A sigla é o conjunto de práticas ambientais, sociais e de governança realizadas por empresas. Saiba o que significa cada tema e por que é importante para o negócio
Natureza (Foto: Andrea Pistolesi via Getty Images)
, jornalista
8 min
•
25 mar 2021
•
Atualizado: 8 ago 2023
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Cuidar do meio ambiente, ter responsabilidade social e adotar melhores práticas de governança tornou-se obrigação das empresas. E o conceito ESG chegou para mostrar isso.
ESG é uma sigla para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança, em tradução). As companhias que têm boas práticas nesses campos apresentam resultados melhores ao longo do tempo. Além disso, o conceito também pode ser critério de escolha dos investidores, segundo um estudo realizado pelo The Boston Consulting Group (BCG).
Abaixo, confira o significado de cada tema da sigla ESG, por que atrai investidores e a origem do termo:
Environmental ou ambiental, na tradução livre, se refere às práticas ambientais. Ou seja, como a empresa reduz o impacto ambiental e se preocupa com questões como aquecimento global e emissão de carbono; eficiência energética; gestão de resíduos; poluição e recursos naturais, segundo nota da Marcella Ungaretti, especialista em ESG da XP Inc.
Já a letra S, de Social, é como a empresa respeita os seus parceiros: clientes, colaboradores e funcionários. Os temas envolvidos nesta pauta são inclusão e diversidade; direitos humanos; engajamento dos funcionários; privacidade e proteção de dados; políticas e relações de trabalho; relações com comunidades e treinamento da força de trabalho.
Quando o assunto é governança — última letra da sigla — trata-se de como a companhia adota as melhores práticas de gestão corporativa. Como diversidade no conselho; ética e transparência; estrutura dos comitês de auditoria e fiscal; e política de remuneração da alta administração; canal de denúncias.
A sigla ESG surgiu pela primeira vez no final de 2004, numa iniciativa chamada Who Cares Wins, da ONU (Organização das Nações Unidas) em parceria com instituições financeiras. A ideia era unir as instituições — de vários países — para encontrar formas de envolver o tema no mercado financeiro.
Apesar disso, Marina Cançado, sócia da XP Inc. e head de sustainable wealth na XP Private diz à StartSe que “antes do termo ESG ser cunhado, algumas empresas e instituições do mercado financeiro já vinham construindo a compreensão de que, numa realidade cada vez mais complexa e interconectada, é fundamental que se tenha uma visão mais sistêmica tanto para se antecipar e mitigar riscos como para capturar novas oportunidades de geração de valor e competitividade".
"É importante reconhecermos os esforços das inúmeras organizações e pessoas que vêm trabalhando há décadas nessa agenda — inclusive, no Brasil. No entanto, como em todos os processo de transformação, é preciso que se alcance uma massa crítica para que o mainstream comece a ouvir determinadas ideias e se abra para um novo mindset." (Entenda mais adiante).
Em entrevista à StartSe Marina Cançado, sócia da XP Inc. e head de sustainable wealth na XP Private, conta que os investidores estão cada vez mais de olho no quanto as empresas estão engajadas nos termos ESG.
“Os investidores perceberam que num mundo cada vez mais complexo e acelerado, é fundamental compreender como as empresas lidam com os fatores sociais e ambientais.”
Isso porque, “inúmeros estudos indicam que empresas com fortes atributos de sustentabilidade levam a uma performance superior ao longo do tempo", diz a especialista.
“Sem contar que cada vez mais cresce a consciência de que ao investir estamos moldando a realidade, e com isso, a busca por investimentos que gerem rentabilidade associada à impacto positivo no mundo [cresce].”
O ESG, segundo Marina, foi acelerada por alguns fatores, como:
- Emergência climática e a pressão por migrarmos para modelos neutros em carbono;
- Novas regulamentações, principalmente na Europa, que criam incentivos e penalizações na direção de um modelo sustentável;
- Mudança geracional, na qual Millennials ou Geração Z começam a propor e cobrar novos posicionamentos e comportamentos sociais e ambientais;
- Agenda 2030, em que as nações se comprometeram com 17 objetivos de desenvolvimento sustentável a serem alcançados até 2030 — e só serão alcançados se houver a participação do capital privado.
"E, por fim, a pandemia de covid-19, que catapultou para um outro patamar o movimento que já vinha se consolidando e atingindo o mainstream. Tanto que, bancos e especialistas globais já dizem que até o final da década não haverá mais investimentos ESG ou não ESG, pois todas as alocações serão pautadas pelos fatores. ESG é o novo normal para os negócios e finanças."
Marina conta que empresas de todo porte: pequenas, médias ou grandes devem seguir os pilares do termo. “ESG não é luxo, é questão de sobrevivência e competitividade, por isso, é tão importante que as empresas — inclusive as menores e as startups — coloquem ESG em sua agenda prioritária”, diz ela.
Essa discussão está quente e promete impactar cada vez mais as empresas e investidores a partir de 2023. Para se preparar para isso com antecedência, a StartSe irá lançar nos próximos dias um treinamento internacional focado exclusivamente em ESG para capacitar empresas brasileiras para essas mudanças. Veja aqui como entrar na lista VIP desse treinamento.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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