O 5G desponta no Brasil e traz oportunidades de avanços para as empresas. Entenda aqui de que forma elas podem se preparar para a próxima revolução digital
Tecnologia no rosto, inteligência artificial. (Foto: filadendron via Getty Images)
, Jornalista
13 min
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19 jul 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Camila Petry Feiler
O Brasil começou a viver a transição para o 5G e as vendas de aparelhos celulares com esta tecnologia dispararam. Mas o potencial vai além, muito além, e é fundamental que os negócios fiquem atentos para novas oportunidades e disrupções de mercado.
Inclusive, o Ministério da Economia fez uma projeção mostrando que a chegada do 5G no Brasil deve gerar R$ 101 bilhões até 2031 para as empresas, startups e multinacionais.
Como explica Felipe Giannetti, head de inovação da StartSe, “cada vez mais nossas vidas são digitais. Do café que pedimos quando saímos de casa, ao trajeto do nosso trabalho, comunicar com amigos e famílias…. Essa digitalização exige cada vez mais e mais velocidade.”
Velocidade que vem com o 5G, que deve estar em todas as capitais brasileiras até setembro de 2022 e chegará a todas as cidades no Brasil até dezembro de 2029. Por isso, montamos um guia de tudo que você precisa saber nessa mudança para sair na frente.
O 5G é uma evolução do 4G atual e “uma das diferenças mais perceptíveis entre o 4G e o 5G é a velocidade de transferência de dados, que vai aumentar com a chegada da quinta geração de internet móvel”, diz Ana Flávia Rodrigues de Faria, CEO da A4 Solutions, startup do mercado de tecnologia voltada para prover soluções para a área de automação industrial.
De acordo com ela, o 5G é 10 vezes mais rápido e a latência é 50 vezes menor, criando um cenário onde a transferência de dados vai acontecer praticamente em tempo real. “Isso abre um universo de possibilidades.”
“Conexões muito mais rápidas, e por que isso muda o jogo? Porque temos cada vez mais internet embarcada em devices ou então para o caso dos carros autônomos, por exemplo. A cada ano a tecnologia evolui mais, e aqui no Vale do Silício vemos mais e mais marcas desenvolvendo seus veículos”, conta Felipe Giannetti, analisando o contexto a partir da experiência americana com a tecnologia.
Mas vai além dos carros autônomos. “A tecnologia 5G vai permitir conectar e interligar bilhões de dispositivos que chamamos de ‘Internet das Coisas’, expandir a conectividade para além do que podemos imaginar – carros autônomos, geladeiras, automação doméstica. câmeras de vigilância, cidades inteligentes, medicina remota, hologramas via celular e realidade virtual”, de acordo com Ana Flávia.
Ela explica que como a internet é muito mais rápida, ela vai potencializar o uso de diferentes ferramentas porque as informações serão processadas de forma centralizada.
“Ampliar a capacidade de conectividade nos faz imaginar uma série de possibilidades. Para as empresas, o 5G vai permitir expandir o processo de digitalização da indústria 4.0 trazendo mais informação sobre todas as etapas do processo produtivo em tempo real, aumentando a produtividade e a competitividade, além de permitir implementar soluções mais eficientes para prevenção de acidentes envolvendo pessoas e máquinas,” explica ainda Ana.
A peça-chave em termos de carreira: as pessoas cientistas de dados que farão as análises de todas essas informações.
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“Minha principal aposta é que vamos começar a ver nos próximos anos os aparelhos eletrônicos, como celulares, mudarem completamente seus formatos e tamanhos. Com a velocidade da internet aumentando exponencialmente, vai ser possível que o processamento dos aparelhos eletrônicos não seja mais feito localmente neles, mas sim nos servidores da empresa. Um exemplo: ao invés de termos um chip de processamento mega potente no iPhone, que consome bateria, teremos componentes muito mais simples no aparelho. O que vai acontecer é que o processamento vai ser feito na nuvem da Apple ao invés do seu aparelho que está em suas mãos. E só com uma transmissão de dados muito veloz que isso é possível”, explica Felipe Giannetti.
Para Ana Flávia, que analisou os cenários de cidades, educação, saúde e indústria, “nas cidades será possível ampliar a oferta de internet pública, automação do gerenciamento de tráfego, trazer velocidade na identificação de crimes por meios das câmeras de vídeo e analíticos de IA , melhorar de forma geral serviços de assistência à população por meio de uma comunicação mais eficiente.”
“Na educação, ampliar o uso de ferramentas para proporcionar experiências mais imersivas aos alunos, utilizando realidade virtual e realidade aumentada, melhorar a estabilidade das conexões e permitir mais conexões simultâneas.”
“Na saúde será possível obter diagnósticos mais precisos com auxílio de dispositivos IOT de uso pessoal que possam trazer dados sobre as condições do paciente, gerando mais dados que podem ser analisados por IA e trazer diagnósticos mais rápidos e precisos para uma teleconsulta mais eficiente.
Também será possível realizar uma cirurgia remota com apoio de um cirurgião de outro país graças à baixa latência do 5G – atualmente já existem casos sendo testados no mundo validando essa aplicação.”
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“Acreditamos que as indústrias deverão se beneficiar mais rápido da tecnologia 5G, permitindo ampliar a automação em ambientes externos, além de coletar um volume muito maior de dados.
Haverá um crescimento exponencial nas tecnologias de IOT e Plataformas de Big Data para entregar insights de negócio em tempo real o que vai otimizar a tomada de decisões de forma assertiva gerando mais competitividade e redução de custos.”
Agora que o 5G se encontra oficialmente em território nacional, muitos desdobramentos serão possíveis pela velocidade que ele promete entregar. A hiperconectividade vai favorecer automação, trazendo mais máquinas e soluções digitais para o dia a dia. Isso já está no radar das empresas, como mostra uma pesquisa realizada pela KPMG Brasil: 56% da cadeia produtiva nacional já tem a quinta geração de redes como parte da agenda estratégica.
No entanto, apesar de 20% dos representantes das organizações participantes do levantamento afirmarem que já investem na implementação de recursos baseados em 5G, a realização de projetos usando a nova geração da internet ainda está em fase inicial.
Por isso, Ana Flávia traz cinco pontos principais para quem quer dar o ponta pé inicial de forma mais certeira nos negócios:
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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