Em um momento complexo para o varejo, Mobly e Tok&Stok se aproximam de fusão. Entenda o porquê e como a companhia se posiciona
Megastore da Mobly em São Paulo (foto: divulgação/Mobly)
, Jornalista
6 min
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5 set 2023
•
Atualizado: 6 set 2023
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Não é novidade, mas agora parece mais oficial: de acordo o Pipeline, a home24, acionista controlador da empresa de móveis e decoração Mobly, e o fundo de private equity Carlyle, controlador da Tok&Stok, fecharam os termos do acordo para uma fusão.
A ideia é que a operação seja feita por meio de troca de ações, com acionistas da Mobly ficando com 80% da nova empresa. Os acionistas da Tok&Stok vão ficar com os 20% restantes.
Em nota enviada ao mercado, a empresa diz que, até o momento, “não há acordo ou proposta”.
Em resposta ao Ofício e conforme já informado em Fato Relevante divulgado pela Companhia em 10 de março de 2023, a Companhia acompanha atentamente o mercado de móveis e decoração brasileiro, assim como todas as empresas que o compõem.
Neste contexto, a Companhia esclarece que tem mantido conversas com a Tok&Stok, porém, até a presente data, não há acordo ou proposta vinculante a respeito da eventual transação. Além disso, diferentemente do veiculado na matéria referida no Ofício, a home24, acionista controladora da Companhia, informou não ter planos de realizar oferta pública de aquisição (OPA) destinada aos acionistas da Companhia.
A Mobly reforça o seu compromisso com a transparência e o dever de informar seus acionistas e o mercado em geral sobre quaisquer fatos relevantes relacionados ao seu negócio. A Companhia manterá seus investidores e o mercado informados sobre eventuais desdobramentos referentes ao assunto em questão.
Fabio Neto, diretor de estratégias e sócio da StartSe, tem uma vasta experiência com varejo e analisa os principais pontos desta fusão:
A primeira questão que ele aborda é a consolidação, que não é novidade no varejo brasileiro.
“Depois de décadas fragmentado, os últimos 10 anos mostraram que era necessário entrar na pauta consolidada. O mercado varejista americano já dita essa tendência há muito tempo, mesmo em um país continental, como o Brasil. As redes de eletro puxaram a fila, depois vieram as de moda, tecnologia, esportes, alimentação, entre outros”, explica ele.
“A Mobly é uma marca mais nova com desafios de expansão nacional. O interior do Brasil tem dificuldades em comportar mais do uma grande rede do segmento. Foi o caso da ETNA, que acabou encerrando.”
Surgida em 2011, a Mobly fez um IPO dez anos depois, captando R$812 milhões em 2021. Na época, a ação abriu a R$21,00 e hoje ela vale menos que 25% desse valor, comercializada abaixo dos R$4,00. Em 2023, a empresa registrou prejuízo de R$39,6 milhões no primeiro semestre do ano.
Ele relembra que a Tok&Stok está em uma recente mudança de gestão, retomando para os fundadores, devido à dificuldade de caixa e solvência para dar continuidade às operações.
Nascida em 1978, a TokStok precisou de um aporte de 100 milhões para cobrir as despesas. Ano passado, a varejista digital deu 128 milhões de receita. A física, 461 milhões de prejuízo.
“Diante destes pontos, ambas as marcas possuem motivos de sobra para se esforçarem para uma união. Mobly ganha capilaridade e escala. Tok&Stok ganha folêgo financeiro”, conclui ele.
O movimento das duas varejistas é um grande movimento para o varejo. E parece que é o que o momento pede: grandes movimentos em nome da sobrevivência.
Agora, as duas podem usar os aprendizados e replicar nesta nova fase. A Tok&Stok conhece melhor a operação de lojas físicas, a Mobly o comércio eletrônico. Vale entender se elas vão lançar uma marca nova, se vão seguir as duas. Seguimos esperando.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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