O mercado de beleza brasileiro movimenta R$ 62 bilhões anualmente, desse montante 40% são concentrados em perfumaria e farmácia - segmentos que sofrem com muita pulverização. É possível integrar esses setores e eliminar ineficiências?
ex-executivo-da-p-e-g-cria-negocio-em-segmento-de-25-bi (Foto: GettyImages).
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5 min
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13 out 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques, da CapTable Brasil.
O mercado de beleza brasileiro é o quarto maior do mundo: são R$ 62 bilhões movimentados anualmente. Desse montante, o segmento de perfumaria e farmácia representa 40%, equivalente a R$ 25 bilhões. No entanto, esse mercado ainda sofre com amarras causadas pela pulverização dos players: são mais de 100 mil perfumarias e farmácias, 3 mil indústrias e 2,5 mil distribuidoras.
Dá pra imaginar o tamanho do problema para qualquer um dos players: a indústria precisa escolher quantos e quais distribuidoras irão distribuir seus produtos, os lojistas precisam encontrar as distribuidoras (geralmente mais de uma) necessárias para comprar seu estoque de produtos - considerando preço, tempo de disponibilidade, custo do frete, etc - e as distribuidoras precisam conectar as duas pontas, lojistas e indústrias - chegando ao meio termo entre conveniência e preço justo.
Há falta de eficiência, de tecnologia e poucas ferramentas disponíveis para melhorar a experiência de todos os envolvidos. Um problema com todas as características clássicas de um segmento que se beneficiaria imensamente com uma solução proposta por uma startup.
Foi observando esse mercado e vivendo parte dele que Vinícius Hilkner Oliveira, CEO da e-comprei, identificou a necessidade de criar uma ferramenta que otimizasse toda a cadeia. Vindo de um cargo de marketing na P&G e tendo gerenciado a linha da Pantene, Vinícius viveu muito próximo das dificuldades que lidar com diferentes players descentralizados causava.
A e-comprei quer ser um ecossistema B2B que integra distribuidores, indústrias e lojistas na cadeia de beleza. A intenção é reduzir o tempo gasto pelo lojista para realizar suas compras, aumentar a distribuição e capilaridade das distribuidoras e fornecer mais informações para a indústria - informações essas que se perdem no emaranhado de relações desorganizadas e impede a realização de ações comerciais coordenadas, por exemplo.
A integração não é por acaso: o lojista não quer receber 10 representantes por dia, o distribuidor não quer ficar sem acesso aos dados do lojista e a indústria não quer perder o controle sobre a precificação dos seus produtos (que muitas vezes são definidos de acordo com o excesso/escassez de estoque, mudanças de estratégia, etc).
Assim, através do marketplace B2B da e-comprei, é possível entregar capilaridade, conveniência, aumento da distribuição e melhor experiência para todos os envolvidos. Os próximos passos da startup são efetivar a integração com a indústria, integrar-se aos ERPs, criar uma vertical de fintech, oferecer crédito aos lojistas, e até mesmo estruturar uma área de educação sobre esse mercado.
Para a integração com os ERPs, a e-comprei já conta com um acesso facilitado, representado pela iDEXO, braço de inovação da Totvs. Além de contar com a mentoria da Zup, startup adquirida pelo Itaú, que é referência em realizar integrações do Itaú com outros grandes bancos.
Os concorrentes da e-comprei operam em modelos que criam mais um intermediário, comprando os produtos e revendendo-os com margem. Ou seja, encarecem e reduzem a eficiência de uma cadeia já confusa. O objetivo da e-comprei é resolver o problema entre os elos desse segmento sendo uma plataforma para que as negociações sejam facilitadas – sem criar mais atrito.
Com 444 lojistas clientes - crescimento de 510% em 12 meses – e um GMV (receita total das vendas) de R$ 545 mil ao mês, a e-comprei teve quase 600% de crescimento no faturamento em 12 meses. O ticket médio também cresceu 25% e a recorrência média mensal passou de 2x para 3,1x. Hoje, a plataforma oferece mais de 9000 itens, 85% do que uma farmácia/perfumaria precisa de itens de beleza.
Com coinvestimento do grupo de investidores-anjo Poli Angels e objetivo de automatizar ainda mais o processo - além de integrar indústrias e distribuidores - a e-comprei está buscando sócios através da CapTable, a plataforma de investimento em startups da StartSe. Confira a oferta completa.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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