Em 2021, o Facebook virou Meta e anunciou o foco em metaverso. Agora, ela está recalculando a rota dentro dessa proposta...
Mark Zuckerber apresenta a marca Meta (foto: reprodução)
, jornalista da StartSe
6 min
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29 out 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Tainá Freitas
O Facebook agora é Meta. Em outubro de 2021, Mark Zuckerberg, fundador da companhia, anunciou a mudança de nome e o novo objetivo do grupo: criar o metaverso.
Um adendo: isso não significa que a rede social mudou de nome. O Facebook, WhatsApp e Instagram continuarão os mesmos. A diferença é que, agora, além de trabalhar com o que movimenta a internet no presente, a empresa também deseja criar o que acredita ser o futuro dela.
Mas, desde que a empresa direcionou seu foco ao metaverso, ela também mudou de direção do que fará neste mercado. Segundo o The Wall Street Journal, a Meta está apostando o sucesso de sua plataforma, o Horizon Worlds, em usuários de 13 a 17 anos – um público-alvo semelhante ao do Roblox, sua concorrente no mercado.
Os usuários dessa faixa etária seriam “os verdadeiros cidadãos do metaverso” e a expectativa é que a adoção por esse público aumente os números de usuários e de retenção da plataforma. Será que agora vai?
Há quem acredite que é o futuro da internet. Na prática, é um universo virtual em que as pessoas podem interagir como se estivessem fisicamente presentes.
Com as redes sociais, as pessoas puderam criar seus próprios perfis online. Com o metaverso, chegou o momento de levar o corpo físico para dentro das telas – e os hologramas dos filmes de ficção científica começam a parecer uma ideia cada vez mais próxima.
Através da realidade virtual, a expectativa é que os usuários possam ter avatares online para interagir com outras pessoas nos mais diversos âmbitos: do trabalho ao lazer e entretenimento. Para muita gente, isso pode parecer algo distante. Mas para os jovens que convivem diariamente com jogos como Roblox, por exemplo, isso já é realidade.
“A próxima plataforma será ainda mais imersiva – uma internet que você pode experimentar, não apenas olhar para ela. Nós chamamos isso de metaverso e irá permear cada projeto que construímos. A qualidade que define o metaverso será a presença – como se você estivesse ali com outra pessoa ou em outro lugar. Sentir-se verdadeiramente presente com outra pessoa é o maior sonho da tecnologia social. É por isso que estamos focados em construir isso”, afirmou Zuckerberg no anúncio.
A mudança de nome não é o único sinal do grande comprometimento do Facebook ao metaverso (eu começarei a chamar a empresa de Meta em algum momento deste artigo, prepare-se!). A companhia está utilizando a receita de hoje para investir no que espera dar lucro no futuro.
Recentemente, o Facebook afirmou que o lucro operacional de 2021 poderá cair em US$ 10 bilhões devido ao investimento na divisão de metaverso. Além disso, anunciou a contratação de 10 mil profissionais na Europa, junto ao aporte de US$ 50 milhões no setor.
O Facebook tem apostado na integração entre o mundo virtual e offline há algum tempo. Em 2014, a empresa adquiriu a Oculus Rift, companhia especializada em óculos de realidade virtual.
Desde então, ela está dedicada a criar espaços online para trabalho e diversão. Para quem deseja participar, a empresa possui o Oculus Quest 2 à venda – um óculos de realidade virtual que se torna a porta de entrada para esse novo mundo. O óculos ainda não está disponível no Brasil.
No mesmo evento em que anunciou a mudança de nome, a empresa anunciou o Horizon Home – uma atualização de seu serviço de realidade virtual. Agora, os usuários poderão criar festas para curtir com os amigos, através do Oculus Quest 2.
Na festa online, será possível utilizar outros aplicativos, jogar, assistir vídeos, entre outros. As conversas poderão ser realizadas através do Messenger, serviço de mensageria do Facebook.
As novidades também estão chegando ao espaço de trabalho. Em breve, os usuários poderão fazer login no Oculus através de uma conta corporativa e usar o Slack, Dropbox e outros serviços em um painel de 2D na Horizon Home.
Dentro da Horizon Home também será possível criar salas de trabalho e personalizá-las com o logo e identidade visual das empresas.
Para quem deseja uma integração mais sutil, há uma outra alternativa: os óculos inteligentes que a empresa lançou este ano, em parceria com a Ray-Ban. O dispositivo permite que os usuários possam tirar fotos e gravar vídeos a partir de seu ponto de vista, ouvir música, fazer ligações, entre outros.
Marcas de luxo da indústria da moda já apostam em roupas virtuais. A Gucci, por exemplo, já lançou um tênis virtual de US$ 12. Já a Louis Vuitton vestiu personagens do jogo League Of Legends com roupas que existem “de verdade”.
Nicolas Ghesquère, diretor artístico de coleções femininas, criou roupas virtuais para serem vendidas para jogadores do LOL, jogo eletrônico da Riot Games.
“Pense em quantas coisas físicas que você possui hoje que podem ser apenas hologramas no futuro. Sua TV, seu setup perfeito de trabalho com múltiplos monitores, seus jogos de tabuleiro e mais – ao invés de coisas físicas feitas em fábricas, elas serão hologramas criados por criadores ao redor do mundo”, promete Mark Zuckerberg.
No anúncio, há uma menção até mesmo para o mundo cripto e o NFT. O metaverso corrobora ainda mais com os tokens não-fungíveis. Artistas têm criado obras em NFT; algumas delas existem no “mundo físico”, outras apenas no mundo virtual – e o que os usuários compram é a propriedade delas.
Os NFTs têm se popularizado também em jogos, inclusive como forma de investimento, a exemplo do Axie Infinity. Entenda o que são e como funcionam os NFTs.
As iniciativas anunciadas pela Meta são apenas o início desta transformação. A expectativa da companhia é que o metaverso seja uma realidade em dez ou quinze anos.
“Nós precisamos envolver os direitos humanos e as comunidades de direitos civis desde o início para garantir que essas tecnologias sejam construídas de forma inclusiva e empoderadora”, descreve no anúncio. A privacidade e a segurança são outros pontos que a empresa busca priorizar desde o início.
Em todas as comunicações, a Meta reforçou que o metaverso não será construído sozinho. O universo que unirá o mundo virtual e físico também será construído com a colaboração de outras empresas e da sociedade em geral.
Já a Epic Games, criadora do jogo Fortnite, levantou US$ 1 bilhão para investir em metaverso. A companhia já realizou shows virtuais com artistas reais, como Travis Scott e Ariana Grande, no jogo – e os avatares dos espectadores foram o público.
Enquanto isso, a Roblox, plataforma aberta para jogos, quer possibilitar que os usuários se comuniquem e construam seus próprios metaversos. Que aguardemos as cenas dos próximos capítulos...
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Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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