Em material interno, a Sequoia Capital mandou um recado para as startups do ecossistema: o capital, que antes era abundante, agora ficou caro. Entenda mais.
dilema-startups-capital-ficou-mais-caro (Foto: GettyImages).
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8 min
•
1 jun 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Juliana Irala, da CapTable Brasil.
Por muito tempo, startups gigantescas, também conhecidas como unicórnios, não tinham muitas preocupações com o capital, que circulava “livremente” pelo mercado. Mas com os investimentos desacelerando e o capital ficando cada vez mais “caro” de conseguir, estas mesmas empresas vêm apresentando os piores resultados.
Quais as principais implicações de o capital estar tão “caro” e cada dólar cada vez mais valioso?
Essas perguntas foram respondidas em um material interno da Sequoia Capital, fundo que já levantou U$S 20 bilhões para aportar em companhias como Apple, Google e Airbnb.
Com a nova realidade, o mercado está reavaliando modelos de negócios e reconsiderando quanto capital dar às empresas para lucros que existirão somente daqui há muitos anos.
Para a Sequoia, isso não importaria tanto se tratasse apenas de novos múltiplos atribuídos a cada dólar de receita, mas indicadores de mercado, como participações (equity) mais caras, taxas de juros e curvas de rendimento, estão sinalizando para uma continuidade de deterioração econômica…
A gestora, assim, diz para os fundadores das empresas que não esperem uma rápida recuperação, como aconteceu após a pandemia, uma vez que os recursos monetários e fiscais que impulsionaram aquela retomada “se esgotaram”.
O documento também sinaliza que estamos apenas começando a ver como um custo maior do dinheiro está impactando também a economia “real”. Por exemplo, no setor de imóveis, uma nova hipoteca é 67% mais cara para um mesmo imóvel do que era há 6 meses. É o maior choque percentual em 50 anos. Por esse motivo, os mercados já estão prevendo uma forte desaceleração no setor, com as construtoras caindo 30%.
Chamadas como esta estão tendo em diversos setores em resposta à dinâmica recente do mercado. O “aperto do cinto” e a reavaliação das prioridades terão efeitos de segunda e terceira ordem, pois os custos de uma empresa representam a receita ou o poder de compra de outra.
O período de valuations elevados e da abundância de capital vem perdendo espaço para uma nova ordem: dinheiro em caixa. A máxima de que as startups precisam queimar dinheiro durante o período inicial de seus negócios para crescer e dominar um mercado continua valendo... Mas por menos tempo. Para quem já está no mercado há mais de meia década e capta centenas de milhões de dólares, as exigências serão outras.
Os investidores estão medindo o valor das empresas por outra régua e, agora, não querem apenas saber de receita, mas também de lucro.
A mensagem da Sequoia se manteve em ressonância com as de outros fundos importantes do ecossistema, como Craft Ventures e Y Combinator. No final, as empresas que se movimentarem rapidamente e estiverem mais adaptáveis à mudança, serão as mais propensas a escapar da "espiral da morte".
No fim, as grandes beneficiadas estão sendo as startups em estágios mais iniciais, pois essas já enfrentam uma escassez maior de capital. E como estão no início da construção dos seus negócios, possuem uma chance para construí-los já pensando na demanda atual: sem gastos desnecessários ou grandes equipes e, principalmente, preocupadas com lucro… ou pelo menos com alguma previsão de quando o momento chegará.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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