Steve Chen, um dos criadores da plataforma de vídeos, explica por que não gosta do conceito de vídeos curtos
Steve Chen, cofundador do YouTube, durante o Fórum Biban 2023 (Foto: divulgação Fórum Biban)
, jornalista
8 min
•
10 abr 2023
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Steve Chen, cofundador do YouTube, não gosta do conceito de vídeos curtos. Sua razão? Eles não são bons para o cérebro humano. “Tenho dois filhos e falo para eles não assistirem ao YouTube Shorts”, disse o taiwanês em coletiva de imprensa durante o Fórum Biban 2023, realizado na Arábia Saudita, em que a StartSe, única mídia brasileira presente, fez a cobertura.
“Ainda acredito que as pessoas devem assistir vídeos de 2 a 5 minutos”, completou.
Apesar da opinião, Chen reconhece: há um grande público que prefere assistir a vídeos curtos. O que vai ao encontro dos dados:
“No entanto, sei que também sou culpado, porque o YouTube tem um feed de vídeos relacionados. Ou seja, mesmo sem o YouTube Shorts, ninguém terminava de assistir a um vídeo antes de clicar em outro. Tal comportamento viciante não é saudável”, completou.
O formato de vídeo oferecido por Reels, TikTok e YouTube Shorts libera mais dopamina — neurotransmissor responsável por levar informações do cérebro para as várias partes do corpo e que causa uma sensação de prazer e satisfação. O estímulo de fazer isso em alta frequência aumenta a sensação de felicidade.
Isto significa que quando você e os clientes da sua empresa assistem a um vídeo curto dessas plataformas, o cérebro recebe muita dopamina. Assim, vocês se sentem alegres e felizes.
Análise de especialista: “O problema é que, quanto mais dopamina o cérebro recebe, mais ele quer, aí ele acaba entrando em um estágio de saturação em que essas doses vão precisar ser cada vez maiores”, explica a psicóloga Manuela Santo, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Psicologia Comunitária da UFRGS, ao jornal O Globo.
Impacto no comportamento: com base nas informações, o vício em assistir vídeos curtos dificulta, por exemplo, o foco em atividades mais complexas.
Não há de se negar, no entanto, o impacto positivo quando o assunto é marketing digital — desde que feito, claro, de forma saudável para a audiência, afinal estamos na era de ESG.
Por exemplo, para captar a atenção das pessoas, o conteúdo precisa ser criativo e, de alguma forma, impactar positivamente a vida delas. Em outras palavras, nada de anúncios tradicionais.
Para você ter uma ideia, o TikTok ajudou o mercado de livros — incluindo edições antigas — a bater recordes de vendas graças a conteúdos criativos.
Estratégias de vídeo curto para marketing digital: o fenômeno acontece pois o funil do marketing digital não existe — ao menos, na maioria das estratégias feitas mas plataformas como YouTube Shorts e TikTok.
Isso porque, “vamos supor que você tenha um e-commerce que vende bicicletas na Europa. Na audiência-alvo no TikTok — pessoas que moram na Europa interessadas em ciclismo — haverá pessoas que conhecem sua marca, visitaram seu website, estão comprando bicicletas no momento e são seus clientes existentes. Por esse motivo, você nem sempre precisa iniciar seus esforços de marketing no TikTok concentrando-se no primeiro estágio do funil, como gerar conscientização sobre o ciclismo e seus benefícios. Em vez disso, você pode iniciar seu marketing no TikTok em qualquer estágio que faça mais sentido para sua empresa. Por isso, quando se trata de descobrir onde você quer começar, pense nos resultados que você quer atingir e comece por aí”, aconselha o TikTok.
Conhecer o impacto negativo das plataformas que você usa como estratégia de marketing é importante. Estamos na era ESG e as técnicas do seu negócio devem estar atreladas ao cuidado com a clientela.
Assim, ao transmitir mensagens nos vídeos curtos — em sua estratégia de marketing — lembre-se: faça conteúdos autênticos, criativos, irreverentes e, que de alguma forma, agreguem conhecimento para as pessoas. Afinal, se elas estão consumindo assiduamente vídeos curtos, que seja também para aprender algo.
E ah! Durante a entrevista, Steve Chen também falou sobre o mercado de assinaturas e de inteligência artificial. Mas esses são assuntos para o próximo artigo. Acompanhe pelo app.
*Jornalista viajou para a Arábia Saudita a convite do Fórum Biban
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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