Brasil como Daki, a empresa conta com cerca de 90 lojas, concentrando sua presença em São Paulo, Rio e Belo Horizonte. A companhia vem abrindo mais lojas nessas cidades e montou um centro de distribuição em SP com investimento de R$ 4 mihões. “No Brasil, a Daki permanece forte, sem impactos em seu time ou nas metas de manter crescimento sólido e saudável, continuando na busca pela melhor experiência para os consumidores”, garantiu Rafael Vasto, CEO da Daki, em nota sobre a recém-anunciada série C.
Concentrar as fichas na operação brasileira parece interessante pelo tamaho do país e o potencial que ele ofecece. Mas não é tão simples assim. Que o diga o Uber Eats, que deixou o país, e a 99, que encerrou a operação de entregas próprias, passando a atuar apenas como marketplace. Afinal, competir com o iFood, que domina 80% do mercado, não é bolinho não.
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