Entenda a falha técnica do Facebook, Instagram e WhatsApp e quais foram as consequências
Ícone do Facebook no celular (foto: Brett Jordan/Unsplash)
, jornalista da StartSe
8 min
•
6 out 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Tainá Freitas.
Nesta segunda-feira, 4 de outubro, o Facebook, Instagram e WhatsApp ficaram cerca de 6h fora do ar – e não, contrariando os memes das redes, o Mark Zuckerberg não tropeçou em nenhum cabo.
No início da noite e nesta terça-feira, começamos a entender todos os motivos e consequências das três redes sociais terem ficado indisponíveis. O caos foi grande: além do que todos nós experienciamos, até mesmo os funcionários do Facebook não conseguiam acessar os escritórios e salas específicas, pois dependiam do login na plataforma. A empresa de tecnologia teve que enviar funcionários para reparar os erros manualmente, nos servidores.
O WhatsApp, Facebook e Instagram saíram do ar às 12h desta segunda-feira. O WhatsApp deixou de enviar as mensagens e o aplicativo ficava apenas com a mensagem “conectando…”. Já o Facebook e Instagram exibiam mensagens ainda mais preocupantes: ao digitar o endereço no navegador, os usuários encontravam mensagens de erro, como se os sites não existissem.
“É só comigo?”, os usuários começaram a se questionar. Uma hora depois (e algumas reinicializações no roteador depois), o Telegram já estava nos assuntos mais comentados do Twitter. As pessoas passaram a criar ou reativar suas contas como forma de se comunicar via chat.
No Twitter, marcas se aproveitaram da instabilidade para fazer memes. O próprio Twitter Oficial publicou: “Olá, literalmente, todo mundo”. As buscas pelo Telegram também cresceram no Google neste meio-tempo.
Entretanto, ao passo que os usuários foram migrando em massa para outros aplicativos, eles passaram a identificar instabilidades. Durante a tarde, o Telegram passou a enviar mensagens com atraso, bem como deixar de exibir imagens a alguns usuários; o Twitter deixou de exibir as respostas dos tweets, entre outros.
Queixas também foram identificadas no aplicativo do Nubank, Gmail e Google Drive, TikTok, Microsoft Teams, entre outros serviços.
Viralizaram, no Twitter, tweets em que atribuíam a queda do Facebook a um erro de DNS (sigla para “domain name system”, sistema de nomes de domínio). O DNS é o responsável por atribuir um endereço facilmente legível (Facebook.com) ao IP do Facebook, composto por números (assim como qualquer outro). O IP é o "caminho" que as redes devem seguir para chegar aos servidores – e, portanto, aos conteúdos e dados – do Facebook.
Naquele momento, parecia que aquele caminho havia desaparecido. O clima era de estranhamento, pois erros de DNS costumam ser resolvidos mais rapidamente.
Foi apenas às 18h que os serviços do Facebook começaram a retornar.
A suspeita para o erro de DNS não estava totalmente errada. No entanto, essa não foi a origem do problema. Ainda no dia 4 de outubro, Santosh Janardhan, vice-presidente de engenharia do Facebook, publicou no blog específico da empresa o que realmente aconteceu.
“Nossos times de engenharia entenderam que mudanças na configuração de roteadores que coordenam a rede de tráfego entre nossos data centers causaram os problemas que interromperam a comunicação. Essa disrupção no sistema do tráfego teve um efeito cascata na maneira como nossos data centers se comunicam, levando nossos serviços a pararem”, escreveu o especialista.
Ainda no esclarecimento, Janardhan afirmou que “não houve atividade maliciosa por trás dessa inatividade”. Ele também diz que “não há nenhuma evidência que os dados dos usuários foram comprometidos como um resultado desse tempo de inatividade”.
Foram apenas 6 horas de interrupção, mas o feito teve grandes consequências para a internet e o próprio Facebook. Os serviços ficaram indisponíveis para os 2,853 bilhões de usuários da rede; para os 2 bilhões que usam o WhatsApp e para o 1 bilhão que utilizam o Instagram.
A estimativa é que milhões de negócios tenham sido afetados. Atualmente, cerca de 175 milhões de pessoas utilizam o WhatsApp Business. Já no Instagram, mais de 200 milhões de empresas usam a rede. Entenda como o apagão do Facebook impactou os negócios.
Enquanto isso, as ações do Facebook -- que já tinham iniciado o dia em baixa – caíram 4,9% ao longo do dia. Como acionista da empresa, Mark Zuckerberg perdeu US$ 6 bilhões no dia.
A falha do serviço não é o único desafio enfrentado pelo Facebook na mídia nesta semana. A companhia tem sido alvo de denúncias. Frances Haugen, ex-gerente de produto na empresa, disse que o Facebook prioriza o “crescimento em detrimento da segurança” do usuário.
Ela afirmou que os documentos que estão sendo vazados pelo The Wall Street Journal corroboram sua versão. Recentemente, o jornal americano divulgou uma pesquisa que indica que a companhia sabia que a rede é tóxica para adolescentes, entre outros.
…
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Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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