Erica Firmo, gerente de comunicação corporativa e reputação do LinkedIn na Ásia, Europa e América Latina, traz dicas de como usar a rede social de negócios. Ela também conta como foi sua trajetória profissional e a importância da área de comunicação corporativa. Confira!
Erica Firmo (Foto: divulgação LinkedIn)
, jornalista
8 min
•
6 out 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra.
“O Linkedin é uma rede social muito boa para você achar emprego, mas é uma rede social. Acima de tudo, existe para você se conectar e fazer networking”, diz Erica Firmo, gerente de comunicação corporativa e reputação do LinkedIn na Ásia, Europa e América Latina.
Como? “Faça o mapeamento dos profissionais que admira e que trabalham na área que você quer ingressar. Mande uma mensagem privada convidando para um café e pergunte como é trabalhar neste mercado”, conta a especialista.
Outra dica é: sabe aquela vaga que está aberta e você tem interesse? “Veja qual conhecido trabalha nessa companhia e use o LinkedIn — no modo privado — para falar com a pessoa”, aconselha a Erica.
"Participar de grupos também ajuda na construção do networking”, completa. “Talvez [esse relacionamento] poderia ser o empurrão que você precisava para alavancar a sua carreira.”
Eu me candidatei a uma vaga. À época, uma colega — que tinha trabalhado comigo no passado — me indicou. Passei e tive a chance de liderar a área de comunicação da América Latina por mais de 3 anos. Depois, fui convidada para ocupar a posição de gerente de comunicação corporativa e reputação do LinkedIn na Ásia, Europa e América Latina. Estou falando com você diretamente de Singapura.
Sim (risos). É brincadeira. No início da minha carreira, como a maioria dos meus colegas millennials, estava me sentindo perdida. Não fazia ideia do que queria para a minha vida. Me encontrei no curso de Relações Públicas.
Daí, eu trabalhei na Bolsa de Valores, depois na General Electric. Fui estagiária, analista, trainee, coordenadora e gerente. Viajei pelo mundo, fiz muitos amigos e aprendi bastante sobre comunicação corporativa e marketing.
Depois de 8 anos trabalhando em um mundo de inovação, cheio de máquinas e turbinas, eu vim para o LinkedIn. Sempre sonhei em trabalhar no mercado de tecnologia.
Primeiro, por curiosidade. Via as redes sociais e o mundo da tecnologia muito dinâmico em que você precisava estar sempre muito à frente nas tomadas de decisão. Queria entender como funcionava isso na prática.
Já tinha o conhecimento de uma indústria com quase 130 anos de história. Queria — como próximo passo na minha carreira — trabalhar em startup ou algo relacionado para explorar as minhas habilidades e não ficar somente ali dentro de uma realidade única.
Não é minha. É uma dica que eu escutei da Ana fontes, mulher inspiradora. Eu a entrevistei e fiz uma pergunta parecida. Nunca vou esquecer porque aplico a resposta até hoje. Ana disse que eu precisava respirar fundo e me preparar para os desafios que são grandes. Se você quer ser uma líder, prepare-se porque não é fácil. São coisas novas, você vai ter que aprender, passar por altos e baixos, mas uma coisa que você tem que fazer é confiar na intuição. Se a intuição está dizendo para seguir esse caminho, siga.
“Conhecer pessoas com culturas, origens e privilégios diferentes foi o principal aprendizado. Eu comecei a olhar além da bolha que eu tinha criado para mim. Sou muito aberta para aprender com culturas diferentes e isso me trouxe vários aprendizados.
“A importância de confiar na minha história. Não acho que você ou eu precise de mais ninguém para validar o trabalho que a gente faz. Ninguém precisa dizer para você que o seu trabalho é bom ou ruim. O que você precisa é da bagagem que você trouxe desde que nasceu.
(...) Confiar na sua história e nunca achar que vale menos do que o outro porque teve menos acesso a lugares, a espaços. (...) Se você fizer isso, pode ter certeza que vai ter alguma coisa do seu passado, que você aprendeu, que vai ajudar na sua carreira.
O meu desafio até hoje é a minha relação com o trabalho. Não importa tudo o que eu já fiz, aprendi e cresci. A minha impostora está sempre presente no dia a dia. Às vezes, ela consegue falar mais alto do que os meus pensamentos.
Uma das formas que eu criei — e nem imaginei que faria isso para me blindar da impostora — foi trabalhar muito. Eu acumulava (e ainda acumulo) mais projetos do que horas no dia, e indiretamente isso traz uma sensação de ser uma boa profissional. Eu sinto que meu dever está cumprido. Sei que não é algo bom e estou tentando trabalhar isso. Uma das coisas é olhar a minha história e buscar referências que me ajudem a aprender tudo o que eu desaprendi ou não tenha aprendido certo.
A gente sabe que a maneira como uma marca é percebida pelo mercado tem grande impacto no sucesso da companhia. Cada vez mais as pessoas e as empresas estão sendo canceladas [na internet] por erros que elas comentem no dia a dia. Isso coloca todo o trabalho de reputação feito por anos no ralo. Aí entra o trabalho de comunicação corporativa para a gente conseguir gerenciar todos esses fatores que impactam na percepção da marca. Desde o posicionamento dos líderes até como a companhia pensa e divulga os seus valores. Trabalhar com isso é muito complexo, mas é indispensável quando se pensa na importância da imagem hoje para os negócios.
Claro. As empresas precisam realmente viver os valores que estão externalizando na comunicação. Se a marca, por exemplo, é anti-racista, não adianta só falar sobre isso no site. É preciso contratar mais profissionais negros, reparar a dívida histórica que foi deixada e ter ações concretas. As organizações precisam viver os valores que estão externalizando na comunicação. Antes da marca se comunicar com o mercado ela precisa fazer o que é certo para a comunidade, funcionários, clientes e meio ambiente.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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