A foodtech brasileira, que foi criada para concorrer com frigoríficos, exporta seus produtos para 24 países
(Foto: Eduardo Bravin via Fazenda Futuro)
, jornalista da StartSe
7 min
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3 nov 2021
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Atualizado: 19 mai 2023
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Por Tainá Freitas
Desde que foi fundada, em 2019, o objetivo da Fazenda Futuro é de concorrer com os grandes frigoríficos, trazendo opções de carne plant-based. Agora, a startup recebeu uma grande injeção de capital para perseguir este objetivo: R$ 300 milhões.
A rodada série C contou com a participação de investidores anteriores (BTG Pactual, ENFINI Investments, Monashees, Go4it Capital) e atraiu também a Rage Capital e XP Investimentos. A Fazenda Futuro passou a ser avaliada em US$ 2,2 bilhões de reais.
Atum, almôndegas, carne moída, hambúrguer, linguiça, frango: a foodtech brasileira fundada e comandada por Marcos Leta já oferece alternativas feitas de plantas para todos os gostos.
Atualmente, o que começou no Brasil já está disponível em 10 mil pontos de venda, em 24 países. Na Europa, já é possível encontrar produtos da “Future Farm” concorrendo com as pioneiras americanas do setor, Impossible Foods e Beyond Meat.
Com o aporte, a expectativa é de fortalecer a recente operação dos Estados Unidos (localizada em Los Angeles) e expandir também para a Austrália e o Canadá. Para os EUA e Europa, a expectativa é de oferecer novas alternativas de produtos plant-based, indo além das proteínas e chegando nos laticínios (queijo e leite, por exemplo).
Ainda com o aporte, a empresa espera concluir a tecnologia de uso de língua artificial, extrusão 3D, enzimas e biotecnologia.
Em 2017, Marcos Leta, fundador da empresa de sucos Do Bem, e seu sócio Alfredo Strechinsky começaram a estudar o mercado brasileiro de alimentos. Eles entenderam o protagonismo da carne para o país, algo que só tem crescido com o tempo: em 2020, o Brasil foi o maior exportador de carne bovina mundialmente.
Mas, assim como a exportação de carne cresceu no país, as discussões em torno da sustentabilidade e do bem-estar animal também cresceram. “Nós sabemos que grande parte do desmatamento na Amazônia e do cerrado vem da criação de bois e do espaço utilizado para desenvolver as rações para o gado”, comentou Leta em entrevista anterior à StartSe.
A Fazenda Futuro começou a ser desenvolvida no final de 2017 e em 2019 foi lançada oficialmente no país. A companhia se enquadra como foodtech por utilizar tecnologia para transformar o mercado alimentício.
Seu primeiro produto foi um hambúrguer feito de plantas, com gosto e aparência de carne bovina. Ele leva proteína de soja, grão de bico, beterraba, entre outros.
“Começamos os estudos para entender a composição do hambúrguer. Temos a parte proteica, que dá a textura, a lipídica, que são as gorduras, e as reações quando você frita ou grelha uma carne, como a de Maillard”, contou Leta. A reação química de Maillard é a responsável pelo aspecto dourado ou caramelizado dos alimentos após serem fritos ou assados.
Quando nasceu com a premissa de concorrer com os frigoríficos, a Fazenda Futuro se referia à substituição da carne animal pela feita de plantas. No entanto, a concorrência se tornou direta: a JBS, Marfrig e até a americana Tyson Foods estão criando suas versões de carne plant-based.
É um mercado bilionário e até mesmo as empresas tradicionais não querem ficar de fora. Em 2019, o mercado global de carne vegetal foi avaliado em US$ 3,3 bilhões, de acordo com a GrandView Research.
Agora, a Fazenda Futuro divide o espaço nas prateleiras com as alternativas criadas por frigoríficos e outras foodtechs. A NotCo, por exemplo, é uma startup chilena que possui no portfólio a carne vegetal e outros alimentos feitos de plantas, inclusive laticínios. Há ainda a The New (antiga The New Butchers) e até mesmo as opções da Seara e Sadia, com as linhas “Incrível Seara” e “Veg&Tal”.
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, jornalista da StartSe
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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