Muitas empresas deixaram para trás a obrigatoriedade do trabalho presencial para algumas ou todas as áreas da empresa. Por quê? Para oferecer flexibilidade para os funcionários, atrair e reter talentos. Saiba mais!
Loja sustentável Boticário (Foto: Divulgação Blog Boticário)
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9 min
•
2 mar 2022
•
Atualizado: 8 ago 2023
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Por Sabrina Bezerra
Remoto total, modelo híbrido ou presencial? Descobrir qual é o melhor modelo de trabalho, convenhamos, não é uma tarefa fácil. Mas devemos concordar: o teletrabalho e o híbrido ficaram populares com a chegada da pandemia de coronavírus.
Muitas empresas deixaram para trás a obrigatoriedade do trabalho presencial para algumas ou todas as áreas da empresa. O motivo? Para oferecer flexibilidade para os funcionários, atrair e reter talentos.
A estratégia vai ao encontro de um movimento que tem ganhado força: nômade digital. Para você ter uma noção, estima-se que 35 milhões de trabalhadores no mundo tenham o perfil de trabalhar e ao mesmo tempo viajar pelo mundo, segundo o relatório Global de Tendências Migratórias 2022 da Fragomen. Ou seja, se o perfil do talento mudou, a estratégia da área de recursos humanos deve ficar de olho nisso.
Dito isso, a StartSe selecionou as empresas que adotaram o trabalho à distância permanente. Confira:
Pela primeira vez na história da empresa de beleza, as áreas administrativas passaram a trabalhar de forma 100% remota. Os outros departamentos foram divididos – de acordo com as atividades desempenhadas – entre o modelo híbrido e o presencial.
A medida é definitiva? Não. Começou em setembro de 2021 e será avaliada após um ano da implantação.
Como funciona a rotina dos trabalhadores em teletrabalho? “A partir das orientações do RH, os colaboradores podem adotar boas práticas como uso de canais oficiais para mensagens no lugar de reuniões, flexibilidade de horário e autonomia para delimitar bloqueios na agenda para momentos de foco, almoço, rotina com filhos, e outras atividades”, diz a companhia.
Por que adotar o modelo de negócio? Para priorizar o bem-estar dos colaboradores, a inovação e a tecnologia, “visando ganho de agilidade e eficiência”, diz a empresa. “Com a novidade, oferecemos uma experiência totalmente nova aos nossos colaboradores, muitos deles agora podem morar em qualquer lugar do Brasil. Isso amplia também nossa diversidade e capacidade de atração de talentos”, afirma Sandro Bassili, vice-presidente de pessoas do Grupo Boticário.
Durante a pandemia de coronavírus, a XP adotou o modelo de trabalho remoto permanente para os funcionários. A modalidade se chama “trabalhe de qualquer lugar” e a companhia oferece itens necessários para o trabalho – como notebook, mouse e teclado.
Como funciona? O horário é flexível e os critérios adotados ficam à critério de cada área. Por outro lado, a empresa está construindo uma nova sede, a Villa XP, no interior de São Paulo.
A ideia é que o local seja sustentável e moderno e conte com quadras de basquete, tênis, entre outros. Mas longe de ser uma obrigatoriedade de trabalhar no espaço físico no futuro. Ao contrário, o local servirá para os profissionais escolherem quando e se querem ir ao ponto físico. A estratégia da empresa vai ao encontro do ESG.
Depois de uma série de pesquisas, a Heineken anunciou em 2021 o trabalho remoto total para cerca de 1300 pessoas que trabalham nas áreas corporativas dos escritórios de São Paulo e Itu.
Isso não significa, no entanto, que o ambiente físico será extinto. Eles serão transformados em hubs de encontros e conexão entre as pessoas.
Por que adotar o modelo de trabalho? Para “oferecer aos nossos colaboradores uma série de benefícios, como a autonomia e a flexibilidade. Do lado da empresa, a mudança acelera a transformação de nossa cultura rumo a um mindset cada vez mais digital”, diz em comunicado Raquel Zagui, vice-presidente de Recursos Humanos do Grupo.
A empresa de tecnologia para meios de pagamentos adotou a modalidade de trabalho remoto permanente após a chegada da pandemia. A decisão aconteceu cerca de 7 meses depois do início do home office por conta da covid-19, quando no período de flexibilização da quarentena , a Dock fez pesquisa com os profissionais para saber se queriam voltar ao escritório. O resultado? “95% não queriam voltar ou queriam trabalhar presencialmente no escritório apenas uma ou duas vezes por semana”, diz em comunicado Camila Shimada, head of people empresa.
Como a empresa se adaptou? Foi preciso oferecer benefícios mais flexíveis, como Caju, acesso à rede de coworkings do BeerOrCoffee, aplicativo da Zenklub, teleconsultas de ergonomia, entre outros.
Quais são as dores do teletrabalho? “Integrar a equipe socialmente. Por isso, fomos atrás de algumas soluções que permitissem às pessoas se conhecerem além das reuniões. Como exemplo, o app de desafios esportivos e também campeonatos de e-games, com jogos escolhidos pelo próprio time. (...) O esporte ajuda na saúde emocional, alivia o estresse e tensão do dia a dia e também permite a socialização. (...) Além disso, quando realizamos o processo de onboarding (chegam em média 40 pessoas por semana na empresa, de áreas diferentes), incentivamos que conheçam quem está na sala”, afirma Camila.
Hoje, ser flexível não é mais um benefício oferecido aos funcionários. Virou uma forma de sobrevivência para o negócio. Isso porque, cada vez mais, o anywhere office – trabalhar de onde quiser – se tornou exigência dos talentos. Foi-se o tempo que queriam passar horas dentro do escritório. Ou seja, adaptar o modelo de trabalho para o teletrabalho permanente pode ser uma opção para atrair e reter esses talentos.
Agora, número para quem quer número: segundo uma pesquisa feita pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e pela Fundação Instituto de Administração (FIA), cerca de 73% dos trabalhadores estão satisfeitos com o teletrabalho e 78% dizem que considera a intenção de manter a mesma rotina após a pandemia. Outro dado da pesquisa é que caiu de 19% para 14% o número de profissionais que gostariam de voltar ao escritório.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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