À medida que a pauta ESG e o Pacto Global das Nações Unidas (ONU) avançam, empresas dos mais variados segmentos entram na corrida para zerar as emissões de carbono. Diante deste cenário, as startups que oferecem serviço de entrega sem poluição ganham destaque.
Foto: Divulgação Carbono Zero Courier
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8 min
•
6 set 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra
Em tempos de nova economia, de um lado as entregas de aplicativos e e-commerce crescem, do outro — se os veículos não são sustentáveis — aumentam a poluição no mundo.
Para reduzir o impacto ambiental, algumas empresas, como o iFood, recorreram à compra de crédito de carbono. Outras, como a Americanas, estão apostando no uso de veículos sustentáveis na última milha.
O cenário, contudo, cria oportunidade de negócios para as startups. É o caso da Carbono Zero Courier, fundada em 2010 por Rafael e Danilo Mambretti. A empresa oferece serviço de entrega por meio de bicicletas, tuc-tucs e carros elétricos.
O modelo de negócio é similar ao da Loggi: o cliente solicita a entrega por meio do site ou telefone. Tempo depois, o entregador — seja de bicicleta, furgão elétrico, moto elétrica ou tuc-tucs — retira o item e faz a entrega no endereço de destino.
Durante o pedido é possível identificar a distância entre os pontos (retirada e entrega), rastrear o pedido e visualizar a quantidade de emissão de carbono evitada. É possível notar que a empresa visa unir a tecnologia e a sustentabilidade em apenas um serviço.
As entregas são feitas na Grande São Paulo e Baixada Santista. “Mas o plano é expandir para outras cidades e estados ainda neste ano”, diz em entrevista à StartSe Leonardo Lorentz, sócio-gestor da empresa. Ao todo, são feitos cerca de 150 mil envios entre documentos e produtos.
Desde a fundação da empresa, cerca de 580 toneladas de CO2 foram evitadas.
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Segundo Leonardo, é pessoa jurídica, como grandes varejistas e transportadoras. Algumas fazem os pedidos de forma avulsa, outras — que têm mais demandas — fecham contrato mensal.
Porém, é interessante notar que a clientela, por conta da pauta ESG e a chegada do Pacto Global das Nações Unidas (ONU), está na corrida para zerar as emissões de carbono. Faz sentido, portanto, usar os serviços da logtech.
Outro ponto de vista que vale observar é o uso por transportadoras tradicionais. Isso acontece porque as marcas das quais são parceiras passaram a exigir o uso de veículos mais sustentáveis e, para otimizar dinheiro e tempo — ao invés de criar a própria frota — subcontratam a Carbono Zero Courier para fazer as entregas.
Do segmento de transportadora, a Carbono Zero Courier tem clientes como DHL e Sequoia. Do lado de empresas, conta com Bayer, B3, Google, Netflix, Pinheiro Neto, entre outras.
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Diferente das empresas de delivery e transportadoras por aplicativo — em que os profissionais de entrega são colaboradores informais —, "a maioria de nossos entregadores são contratados na modalidade CLT e recebem benefícios como, seguro, uniforme e equipamento de segurança”, diz Lorentz.
Dos 270 entregadores da modalidade bicicleta, cerca de 90 são contratados no regime CLT, os outros são MEI (microempreendedor individual). Já os profissionais que trabalham com a moto elétrica (18), furgões (4) e tuc-tuc (1) são contratados formalmente.
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A prática de entrega com veículos sustentáveis tem sido adotada por uma série de companhias. O Grupo Boticário, por exemplo, disse que até 2025 todas as entregas serão feitas com veículos elétricos.
A Americanas além de ter fechado uma frota de tuc-tucs, investiu em carros elétricos. A varejista Telhanorte também, em breve, terá uma frota neutra de carbono.
Não é segredo: sustentabilidade se tornou uma regra em todo o mundo. Com o avanço da pauta ESG, do Pacto Global e da pressão dos consumidores, cada vez mais, as empresas vão precisar correr para reduzir as emissões de carbono.
Quem pode ganhar nessa são as startups. Isso porque, diante do prazo curto (para zerar as emissões) e o alto custo, pode ser mais barato para as empresas fecharem parcerias com frotas sustentáveis já consolidadas no mercado ao invés de criarem do zero.
No caso da Carbono Zero Courier, é interessante notar que os empreendedores olharam — em 2010 (ano do nascimento da companhia) — uma tendência que seria acelerada, a da logística de entrega sustentável.
Vale destacar também que a medida que o mercado de e-commerce e delivery crescem em ritmo acelerado, provavelmente exigirá mais demanda das entregas benéficas ao meio ambiente.
Veja: no ano passado, o varejo online faturou R$ 126,3 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
Já o mercado brasileiro de delivery foi responsável por quase metade do crescimento do delivery na América Latina no ano passado, segundo um levantamento feito pela Statista. O setor está tão aquecido que a expectativa é movimentar US$ 6,3 trilhões globalmente até o final de 2021. O que impacta diretamente no mercado de entregas…
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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