Estima-se que até 2027, o setor que conta com marcas como Tinder e Bumble vai movimentar cerca de US$ 108 bilhões. Entenda o que é, por que está em alta e quais são os cases de sucesso dessa indústria bilionária.
Elvie Trainer (Foto: divulgação site elvie.com)
, jornalista
11 min
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5 abr 2021
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Atualizado: 8 ago 2023
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Por Sabrina Bezerra
De tabu à uma indústria bilionária: a pauta sextech — união entre o sexo e a tecnologia — está a todo vapor. Estima-se que até 2027, o setor vai movimentar cerca de US$ 108 bilhões, segundo pesquisa realizada pelo instituto Allied Market Research. E durante a pandemia causada pelo novo coronavírus — com muita gente em casa — o setor foi ainda mais acelerado. É o que afirma Michelle Sampaio, psicóloga especialista em sexualidade humana pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e vice-coordenadora do departamento de parafilias da Associação Brasileira de Medicina e Saúde Sexual (ABEMSS). Segundo ela, “a pandemia fez estourar a virtualidade, e consequentemente o sexo virtual tornou-se a única forma possível de se relacionar. As pessoas descobriram que pode haver prazer (sexual) nisto”, diz ela.
Trata-se de um ecossistema de empresas e startups que criam e inovam no mercado de sexualidade. Envolve o aumento da inclusão, do acesso e do bem-estar sexual por meio de produtos e serviços tecnológicos (e não estamos falando apenas de robô sexual). Pode parecer estranho, mas falar de sextech envolve também a pauta Sexual Wellness — bem-estar sexual. O tema traz itens como: “apps para interação, autoconhecimento, sextoys, plataformas de educação em sexualidade, cosméticos (lubrificantes), entre outros”, conta Michelle.
No passado, o tema era um tabu. Mas com a mudança de comportamento da sociedade, em que, de acordo com Michelle, “as pessoas estão constantemente buscando novas formas de se relacionar”, o sextech chamou a atenção de investidores. “Os investidores estão sempre de olho no que chama a atenção das pessoas. E [a pauta] sexo e sexualidade é um exemplo”, diz a especialista. Além disso, “os aplicativos de relacionamento abriram a porta para todo este mercado”, completa.
E falando sobre apps de relacionamento, no primeiro mês da pandemia (março de 2020), em apenas um único dia (29 de março de 2020), os usuários do Tinder fizeram cerca de 3 bilhões de matches em todo o mundo. No Bumble, as videochamadas entre os usuários cresceram 38% de 13 de março a 1 de maio. Estima-se que até 2024, o mercado de apps de relacionamento ultrapasse US$ 8,4 bilhões, segundo a researchandmarkets.com.
Quando o assunto é sextoy (ou, brinquedo sexual), deve movimentar cerca de US$ 52,7 bilhões até 2026, segundo a researchandmarkets.com. “Os brinquedos sexuais femininos são o segmento que mais cresce", diz a researchandmarkets.
Já o mercado mercado de disfunção erétil deve ultrapassar US $ 4,7 bilhões entre 2021 e 2026. Mas de forma geral, o mercado de bem-estar sexual (que falamos no tópico acima) deve ultrapassar US$ 40 bilhões em 2025.
Agora, quando o assunto é robô sexual, segundo Ian Pearson, cientista futurólogo e outros especialistas do conglomerado, até 2050 o contato sexual entre uma pessoa e um dispositivo eletrônico ou um robô ocorrerá com mais frequência do que entre duas pessoas. “O uso de robôs com tecnologia de realidade virtual irá desencadear a imaginação e apimentar a vida sexual”, escreveram os cientistas.
Vencedor de mais de 11 prêmios, o Elvie Trainer é um dispositivo inteligente capaz de fortalecer o assoalho pélvico, aumentar o controle da bexiga, recuperar os músculos no pós-parto e melhorar a qualidade do sexo. Trata-se de um treinador pélvico (que se conecta com o app – disponível em Android e iOS). “Com a ajuda de especialistas, criamos um conjunto único de exercícios divertidos de 5 minutos que proporcionam ao seu assoalho pélvico um treino completo. Pense no Elvie Trainer como seu treinador mais pessoal, que desafia seus músculos de contração rápida e ajuda você a ganhar força”, diz a empresa. O monitoramento dos exercícios fica registrado no aplicativo.
Quando o assunto é sexEd (educação sexual), Mariah Freya e Phil Steinweber decidiram fundar, em 2018, a startup Beducated, plataforma de educação sexual, que ficou conhecida como a Netflix da educação sexual. Em 2020, por causa da pandemia, os empreendedores tiveram um aumento histórico nas vendas dos cursos e relataram faturamento de 100% maior que nos últimos anos.
Há também o Slutbot, serviço de chatbot oferecido pelo aplicativo Juicebox. O objetivo é ajudar os usuários a melhorar a criação de mensagens sexuais (sexting).
A sextech Lilit lançou o seu primeiro produto em agosto do ano passado, o Bullet Lilit, um minivibrador com 5 estágios de vibração, recarregável e resistente à água. A empresa, fundada por Marília Ponte, faturou cerca de R$ 460 mil nos primeiros 8 meses de operação. Até o momento, mais de 1800 mulheres já experimentaram o item.
Fundada por Eduardo Kazmierczak Neto, Cristhiano Faé e Leandro Gabrieli, a Darvyn, startup focada em atender demandas de bem-estar e saúde, oferece atendimento médico online e entrega de produtos personalizados para queda de cabelos. No entanto, embora não seja uma sextech, a empresa está de olho no mercado sexual. E, segundo Faé, a previsão de lançamento para questões de disfunção erétil e ejaculação precoce está nos planos da empresa ainda neste ano. “São categorias que, para os homens, existe uma necessidade de maior descrição. E a gente consegue criar um ambiente tecnológico, discreto e com privacidade para tratar sobre o assunto”, diz ele.
Gwyneth Paltrow, atriz e fundadora da Goop, empresa de bem-estar e estilo de vida, também entrou na onda de bem-estar sexual e lançou uma vela com o odor de sua vagina. Além disso, a empresa anunciou que está lançando uma vela com aroma inspirado no orgasmo.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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